Acordei com a luz do sol batendo forte em meu rosto, aperto meus olhos e começo a abri-los lentamente, quando minha visão se ajusta me vejo encostada e abraçada em Neteyam. Fico estática e tento me lembrar de como paramos aqui. Aos poucos as memórias foram voltando aos poucos, como em flash's.
Depois do nosso primeiro beijo, digamos que rimos muito, brincamos muito, beijamos muito, deitamos juntos e apenas dormimos. Sorri com as lembranças, ao mesmo tempo que me senti meio culpada por estar pegando um garoto no dia em que a única mulher que conheci como mãe morreu. Tento me desvencilhar do garoto sem acorda-lo mas falho miseravelmente. Encaro o rosto do rapaz fazer algumas caretas devido a luz do sol em seu rosto, e logo em seguida olha pra baixo e me vê, ele sorri e da um beijo no topo de minha cabeça.
— Bom dia! — Ele diz ficando sentado, fazendo fazer o mesmo.
— Oi. — Ele me olha e vira a cabeça pro lado em dúvida.
— Você está bem? — Ele pergunta acariciando minha bochecha.
— Vou ficar. — Respondo e ele sorri minimamente.
— Vamos, temos muito trabalho pra fazer.
Ele levanta num pulo e estende a mão pra me ajudar a levantar. Eu pego a mão dele e levanto rápido, ficamos bem próximos um ao outro, com nossos corpos quase totalmente colados, com nossas mãos ainda entrelaçadas.
— Oi. — Digo ganhando um rubor arroxeado nas minhas bochechas.
— Oi. — Ele responde com um pequeno sorriso formado no canto de sua boca. Assim com a mão que lhe resta ele agarra minha lomba e me dá um beijo rápido.
(...)
Depois de horas de trabalho e pesquisa, encontramos uma planta de um projeto para a proteção de Pandora para com o povo do céu, coisas úteis que de fato poderiam mais tarde fazer a diferença. Também encontramos um dispositivo com informações em tempo real da nave mãe Sky People, que sem dúvidas ajudaria na batalha; nele tinham também as fichas de seus soldados, a maioria deles eram formados por avatares.
Um deles me chamou bastante atenção, Miles Quaritch, com certeza era um avatar, e não me era estranho, mas de qualquer forma segui. O escritório de minha mãe sempre foi um lugar só dela, era uma das coisas que ela mais valorizava, sua privacidade e eu sempre respeitei, não quer dizer que nunca estive curiosa pra saber o que tinha lá. Entrei e era repleta de livros, pastas e documentos espalhados por toda parte, uma mesa com uma foto nossa logo encima é um armário enorme na ponta.
Vasculhei tudo que pude vasculhar e só me restava o armário, abri com uma certa dificuldade e encontrei apenas alguns livros e uma caixa grande com meu nome escrito, franzo o cenho e a pego, ponho no chão e abro, nela tinha um álbum de fotos minhas, uma espécie de roupa tribal é uma carta. Pego a carta e analiso com cuidado.
"Rey meu amor, sei que em algum momento encontrará isso, e se encontrar eu provavelmente já terei partido, e eu quero que saiba que eu sinto muito, amo você e me sinto privilegiada de Eywa tê-la me confiado algo tão precioso. Mas quero que saiba de tudo.
A 18 anos no fim da guerra, escolhi pessoas de confiança e vim pra cá dois anos depois, na época era só uma ilha rochosa mas com esforço transformamos nisso.
Não te encontrei na água, na verdade te encontrei numa caverna, ao lado do corpo de uma mulher, filha de Eywa, provavelmente fugida da guerra, você estava quase morta quando te encontrei, por algum motivo a grande mãe quis que eu ficasse com você, e acredite, foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Coração forte Rey'eng, lembre-se sempre, você é uma Hofstadter, você é extraordinária.
Te amo pra sempre.
Com amor mamãe."Terminei aos prantos, lágrimas corriam pelas minhas bochechas incessantemente, pus as mãos na cabeça em desespero, uma dor imensa tomava conta de mim por inteiro. Passos rápido vem até o escritório onde estou, para na porta e olha pra mim.
— Rey? O que aconteceu? — Ele indaga de agachando ao meu lado, enquanto passa a mão no meu cabelo.
Lhe entrego a carta, ele lê rapidamente e se vira pra mim com dor no olhar.
— Eu sinto muito! Sinto muito! — Ele me abraça acariciando o topo da minha cabeça, e eu fico com o rosto encostado em seu peito o qual posso ouvir seus batimentos, enquanto eu choro.
(...)
O sol já começou a se esconder por entre as montanhas, eu e Neteyam preparamos tudo para nossa partida está noite. Por algum tipo de impulso visto a roupa da caixa com meu nome, me olho num espelho e me sinto como uma verdadeira 'Ite, com uma tanga de um tecido especial, e uma espécie de colar de pérolas que dava a volta pelas minhas costas e cobria o bico dos seios. Apesar de me sentir um tanto exposta, me sinto confortável em finalmente me sentir quem eu nasci para ser.
Olho ao redor e vejo numa moldura de vidro um arco belíssimo, feito com uma espécie de um aço brilhante e pedaços de um carvalho, com flechas semelhantes ao lado. Êxito por um instante mas em seguida pego e o ergo a minha frente, ele era leve mas pontente, e devo admitir que combinou perfeitamente com minha roupa. No reflexo do espelho vejo o garoto Sully recostado na porta, me admirando, me viro para ele com rapidez e o encaro.
— Nossa! — Ele afirma me fazendo soltar um sorriso envergonhado.
— O que? Não acha um pouco demais?
— Não. Você está magnifica! — Ele se aproxima pondo as mãos em meus ombros me puxando pra perto, dando um pequeno selar em minha testa.
(...)
Saímos e começamos a voar, me doía deixar minha ilha de novo, mas sabia que era necessário, então não me importei de voar mais um pouco. O voo estava tranquilo, a madrugada passou rápido e quando vimos já estava amanhecendo. Uma ventania repentina surge atrás de nós, com um som forte de bater asas, é um auto rugido, olho para trás e me assusto com o que vejo, o grande Toruk avançando para cima de nós.
— Mergulha! — Grito para Neteyam e assim ele faz.
Desvio e tento voltar ao curso, mas logo depois analiso e decido que o se Jake vai nos liderar novamente precisa fazer isso da maneira certa. Foi meia volta e fico à frente do animal.
— O que você está fazendo? — O Sully diz apertando o microfone em seu pescoço.
— Vá por trás, e prenda-o, preciso de você! — Digo já à frente dele, olhando no fundo de seus olhos e o controlando mentalmente como posso, porém o animal é forte demais.
— Perdeu o juízo?!
— Rápido! — Digo fazendo força para mantê-lo.
— Merda! — Ele diz assim seguindo minhas instruções.
. . .
Para uma melhor imagem do arco de Rey'eng:
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Never Been Hurt
FanfictionVivemos num mundo repleto de puros paradoxos, amor e ódio, felicidade e infelicidade, equilíbrio e desequilíbrio, esta é a ordem natural da vida. Mas cada um desses paradoxos pode ser negociado e até mesmo quebrados. Por que seria diferente com a pa...