Ela é meu probleminha diário
Que eu sempre gosto de resolver
Parou de responder os otário
Depois de me conhecer.
...
Ela faz de um jeito louco, que chega a mudar minha visão
É que ela me deixa louco, mas nunca me deixa na mão.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
📍São Bernardo do Campo, bairro Montanhão - 2007 Pov: Lua
— A mamãe já falou que não gosta quando você fica correndo dentro de casa, da última vez você quebrou o porta retrato da vovó. — Repreendo meu irmão.
Ele colocou na mente que quer virar atleta, e de um tempo pra cá tudo o que sabe fazer é ficar correndo em todo lugar, levantar o saco de arroz com uma mão só e ficar fazendo flexão com cara feia. Desde que começou com isso não tem tempo nem pra brincar comigo.
— Deixa de ser chata, Lua, quando eu for um atleta bem famoso você vai me ver na televisão. — Ele explicou se jogando no sofá.
Tentou se aproximar mas eu o afastei com os pés. Não gostava de quando ele vinha me abraçar todo suado.
— Como você vai virar famoso levantando saco de arroz, PA?
— É pra eu ficar forte, você não entende porquê ainda é criança.
— Eu não sou criança. — Reclamo jogando uma almofada em seu rosto. — Nós temos um ano de diferença, não começa.
— É uma bebêzinha que ainda dorme abraçada com aquele ursinho de pelúcia fedido!
— Ele não é fedido! E o nome dele é Pimpão, foi a vovó que me deu!
Assim que peguei a mesma almofada de volta para jogar em seu rosto como havia feito antes, ele se levantou e começou a correr colocando a língua pra fora e gritando "lalalalalala você não me pega".
Estávamos em um jogo de pega-pega quando nossa mãe abriu a porta com uma sacola na mão.
— Que bagunça é essa aqui, eu posso saber? — Dona Mari perguntou levando as mãos até a cintura. — Já disse que se forem brincar é para ir lá pra fora, dentro de casa não é lugar pra isso.
— Mãe, o PA estava correndo dentro de casa mesmo depois da senhora ter dito pra ele parar!
— Dedo Duro!
— Pois bem, os dois vão lá pra fora brincar e me deixem fazer a janta em paz.
Sem nem pensar duas vezes, calço o meu chinelo e saio correndo passando pelo portão, PA vem logo atrás, e provavelmente se me pegar irei levar um cascudo por ter dedurado ele pra mamãe.
Nós corremos tanto que as minhas pernas já estavam cansadas, quando olhei pra trás vendo que meu irmão estava cada vez mais próximo fiz questão de levantar as mãos balançando no ar como se estivesse "pedindo tempo".
— Eu cansei, não aguento mais correr!
— Lua, cuidado!
PA gritou, e antes que eu pudesse olhar pra frente, sinto um baque forte me fazendo cair de bunda no chão.
— Ai... — Resmungo passando a mão na testa onde havia sido o impacto.
— Você 'tá bem? — Um menino com o cabelo bem estranho e as sobrancelhas grossas pergunta se abaixando ao meu lado. — Eu não te vi, sinto muito.