Hunter
Sento ao lado do Elias no restaurante e ele me entrega um envelope amarelo.
Isso é tão clichê...
– Essas são as cinco propriedades da sua mãe. - me olhou . - Tenta ser discreto, eles podem tentar fugir. - revirei os olhos.
– Eu sei que você me acha irresponsável, mas eu nunca te meti em problemas.
– Até porque você nunca fez nada demais. - retrucou e eu travei o maxilar.
– Vou ser discreto. - dei um gole no drink e olhei pro lado vendo várias pessoas rindo em uma mesa. - Quando amanhecer eu vou.
– Ótimo. - se levantou. - se precisar de mim é só ligar. - falou e foi embora rapidamente, como ele sempre faz.
Guardei o envelope e me levantei indo até o carro depois de pagar a conta.
Peguei o celular ligando pro meu pai pela milésima vez desde que ele sumiu e como sempre não atendeu.
O que será que esse cara deve estar aprontando agora?
Minha mãe provavelmente está na França resolvendo os negócios dela nesse exato instante. Será que ela sabe onde eles estão? Será que ele sabe que eu sei de toda essa palhaçada de pais invertidos? Qual é a porra do problema dessa mulher?
Eu mal conheço ela. Nem sei se deveria chamar ela de mãe. Ela nem sabe quando é o meu aniversário. E se sabe não liga.
A única coisa que é importante pra ela, é que eu vá assumir algumas empresas quando me formar, e se quando eu tiver vinte e um anos e não tiver feito nenhuma merda já vou estar comandando tudo pra eles dois poderem viver o resto da vida deles sem fazer absolutamente nada.
Não que eles façam alguma coisa agora.
E claro, tenho que gerar no mínimo três herdeiros para os James, já que eles foram incapazes de gerar outros filhos além de mim.
E aí terei que ficar comandando tudo até os meus filhos crescerem e comandarem as empresas. E assim continua o ciclo entre as próximas gerações.
Eu não sei se deveria sentir pena de quem nasce nessa família ou achar ela sortuda. Bom, eu só desejo sorte.
Sou despertado dos meus pensamentos quando ouço meu celular tocar. Olho no visor vendo o nome da Tereza. Aquela que realmente é digna de ser chamada de mãe por mim.
— Alô mãe? - atendi com um sorriso.
— Você já comeu hoje? - meu sorriso se alargou.
— Comi sim. - mas não foi comida...
— O que você comeu? - falou parecendo orgulhosa por eu não ter esquecido de comer.
— Modelo. Tinha um metro e setenta e sete de altura, olhos mel, cabelos castanhos volumosos tipo um leão, pele sedosa e macia... Ah, e não posso esquecer dos peitões... - sorri. - Garotas são incríveis...
— Hunter eu estou falando sério! - falou e eu percebi que agora ela já estava nervosa.
— Eu também mãe. Lembra da Sicilia? - ela não pareceu surpresa.
— Aquela garota que te fez chorar quando falou que você era um loirinho sem cérebro? Lembro sim. - revirei os olhos.
– Ela não parece achar isso agora. - falei e ela soltou uma risada. - tá rindo do que?
— De nada... - soltou mais uma risada. - Eu só queria te dizer que me demito e estou votando pro Canadá. - falou e eu senti o meu pulso disparar em desespero.
— O que?! Claro que não. Tá maluca? - falei alto com desespero e o motorista me lançou um olhar curioso, porém ele não entedia nada do que eu falava.
— Eu tô vendo que os meus serviços são inúteis pra você, então eu acho que você não precisa mais de mim. - falou simples e eu entrei em desespero quando ela desligou o celular.
Merda!
Liguei pra ela novamente, mas ela não atendia de jeito nenhum. Porra, porra, porra, porra!
Olhei o relógio vendo que era quatro e meia da madrugada. Então é seis horas da tarde lá.
Liguei pra Ana que demorou pra atender, porém atendeu.
— Alô, me faz um favor, liga pra esse número que eu te mandei e fala pra ela que eu comi. - falei rápido. - Fala pra ela que não é pra ela pensar pisar no Canadá.
— O q-que? - falou confusa com voz de choro e eu franzi o cenho. - Do que você tá falando?
— Por que você tá chorando? - perguntei confuso e ela ficou calada. - O que foi?
— Nada porra! - falou nervosa, mas com a voz ainda chorosa. - Eu vou ligar pra o número que você me mandou. - falou rápido e desligou a chamada.
Olhei confuso pro celular franzido o cenho.
Mas que porra aconteceu com essa garota?
Tentei ligar pra ela de novo, mas dava que ela estava em outra ligação.
Pelo visto a Tereza atendeu ela.
Saio do carro passando pela recepção do hotel calado e indo até o elevador.
Entro no meu quarto encontrando a Sicilia sentada na mesa enquanto comia alguma coisa e mexia no celular.
Arqueei uma sombrancelha pra ela quando ela me olhou com um sorriso enorme me medindo.
Que porra essa garota tá fazendo aqui?
– Vai se arrumar, a gente vai pra uma festa. - neguei.
– Não tô com cabeça pra festa agora. - me joguei na cama colocando a mão no rosto.
– Ah não, você me disse que você veio aqui pra comemorar os seus dezoito anos. E vai ficar aqui trancado no quarto? Daqui a pouco você vai embora e não aproveita nada daqui. - revirei os olhos.
– Você sempre me odiou, achei que você fosse fazer a mesma coisa da última vez. Transar e sumir. - ela soltou uma risada se levantando e vindo na minha direção.
– Bom... Esse era o plano. Até eu descobrir que você estava muito bom nisso.
– É pratica. - sorri pra mesma. - desde que eu perdi a virgindade com você naquele banheiro da festa eu nunca mais fiquei um mês sem transar.
– Então você está me dizendo que é ninfomaníaco? - sentou do meu lado com um sorriso safado me fazendo soltar uma risada.
– Não, eu só gosto de ser bom naquilo que eu faço. E é aquele ditado. Pratica leva a perfeição.
– E que perfeição em. - passou a mão na minha perna fazendo o meu pau despertar.
– Ok, vamos a festa. - levantei e ela sorriu. - Sou maior de idade agora, tenho que aproveitar. - falei indo pro banheiro. - tá afim de um banho?
– Até aceitaria, mas não tô afim de refazer a maquiagem. - cruzou as pernas. - te espero aqui. - assenti entrando no banheiro.
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Ódio é ÓDIO, Amor à Parte
Romance"Ódio ou amor? Qual sentimento é mais forte?" Hunter é um garoto cujo o maior talento é fazer festas, aquelas típicas festas de ensino médio americano. No último ano do ensino médio ele conhece uma garota novata na escola que consegue despertar uma...