Ela é meu probleminha diário
Que eu sempre gosto de resolver
Parou de responder os otário
Depois de me conhecer.
...
Ela faz de um jeito louco, que chega a mudar minha visão
É que ela me deixa louco, mas nunca me deixa na mão.
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meta para o próximo capítulo: 20 comentários. atenção: tema sensível (TA) abordado ________________________________________
Pov: Lua
Já haviam se passado dois dias desde o nosso “encontro desastroso”, e durante esse tempo o Gabriel não insistiu em mandar mensagem o tempo todo como eu achei que fosse acontecer devido a sua fala. Na verdade se nós trocamos mais de cinco mensagens assim que eu cheguei em casa, foi muito. E não é que eu esteja chateada com isso, não, na verdade estava sentindo como se fosse melhor assim, porquê se eu não soube como reagir com acontecimentos do passado sendo lembrados, quem dirá se ele inventasse de reviver.
Com certeza eu teria um troço.
Sobre o retorno do Flamengo, ainda não tinha recebido nenhuma ligação, mas não estava nervosa quanto a isso, quase todas as empresas demoravam no mínimo duas semanas para entrar em contato após a primeira entrevista, mas era impossível não ficar ansiosa. Tinha dito quando saímos que não estava preocupada, mas porquê ainda era recente, agora, com bastante tempo a sós com a minha mente, estava começando a surtar. E se não me contratarem? Eu estou perdendo tempo aqui parada. E se me contratarem e eu não souber lidar com a diferença? Novamente, vários “e se?”
PA não estava saindo ileso dessa guerra interna que estava se iniciando, sempre que ele estava treinando eu chegava atrapalhando toda a sua concentração para fazer perguntas do tipo “Como é o pessoal do Flamengo? Será que nós vamos precisar fazer uma sessão coletiva? Como eu vou lidar com aquele monte de homem tendo opiniões diferentes?” ele, por sua vez, continuava com os seus afazeres já que sabia que as perguntas eram mais retóricas do que tudo.
Agindo como a ótima profissional que sou, eu saberia lidar muito bem com toda essa situação se estivesse vindo de algum paciente, mas como se trata de mim mesma, estava meio difícil aplicar todo o meu conhecimento. E um reflexo disso era a compulsão alimentar que havia surgido junto com todos esses pensamentos e questionamentos.
O tanto que eu estava comendo não era habitual. Lembro da noite passada ter descido na cozinha no mínimo umas seis vezes, e durante a madrugada o PA até se levantou preocupado com toda a barulheira que estava escutando. A real é que pessoas que já estão familiarizadas com o transtorno alimentar poderiam mudar de oito pra oitenta com qualquer mínimo gatilho, em uma noite você pode estar se recusando a comer um brigadeiro e já pela manhã você pode devorar um pote de nutella sozinho. Era imprevisível e inconstante.
Dito isso, aqui estou eu jogada na cama com um balde de pipoca em uma mão, um copo de suco na outra e jogado nos lençóis uma barra de chocolate ainda fechada.
— Lua, ‘tá ocupada? — PA pergunta entrando sem mais nem menos.
— ‘Tô. — Respondo abrindo o chocolate e dando uma mordida na primeira fileira.
