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CLARA D'ÁVILA | point of view
EU ESTOU SURTANDO INTERNAMENTE, quanto tempo será que leva pra eles descobrirem meu nome ou dos meus familiares? Sem contar que alguns dos meninos me seguem, encontrando meu perfil, já consegue sacar que eu realmente estou indo ver um deles.
Pra piorar, Neymar ainda não me respondeu e eu estou com vergonha de mandar mensagem pra ele de novo e com medo dele me achar chata e desesperada por estar insistindo em falar com ele. Mas, porra, eu conversava com ele todos os dias, via ele todos os dia, é claro que sinto falta, talvez ele não sinta, quer dizer, com certeza não sente, mas eu ainda sinto.
Respiro fundo e sigo meu caminho até o Starbucks, Duda já deve estar lá e eu estou fazendo ela me esperar.
Assim que chego lá, já observo a loira e os meninos sentados numa mesa já comendo. Vou logo pedir um chá pra me acalmar e vou até a mesa.
— Você 'tá bem? — Duda pergunta preocupada antes mesmo que eu me sente na cadeira.
— Não muito. Oi meninos, como vocês estão pequenos? — Sento ao lado de Benício.
— Bem, tia, olha meu brinquedo novo. — Benício me mostra seu brinquedo do homem de ferro.
— Que lindo Bê, você já brincou muito com ele? — Ele assente. — E você Pippo? Que brinquedo é esse na sua mão?
— Homem-aranha. — Filippo fala com sua dicção típica de bebê.
— Nem adianta disfarçar, já até sei o que é. — Eduarda chama minha atenção.
— Viu as notícias?
— Sim, eu te chamei justamente porque queria te avisar com calma e não te deixar desesperada, mas você viu primeiro. — Olho para os cantos do estabelecimento enquanto mordo o meu lábio inferior com força tentando afastar os pensamentos. — Falou com o Ney?
— Ele não me responde desde ontem. Deve estar mal ainda, daqui a pouco ele deve entrar em contato comigo. — Afirmo tentando me convencer de que isto realmente vá acontecer.
