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CLARA D'ÁVILA | point of view
NEYMAR ME CONVIDOU prair passar a noite em seu quarto hoje, e eu realmente não sei se vou ou não. Não lidei com muitos homens até hoje, mas sei que um convite desses só quer dizer uma coisa: sexo. E isso me assusta.
Aliás, não contei nem para Diogo sobre o convite, já é finalzinho de tarde e acho que só vou contar para minha mãe, mas ainda estou tomando coragem pra isso. Acho que os meninos vão treinar de noite, então se eu for, vou ter que ir depois das dez da noite.
Chamo minha mãe no quarto e ela entra em meu quarto. Tranco a porta para que ninguém entre.
— Tenho que te falar uma coisa. — Esfrego as mãos uma na outra.
— Pode me falar, princesa. — Vejo minha mãe se sentar em minha cama e me sento ao lado dela.
— Espera aí, 'tô nervosa. — Minha mãe pega em minha mão me acalmando e então tomo coragem. — Eu beijei o Neymar. — A mulher que está em meu lado fica surpresa.
— Meu senhor amado. Filha do céu, finalmente você está desencalhando, vocês estão... Como que fala? — Franzo o cenho. — Aquilo lá, que vocês não namoram, mas se beijam.
— Ficando?
— Isso! — Exclama. — E vocês já fizeram alguma coisa?
— Sim, mãe, a gente se beijou.
— Não boba, tô falando de algo a mais, sabe... Aquilo que geralmente se faz no escurinho, no escondido, você sabe Clara.
— Meu Deus, mãe, que horror, não, nunca fiz isso. — Sinto minhas bochechas começarem a esquentar.
— Ué filha, você está exposta a isso agora, seria legal você perder a virgindade com um jogador de futebol, eles tem bastante disposição, são fortes, rápidos... — Ouço Carmen — minha mãe — falar.
— Mãe, chega, deixa eu falar. — Já estava morta de vergonha. — Ele me convidou pra dormir lá no hotel.
— Eita! Já entendi, você quer que eu te fale como é ter relação sexual.
— Não mãe, eu só queria te avisar que vou dormir fora, não significa que a gente vá transar.
— Se você quiser fazer filha, você faz, não se prende tanto assim. — Reviro os olhos, me levanto e começo a puxar a mão de minha mãe.
— Tá bom mãe, já entendi, pode ir agora.
— Usa camisinha. — Última coisa que escuto da boca da mulher, antes de ter fechado a porta de meu quarto.
