Ela é meu probleminha diário
Que eu sempre gosto de resolver
Parou de responder os otário
Depois de me conhecer.
...
Ela faz de um jeito louco, que chega a mudar minha visão
É que ela me deixa louco, mas nunca me deixa na mão.
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pov: Lua Atenção: capítulo com duas narrações
Já eram 19:45 e eu estava mais ansiosa e nervosa do que gostaria de admitir. Talvez o fato de que eu passaria horas a sós com o Gabriel, o garoto com quem eu tive muitas das minhas primeiras vezes, o jogador de futebol tão amado e odiado, o famoso "Gabigol" estivesse me assustando.
Quer dizer, eu e ele não nos víamos já faziam anos, e se em um certo momento caíssemos em um silêncio desconfortável? E se faltasse assunto? E se eu — ou pior, ele — trouxesse a tona alguma história do passado que não deveria?
Foram tantos "e se?" que mal percebi quando ele me enviou algumas mensagens dizendo que já tinha chegado, o que devido a sua falta de paciência, o fez ligar para o PA, me fazendo entrar em desespero assim que escutei a voz do meu irmão dizer que iria ligar para o porteiro liberando a entrada.
— PA, nem ouse! Senão eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu jogo aquela sua camiseta do Flamengo no triturador! — O ameaço começando a descer as escadas com pressa.
— Cê não 'tá nem louca, aquela camiseta é autografada e traz sorte.
— Então confia nessa sorte aí pra ver se ela não fica em pedaços rapidinho.
Saio de casa batendo a porta antes que ele tente rebater a minha fala, ou pior, que tente descer junto comigo. Já no elevador, me olho no espelho e ajeito o meu cabelo tentando deixar o volume ainda mais arredondado.
A roupa que eu estava usando era bonita, mesmo que não tivesse nada demais. O vestido preto com uma pequena fenda na coxa esquerda realçava a minha silhueta deixando a curvatura da cintura mais aparente, nos pés o coturno preto e jogada nos ombros uma jaqueta preta caso a noite no RJ resolvesse por algum milagre, esfriar. Segurava pela alça com a mão direta uma bolsa pequena da mesma cor, somente o colar que havia pegado do PA sem que ele soubesse e os brincos de prata quebravam a paleta escura escolhida para quase todas as ocasiões.
Assim que a porta do elevador abriu, passei pela portaria recebendo um olhar arregalado do Sr. João como se estivesse dizendo "Você sabe quem está lá fora te esperando?!", soltei um riso abafado e balancei a cabeça positivamente levando o dedo até os lábios fazendo um pedido não verbal para que ele mantivesse segredo.
O conhecendo da forma que conheço, sei que precisaria explicar toda a história, e com detalhes, caso o contrário no outro dia já teria alguma mensagem no grupo do condomínio do tipo "Vocês nem sabem com quem a Senhorita Lua se encontrou ontem 👀"
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