3 7 - Impostora

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Louisiana
28 de dezembro
Terça-feira, 05:40

Bip…

Bip…

Bip...

— Acorde, Louisiana… Você vai perder a melhor parte.

Melhor… parte? O que…

Um forte tapa é desferido em meu rosto e meu corpo impulsiona para frente em um espasmo. Franzo cenho e me remexo enxergando tudo totalmente escuro.

Tento abrir os olhos, mas minhas pálpebras se recusam a abrir. É como se ela tivessem sido grudadas, não, é pior… é como se elas estivessem costuradas… Que porra é essa?

Eu não consigo abrir os olhos.

Mas eu consigo sentir.

Estou amarrada no que parece ser um tronco de árvore, posso escutar os sons de insetos silvestres e sinto a brisa fria soprar no meu rosto jogando meus fios de cabelo pelo ar. Tenho certeza que está de noite… mas…

Mas também estou ouvindo um aparelho de medidor de batimentos cardíacos. Posso sentir um fio conectado diretamente no meu coração.

O que está acontecendo?

— Me-melhor… parte? — digo tentando manter a calma para a voz muito familiar.

Estou tendo sucesso em falhar nessa missão, já que estou tremendo da cabeça aos pés.

— Ué? Você não está sabendo da novidade? — a voz solta um riso alto ecoando por todo meu sistema, fazendo com que meus tímpanos vibrem em uma dor desnorteante.

— Que novidade? — sussurro tentando fazer o melhor de mim para abrir meus olhos.

Não consigo me mexer, estou muito bem amarrada.

— Eu vou arrancar seu coração. — a voz diz após parar de rir. Sua voz se tornou sombria e melancólica.

Uma promessa dita, que eu sabia que seria cumprida. Eu sei que vai.

— Por quê? — é tudo o que eu consigo dizer.

— Abra esses malditos olhos e descobrirá.

— Eu não consigo. — digo sentindo o desespero subir por minha espinha.

Está frio, e não faço ideia do que está acontecendo. E eu estou fazendo tudo para manter o controle.

— Claro que você consegue, garota estúpida. — senti minha testa ser empurrada com força contra o tronco, fazendo com que  uma dor dilacerante se alastrasse pelo meu crânio. — Você está se achando boa demais, não é?

— O-o que? — me remexo me forçando a abrir a porra dos olhos.

Mas que inferno, eu realmente não estou conseguindo abrir os olhos. E eu não faço ideia do porquê.

— Você acha que essa máscara de boa menina que você criou vai permanecer aí por quanto tempo, hein? — zombou. — eu já estou vendo ela caindo.

Ódio é ÓDIO, Amor à Parte Onde histórias criam vida. Descubra agora