Volteiii caralhooo, BOA LEITURA
ATÉ O PRÓXIMO !!!!!
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Trina ficou balançando a cabeça.
— Nem sei o que dizer.
— Não há o que dizer. Não há palavras para isso. Faz uma semana, e ainda não sei como descrever direito o que aconteceu.
Eu havia acabado de contar à minha chefe a minha experiência estranha com Alexandra Woods, começando por sua relutância em me deixar chegar perto dela e terminando com o horror de ter derrubado a concha que guardava as cinzas de sua esposa. Felizmente, embora a concha tivesse quebrado, as cinzas permaneceram seguras dentro do saco plástico fechado ― diferente das minhas entranhas, que pareciam ter saltado de mim e se espatifado por toda parte. Eu não conseguia imaginar como me sentiria se aquelas cinzas não estivessem protegidas, se, Deus me livre, elas tivessem se espalhado pelo chão. Talvez eu fosse precisar de terapia.
— Então, como ficaram as coisas antes de você sair de lá?
— Depois que Lexa recolheu os pedaços da concha, sem me deixar tocar em nada, disse que sua esposa falecera de repente há cerca de um ano e meio. Ela não me deu mais detalhes sobre o que acontecera. Nós duas concordamos que seria melhor eu ir embora, então foi o que fiz logo depois de usar o banheiro rapidamente, já que tinha quase feito xixi nas calças.
Trina franziu a testa.
— Nossa. Isso é tão triste.
— Eu quase ter feito xixi nas calças?
— Bom, isso também, mas principalmente a esposa dela ter morrido. E isso explica o comportamento territorial do cachorro.
— Aham. Winston provavelmente pensou "Quem diabos é essa vadia tocando a minha dona?". — Balancei a cabeça. — Quando entrei lá, pensei que Lexa fosse apenas uma babaca ranzinza. Mas, cara, até o momento em que fui embora, pude entender por que ela agiu tão retraída. Quer dizer, perder a esposa tão jovem assim... Ainda estava curiosa sobre Alexandra, sem redes sociais, apenas algumas fotos pela posição que ocupa em seu trabalho, e ainda mais sobre o que Trina me contou sobre sua intersexualidade, até o momento não sei definir se isso também era real...
O tempo que passei na casa de Lexa estava me assombrando. Mal pensava em outra coisa além do que acontecera naquele dia. Eu ainda tinha tantas perguntas, para as quais eu nem ao menos tinha o direito de obter respostas. Como ela morrera? Lexa se sentia solitária? Eu queria que ela tivesse me deixado massageá-la, para que pudesse escapar da realidade por um tempinho. No entanto, eu estava aliviada por não ter tido a oportunidade de estragar isso também.
Naquela noite, eu estava na cozinha com o meu pai. Costumávamos sentar à mesa abrindo pistaches e assistindo ao programa Jeopardy! quando ele não tinha que trabalhar no turno da noite na fábrica.
Eu não tinha vergonha alguma de ainda morar na casa do meu pai aos 24 anos. Havia bastante espaço em nossa casa, e nos dávamos muito bem. Não fazia sentido gastar minhas economias em um aluguel. Meu pai não queria ficar sozinho, e eu o ajudava cozinhando, limpando e fazendo compras no mercado. Então, era vantajoso para nós dois. Eu ganhava o suficiente para ter meu próprio apartamento, mas isso me ajudava a economizar para uma viagem que eu pretendia fazer para fora do país. Tinha quase certeza de que seria para a Europa. Ainda não havia decidido o local exato, mas sabia que queria explorar novos territórios em algum momento antes dos trinta anos. Ainda tinha um tempo para decidir.
— Acho que isso pode te interessar. — Meu pai me entregou um panfleto. — Chegou pelo correio hoje.
Era da faculdade onde estudei, a Faculdade de Música de Boston, anunciando um programa feito para ex-alunos para dar aulas de música na França. Na parte da frente, havia uma foto de uma mulher segurando um trombone, rodeada por crianças no que parecia ser um campo. O panfleto incluía as informações sobre como acessar a inscrição on-line.
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L. Woods
RomanceComo massoterapeuta itinerante, eu estava acostumada a entrar na casa de estranhos, mas no dia em que cheguei à imensa casa de Alexandra Woods, não fazia ideia do que me esperava. Esse trabalho era diferente de qualquer outro. Do lado de fora da cas...