Senadora dos Estados Unidos da América

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Horas após a retirada do coma induzido, Sandra acordou. Beatrice estava no quarto com ela, acompanhada de seu pai que a abraçou imediatamente ao ver seus olhos abrirem. Beatrice a abraçou em seguida:

-Que bom que você acordou, senhora senadora dos Estados Unidos da América e minha mãe.

O resultado das eleições ainda não tinha sido completamente apurado, mas com o número de votos recebido, Sandra já tinha sido declarada eleita.

-Eu achei que não ia conseguir sobreviver.

-Mas você sobreviveu, mãe. Você é gigante. Agora fica quietinha aí e não fala muito. Você precisa descansar.

-Quero ver minha neta. - Sandra exigiu.

Beatrice abriu um sorriso enorme, beijou a mão de sua mãe e garantiu que no dia seguinte a levaria até o hospital, se os médicos autorizassem. Ela estava em casa com Ava. Os últimos dias tinham sido muito tumultuados e todos estavam muito abalados. Eva conseguia sentir o peso das pessoas ao seu redor.

Poucos minutos depois de acordar, o médico de Sandra chegou ao quarto para verificar o estado dela e emitir nota a imprensa novamente. Durante todo o dia o hospital era bombardeado com perguntas sobre o estado de saúde da senadora.

Sandra ainda precisaria ficar no hospital por vários dias para fazer o acompanhamento médico, mas tão logo tivesse condições, receberia alta hospitalar e manteria os cuidados em casa. Seu marido já havia desmarcado todos os compromissos profissionais e entrado em licença pra se dedicar a esposa.

Os médicos autorizaram a entrada de Eva em três dias. Era o tempo em que Sandra estaria mais forte pra receber a visita de uma criança.

Enquanto estava no hospital com o marido, Sandra conversou com ele sobre o relacionamento de Beatrice com Ava e sua mudança em relação a elas. Por mais que ela insistisse, ele se mantinha irredutível, mas se comprometeu em tratar bem mãe e filha.

Quando Eva finalmente chegou ao hospital, levando flores em suas mãos e entregando-as a Sandra, ela se desmanchou pela menina como sempre fazia nos últimos dias ao vê-la, antes do atentado.

O pai de Beatrice apenas assistia a cena, sorrindo de forma contida algumas vezes. Por mais que não quisesse deixar  transparecer, o pai de Beatrice ficava fascinado por Eva. Ela era uma criança muito esperta e cativante. Por mais que não tivesse o sangue de Beatrice, muitas coisas na menina lembravam a sua filha naquela idade.

Treze dias depois de acordar do coma, Sandra teve alta e poderia ir pra casa. A primeira aparição pública da senadora seria na porta do hospital, durante sua saída. Beatrice fez questão de estar ao lado da mãe, que pediu a Ava que estivesse ao lado da filha. No momento da saída, o pai de Beatrice empurrava a cadeira de rodas, enquanto Ava e Beatrice estavam de braços dados, ao lado dos dois. Do lado de fora havia sido montado um forte esquema de segurança. Haviam muitos curiosos e a imprensa em peso estava lá fora, prontos para registrar os primeiros momentos da senadora fora do hospital depois do atentado.

Ao avistarem a família na porta, era possível perceber os milhares de flashes vindos na direção deles. Pessoas do lado de fora, além da equipe do hospital, aplaudiam a senadora que se levantou da cadeira e acenou para todos. Aquele momento histórico estava sendo transmitido ao vivo para todo o mundo. O sorriso da senadora e seu marido, de Ava e Beatrice estavam estampados em todas matérias jornalísticas e em todo os portais de notícias naquele momento e no dia seguinte estampavam as capas dos maiores jornais do mundo.

O evento que Beatrice seria sócia havia sido adiado depois do atentado sofrido por sua mãe, e passado aquele período já havia sido remarcado para dali dez dias.

Ava estava preparando um quadro que seria dado por ela de presente ao museu, porém não havia falado do que se tratava nem mesmo para Beatrice.

Ao pintar o quadro, Ava tinha total ciência de que deveria ser algo histórico, afinal, se tratava de um museu e museus contavam histórias.

Chegando o dia do evento, o quadro de Ava estava coberto por um tecido de seda, junto a outros quadros que ocupavam o espaço do museu e outros que estavam sendo doados para o lugar.

Depois do discurso de Beatrice e sua sócia no evento, era chegado o momento da revelação do quadro que estava coberto.

Ava pediu que Beatrice levantasse o tecido, já que ela era uma das organizadoras do evento. Muitas lentes estavam viradas para Beatrice naquele momento, quando ela levantou o tecido e se deparou com a pintura de um dos momentos mais marcantes da história dos Estados Unidos da América, a imagem que tinha rodado o mundo nos últimos dias, pintada pelas mãos de Ava, uma artista recém descoberta, mas que já fazia sucesso como poucos: a senadora Sandra, de pé, na frente do hospital, acenando para as dezenas de pessoas que estavam a sua espera após sofrer um atentado no dia das eleições.

Todos os presentes aplaudiam o quadro pintado por Ava. Beatrice estava emocionada. Aquele quadro significava muito pra ela e ver aquele momento representado por Ava, fazia com que se tornasse ainda mais especial. Todos pediram que Ava falasse sobre o quadro pintado, então ela o fez:

-Falar sobre esse quadro é emocionante pra mim. Eu não poderia trazer nada diferente pra um museu. Museus guardam e contam histórias e essa história, com tudo que há por trás dela, será contada e recontada em solo não só americano, mas em todo o mundo, enquanto houver mundo, e o mundo precisa conhecer a força dessa mulher. Sandra Yong, minha sogra, mãe da mulher que eu amo e escolhi pra estar ao meu lado pelo resto da vida, merece ser conhecida e reconhecida por sua força e determinação.

Todos os presentes aplaudiam o momento e a fala de Ava que já estava sendo reproduzida em todos os lugares.

Ao fim do evento, Beatrice havia organizado a comemoração para todos os colaboradores do evento, como sempre fazia, mas dessa vez ela não comemoraria com eles.

-Gente, eu peço desculpas a vocês, mas acredito que vocês vão entender. Dessa vez eu não vou sair com vocês como todas as vezes. Irei comemorar com minha mãe. Agradeço a vocês por tudo que fizeram. Por terem segurado as pontas e carregarem esse evento nas costas quando eu não pude fazê-lo. Minha equipe, vocês são demais e eu nunca vou cansar de dizer isso.

Ava e Beatrice passaram em casa pra pegar Eva e depois foram pra casa de Sandra. Passariam lá o resto do dia e também a noite. Voltando pra casa apenas no final do dia seguinte, que seria um dia de folga pra todos os colaboradores de Beatrice, já que tinham trabalhado incessantemente nos últimos dias pra que o evento acontecesse.

...

Gente, espero que vocês estejam gostando da fic. O próximo capítulo muito provavelmente será o último, mas já quero avisar pra vocês que iniciarei outra fic Avatrice, também fora do cenário Warrior Nun, onde Ava e Beatrice são duas policiais do FBI. Se quiserem conferir, já podem entrar aí no perfil e salvar pra acompanhar.

Avatrice - que bom que te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora