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CLARA D'ÁVILA | point of view
DIA DE SEMIFINAL! Hoje é o segundo dia mais apreensivo do mundo, o primeiro vai ser o dia da final, com certeza. O jogo só seria de noite, mas estávamos todos respirando futebol durante todo o dia de hoje.
Diogo acordou super cedo por ansiedade e não me deixou dormir depois disso, ficou mandando eu mandar mensagem pro Neymar perguntando se ele estava bem e se a seleção em si estava bem, falei que não ia mandar e ele próprio mandou. Não dormi com Júnior hoje justamente porque quero que ele fique o dia inteiro pensando nesse jogo e sem nenhum tipo de distração, embora o atacante não tenha concordado muito com isso, inclusive declarou estar com raiva de mim, mas é drama, conheço a peça.
Quanto mais as horas passavam, mais ficávamos apreensivos, não é qualquer semifinal, é uma semifinal contra a Argentina, nosso maior rival no futebol, não tinha nem como estar tranquilo, ganhar este jogo é importante em todos os quesitos e sentidos. Não podíamos perder.
— Já estou pronto. — Diogo abre a porta do meu quarto e me deparo com ele vestido com todo o uniforme da seleção brasileira, um óculos verde e amarelo totalmente enfeitado, as bochechas com um pouco de tinta, um chapéu do Brasil e uma vuvuzela na mão.
— Diogo, ainda é quatro horas da tarde, o jogo só é dez horas da noite. — dou risada vendo aquela cena, só ele mesmo para me fazer rir em um dia como esse.
— Sim, já está tarde e você ainda não está arrumada, hoje é dia de pisar nos hermanos, hoje tem gol do menino Ney caralho.
— Que Deus te ouça, querido irmão.
— Manda ele dedicar o gol pra mim? Nunca te pedi nada.
— Pede você pra ele, doido.
— Já assumiram? — questiona, se sentando na cama.
— Estamos deixando fluir, não estamos escondendo mas também não estamos deixando tudo claro, sacou? — ele assente.
— Meu primeiro sobrinho vai ser filho do Neymar, eu nem sei explicar que tipo de emoção eu vou sentir com isso, meu Deus do céu. — solto uma gargalhada quando escuto seu comentário.
— Vai com calma, 'tô jovem ainda, você que é mais velho e já deveria ter me dado um sobrinho.
— Filhos são uma responsabilidade muito grande e eu nem sei o que significa essa palavra direito, então passo essa função de dar um neto pro papai para você. — responde. — Você vai ir pra Paris depois? — pergunta, meio receoso.
— Não sei ainda, por quê? — pergunto, curiosa por sua expressão ter mudado repentinamente.
— Nada, vai ser chato não ter ninguém pra encher o saco. — admite, rindo e eu dou risada também.
