Não que eu não goste do Rio de Janeiro, mas poxa, precisava desse sol de rachar logo cedo? Na real a mancada foi minha de ter deixado a cortina e a janela aberta, agora o meu despertador era o som dos pássaros que pareciam mais estar em uma discussão séria.
E pra piorar, assim que abri os meus olhos senti que a minha cabeça iria explodir a qualquer momento. Que ótima forma de começar o dia.
— Merda... — Reclamei de dor fechando os olhos para tentar amenizar a pressão que eu estava sentindo nas têmporas e atrás dos olhos. Passei os meus braços pela cama procurando o meu celular que sempre se perdia entre os lençóis, mas para a minha surpresa não encontrei uma telinha pequena com uma capinha de gatinho, mas sim choquei a minha mão em algo quente, e assim que abro os meus olhos sinto a minha dor de cabeça triplicar. — Ah, mas nem fodendo.
Gabriel Barbosa estava deitado do meu lado sem camisa e com o cabelo todo bagunçado. Parece que eu não tive um sonho lúcido, foi tudo real até demais. No susto, reviro a cama desesperada atrás do meu celular para saber que horas eram, e pelo desespero acabo acordando ele.
— Um "Bom Dia" seria bem melhor do que acordar sendo sacudido dessa forma. — Murmura bocejando e passando a mão pela barba.
— Cadê o meu celular? Eu devo estar atrasada pro trabalho. — Me desespero me levantando da cama e puxando os lençóis.
— Sei lá, mano...pega o meu. — Como um bicho preguiça, ele estica o braço até a mesinha que fica do lado da cama e pega o IPhone 13 me entregando sem mais nem menos.
O desespero fica ainda maior quando vejo "08:37" no ecrã do celular.
— Puta que pariu, eu 'tô muito atrasada! — Jogo o celular na cama e corro até o guarda-roupa pegando a primeira roupa que vejo pela frente.
— Tá maluca? Ainda tá cedo.
— Eu preciso bater ponto oito horas, Gabriel.
— Isso aí que estão fazendo com você é trabalho escravo. — Ele diz com a voz arrastada enquanto se ajeita na cama bagunçada.
Reviro os olhos pelo comentário desnecessário e corro até o banheiro já pronta pra tomar o banho mais rápido de toda a minha vida. Ontem eu disse que estava pronta para descer de tobogã para o inferno caso ele existisse, e acho que o karma acabou chegando rápido demais na porta de casa.
Assim que saio do banheiro já vestida, pego todos os meus produtos de beleza que estavam em cima da pia organizadinhos e jogo tudo dentro da bolsa. Eu não estava nem doida de perder qualquer minutinho precioso com a minha vaidade. Desço correndo as escadas terminando de calçar o tênis, torcendo mentalmente que essa onda de azar me dê ao menos um segundo de paz para que eu conseguisse chegar no andar de baixo sem cair e sair rolando.
— Eu ia fazer alguma coisa pro café da manhã, mas normalmente eu como ovo por causa da dieta, só que eu esqueci que cê é vegana né, então pensei de a gente passar em uma padaria e...
— Eu não tenho tempo pra isso, Gabriel. Preciso ir logo pro CT. — Dou de ombros pra toda aquela conversa desnecessária e vou até a cozinha pegando um copo de água para tomar o meu remédio.
— Relaxa pô, o pai é piloto de fórmula um. Cê vai chegar rapidão lá no Ninho.
— Eu não vou pegar carona com você.
— E por que não?
— Que parte do "nosso relacionamento não pode sair do profissional" você não entendeu? Você nem deveria estar aqui, se nós chegarmos juntos eu vou ser despedida na certa.
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Meu Probleminha Diário • Gabigol
FanficEla é meu probleminha diário Que eu sempre gosto de resolver Parou de responder os otário Depois de me conhecer. ... Ela faz de um jeito louco, que chega a mudar minha visão É que ela me deixa louco, mas nunca me deixa na mão.