14

307 31 22
                                    


Não que eu não goste do Rio de Janeiro, mas poxa, precisava desse sol de rachar logo cedo? Na real a mancada foi minha de ter deixado a cortina e a janela aberta, agora o meu despertador era o som dos pássaros que pareciam mais estar em uma discussão séria.

E pra piorar, assim que abri os meus olhos senti que a minha cabeça iria explodir a qualquer momento. Que ótima forma de começar o dia.

— Merda... — Reclamei de dor fechando os olhos para tentar amenizar a pressão que eu estava sentindo nas têmporas e atrás dos olhos. Passei os meus braços pela cama procurando o meu celular que sempre se perdia entre os lençóis, mas para a minha surpresa não encontrei uma telinha pequena com uma capinha de gatinho, mas sim choquei a minha mão em algo quente, e assim que abro os meus olhos sinto a minha dor de cabeça triplicar. — Ah, mas nem fodendo.

Gabriel Barbosa estava deitado do meu lado sem camisa e com o cabelo todo bagunçado. Parece que eu não tive um sonho lúcido, foi tudo real até demais. No susto, reviro a cama desesperada atrás do meu celular para saber que horas eram, e pelo desespero acabo acordando ele.

— Um "Bom Dia" seria bem melhor do que acordar sendo sacudido dessa forma. — Murmura bocejando e passando a mão pela barba.

— Cadê o meu celular? Eu devo estar atrasada pro trabalho. — Me desespero me levantando da cama e puxando os lençóis.

— Sei lá, mano...pega o meu. — Como um bicho preguiça, ele estica o braço até a mesinha que fica do lado da cama e pega o IPhone 13 me entregando sem mais nem menos.

O desespero fica ainda maior quando vejo "08:37" no ecrã do celular.

— Puta que pariu, eu 'tô muito atrasada! — Jogo o celular na cama e corro até o guarda-roupa pegando a primeira roupa que vejo pela frente.

— Tá maluca? Ainda tá cedo.

— Eu preciso bater ponto oito horas, Gabriel.

— Isso aí que estão fazendo com você é trabalho escravo. — Ele diz com a voz arrastada enquanto se ajeita na cama bagunçada.

Reviro os olhos pelo comentário desnecessário e corro até o banheiro já pronta pra tomar o banho mais rápido de toda a minha vida. Ontem eu disse que estava pronta para descer de tobogã para o inferno caso ele existisse, e acho que o karma acabou chegando rápido demais na porta de casa.

Assim que saio do banheiro já vestida, pego todos os meus produtos de beleza que estavam em cima da pia organizadinhos e jogo tudo dentro da bolsa. Eu não estava nem doida de perder qualquer minutinho precioso com a minha vaidade. Desço correndo as escadas terminando de calçar o tênis, torcendo mentalmente que essa onda de azar me dê ao menos um segundo de paz para que eu conseguisse chegar no andar de baixo sem cair e sair rolando.

— Eu ia fazer alguma coisa pro café da manhã, mas normalmente eu como ovo por causa da dieta, só que eu esqueci que cê é vegana né, então pensei de a gente passar em uma padaria e...

— Eu não tenho tempo pra isso, Gabriel. Preciso ir logo pro CT. — Dou de ombros pra toda aquela conversa desnecessária e vou até a cozinha pegando um copo de água para tomar o meu remédio.

— Relaxa pô, o pai é piloto de fórmula um. Cê vai chegar rapidão lá no Ninho.

— Eu não vou pegar carona com você.

— E por que não?

— Que parte do "nosso relacionamento não pode sair do profissional" você não entendeu? Você nem deveria estar aqui, se nós chegarmos juntos eu vou ser despedida na certa.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 27 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Meu Probleminha Diário • Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora