2 8 - Cicatrizes

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Louisiana

2 semanas depois...

Olho pra garota de cabelos enormes cacheados com uma sombrancelha arqueada enquanto dou uma mordida no meu hambúrguer.

— Lana, você quer um conselho? — cerrei os olhos olhando para as duas cicatrizes do rosto dela.

Uma era na testa e outra começava na boca e ia até metade do queixo.

Como será que ela ganhou essas cicatrizes?

Espero que não tenha sido como eu ganhei a minha... Acho que não foi. Ela não me parece uma pessoa que já foi esfaqueada.

Mas eu também não pareço, então eu não posso afirmar muita coisa.

— Conselho da garota que conseguiu o primeiro emprego com a Aurora Watson? Claro que sim. — ela soltou uma risada.

Eu tô a mais ou menos a duas horas andando com ela no shopping e ouvindo tudo sobre o que aconteceu com ela nos últimos meses.

Eu até sei como ela conheceu o namorado dela.

Desde aquele dia nós tecnicamente viramos amigas, a Cass continua sumida e eu ainda não fui na casa dela procurar e as coisas continuam as mesmas, ele tá um pouco mais tranquilo, mas continua insuportável.

— Não beba quando estiver perto do Hunter. — falou convicta. — estou te dando um conselho de irmã mais velha.

— Eu sou mais velha que você. — falei com convicção.

Na minha cabeça eu sou mais velha que ela. Eu não sei bem o porque. Mas a real é que eu não faço ideia de quando ela nasceu.

— Não é não. — negou como se soubesse do que estava falando e eu arqueei uma sombrancelha.

— Como você tem tanta certeza? — perguntei e ela olhou pro chão.

— Você nasceu em quatro de agosto... Eu nasci em oito de maio. — abri a boca chocada. — eu sou mais velha.

Ela sabe quando eu nasci.

Eu deveria me preocupar? Tipo... A fã aqui sou eu. Ou deveria ser... Não sei.

— O Hunter andou investigando você e consequentemente eu vi o dia em que você nasceu. — falou e relutante e eu continuei boquiaberta.

Porra, o Hunter é maluco.

Maluco mesmo, quando ele falou a faculdade que eu queria fazer eu não levei muito a sério aquele papo de "te investiguei", mas o cara tava falando sério.

O mais será que ele sabe sobre mim?

Ele tem o contato da minha psicóloga? Ele sabe dos meus diagnósticos? Ele sabe das minhas doenças psicológicas? Ele sabe que eu levei uma facada quando tinha quinze anos?

Acho que não, se ele soubesse dessas coisas ele não me perturbaria tanto.

Acho que se ele tivesse uma conversa de cinco minutos com a minha psicóloga ele teria medo de mim.

Acho que ele manteria a distância até... Será que se eu falar pra ele, ele me deixaria paz?

— Enfim, a última vez que eu bebi perto desse carinha eu acabei com essa cicatriz aqui. — apontou para o queixo. — então como sua irmã mais velha eu te aconselho a evitar cometer os mesmos erros que eu.

Olhei para onde ela apontava, era a cicatriz iniciava no lábio inferior e terminava na metade do queixo.

Já sei como ela ganhou uma.

Ódio é ÓDIO, Amor à Parte Onde histórias criam vida. Descubra agora