Prólogo

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   Agora, eu me via jogada no chão sangrento enquanto os gritos ao meu redor estourava meus ouvidos, minha cabeça latejando e meu rosto manchado de sangue... ele estava lá, e eu estava com ele.

Tudo estava acabado, e minha cabeça dizia incessantemente que era minha culpa, eu sabia disso, mas eu tentava me convencer de que não era; eu me levantei e encostei novamente sobre a parede de cimento fria, olhei ao redor... teria tudo finalmente acabado? Minhas pernas não funcionavam mais e eu caí no chão grudento, minha cabeça estava vazia pela primeira vez em muito tempo.

Naquele momento eu só queria que um buraco se abrisse no chão e me engolisse, um no se instalou em minha garganta, minhas mãos ficaram fracas e pálidas, não se via mais calor nelas. A tremedeira me atingiu e como esperado, minha cabeça explodiu, aquele silencio ensurdecedor havia voltado mil vezes mais forte. Numa tentativa idiota, coloquei minha cabeça entre as mãos e comecei a chorar, um choro sincero e terrível, a visão turva não me fez enxergar tudo mais eu via, pilhas de corpos no chão e ele, ele no meio de tudo caído sem sua cabeça.

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é sua...

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

A culpa é minha.

- A culpa não é sua – ela diz.

Castelo De Ouro - Os Dois ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora