Capítulo V
JacobMeu coração palpitou quando Rheene pulou aquela janela até a escada. Meus pelos arrepiaram só de pensar naquela queda. Num instante as cenas passaram em minha cabeça novamente,não era um passado muito distante e ainda estava completamente vivo em minha mente, Rheene sufocando em seu próprio sangue, seu corpo querendo esfriar e morrer, naquele momento eu não sabia o que fazer, tremia feito doido e chorava como o céu.
Um alívio atingiu meu peito, Rheene segurou firme o corrimão de ferro e se levantou pálida.
-- Você enlouqueceu?! - falei indignado.
Eu estava com raiva, estava tao preocupado, tão assustado, q e transformou em raiva. Chaqualhei seus ombros dizendo:
- vo cê poderia ter morrido, o que te deu na cabeça?!
Ela se soltou de meus braços e começou a gritar comigo:
- Não grita comigo Jacob!
- Difícil quando vc só faz burrada! Você nos fez mudar de cidade, me fez deixar meus amigos, a minha escola, a lizy! Me fez deixar a Lizy por que vc resolver chamar atenção e se matar! - ela ficou em silêncio - Se voce não tivesse essa sua síndrome de protagonista e queresse ser o centro das atenções nós ainda estaríamos em Seatle, eu ainda estaria com a Lizy e o papai não teria morrido!
As palavras saíram como bala de minha boca, mais quando prestei atenção no que eu falava, as palavras que eu disse logo me arrependi. O semblante da cacheada a minha frente era neutro, ela me encarava nós olhos cheios de lágrimas, mais seu rosto não esboçava tristeza, ou raiva... Era neutro.
- Meu Deus Rheene... Me-me desculpa - eu pedi, minha voz falhou quando disse.
Ela fazia questão de não me olhar nos olhos mais, as lágrimas querendo cair de seus olhos estavam quase conseguindo.
- Olha Jacob, sei que voce pensa tudo isso de mim, mais eu vou te contar a verdade, a gente se mudou por que a mamãe noa suportava mais aquele lugar, todo lugar a lembrava do papai, o que eu fiz só adiantou as coisas, eu não tenho culpa do que aconteceu com ele, foi um acidente, eu já falei sobre isso com vc...
Meu pai morreu nas nossas férias de verão quando tínhamos oito anos, ele foi saltar de um grande penhasco como sempre fazia naquela região, ele fazia um lindo salto, caia na água e depois vinha correndo nos trazer para a água. Mais então quando fizemos oito anos, ele saltou o lindo salto de sempre, mais ainda na areia um pouco a frente estava a placa de a água estava enfeitada com piranhas, Rheene tinha visto a placa, mais não contara a ninguém sobre ela, mais quando meu pai saltou e não o vimos sair da água assim soubemos, não ouve gritos, sangue ou qualquer coisa do tipo, e mesmo se tivesse minha mãe nos virou para longe da água. Foi um velório de caixão fechado.
Voltei a realidade com um tremor no chão. Olhei para o alto e vi a fera na cobertura, observando logo baixo a nossa procura, os outros moradores do prédio não pareciam incomodados com isso, como se ignorassem.
Rheene pegou em meu pulso e o apertou forte.
- Jake, precisamos ir - ela falou
Olhar em seus olhos era a mesma coisa de olhar para o vazio, olhos tão escuros que brilhavam a claridade.
Corremos ate o chão rapidamente.Chegando lá em baixo, olhei para cima, as pessoas que estavam todas tranquilas agora estavam correndo freneticamente pelas ruas, mais não pareciam notar o dragão. Rheene estava completamente destruída, cansada e desgrenhada.
As pessoas passavam por nós como se fossem uma correntesa, assutadas e correndo sem olhar para trás, avistei uma moça tropeçando por ali e a parei:- O que tá acontecendo?! - ela não me ouviu e saiu gritando.
- Terroristas! Terroristas corram!
- foi uma pergunta bem idiota Jake - Rheene debochou de mim. - mais não é hora para isso, olhe
Ela apontou para cima, o dragão sobrevoava em nosa volta, e eu podia ver o pequeno ser em suas costas apontando as flechas em nossa direção, então de repente, uma flecha passou de raspão em meu braço, gritei com a dor e tentei conter o sangue mais fracassei.
Rheene pegou em minha mão e correu na direção contrária da multidão, os carros parados dificultaram muito mais isso não a impediu, a garota começou a subir nos carros e táxis, sem se importar com o que as pessoas gritavam, reclamavam ou buzinavam, eu obviamente a segui.
Corremos e corremos até estarmos ofegantes, mais inesperadamente aquel grande fera pousou em nossa frente, o impacto nós jogou para longe, alguns fragmentos de terra voaram sobre o meu rosto o que me assustou muito porque eu tenho um certo trauma com "desastres" posso dizer assim.
A grande fera nos encurralou perto de uma pequena floricultura, então nós não tínhamos escolha a não ser entrar nela, o que não foi muito aceitável já que ela estava totalmente fechada e tivemos que arrombar a porta. A fachada da floricultura era toda verde, um verde musgo muito brega o que me deixou um pouco enjoado principalmente com aquelas tulipas e lírios na frente. E como eu podia imaginar o interior era da mesma forma, nós entramos num pequeno hall e nele havia somente um balcão e diversas flores com apenas uma porta levando para o fundo do local.
Sem pensar muito olhei para ela e nós corremos em direção aquela porta eu passei por algumas peônias e por... algumas... eu não sei o nome daquelas flores que queimam, meu braço ficou todo queimado por aquelas merdinhas. O estabelecimento era muito pequeno, não tínhamos muito para onde ir, mas por trás daquela porta havia somente mais um cômodo, estava com várias e várias caixas com sementes E essas outras coisas de jardinagem. Nós nos vimos sem saída e as pegadas do monstro estavam cada vez mais altas em nossos ouvidos, eu estava tremendo com medo eu não sabia o que fazer, nem Rheene.
- O que fazemos? - Rheene falou em minha direção.
- E- eu não sei...
- mais que merda de atendimento! Por que essa merda toda tá acontecendo?
- Se acalma a gente vai achar uma saída.
Ouvimos alguém se aproximando, merda, o som do vidro estilhaçado sendo pisado era torturante.
Então aquela criatura entrou no cômodo, com seu arco mirando em nossas cabeças, meu braço latejava só de ver aquela ponta de flecha vermelha.
Segurei a mão de minha irmã.
Seria hoje o nosso fim?
Fechei meus olhos esperando pelo pior, sem saída, sem uma vida pela frente, era isso o que nos esperava, e eu já me convenci disso, eu já tinha aceitado, foi uma coisa fácil -para mim - mas para Rhenne nem tanto, por mais dela ser meio suicida ela entendia o valor da vida e entendia o que podia acontecer, e foi por isso que ela fez.Rheene soltou a minha mão e avistou um pequeno acende lareira do nosso lado, ela pegou e para nos defender começou a deferir golpes sobre a criatura com arco e flecha, o que era meio burro mas era nossa única chance, aquela pequena criatura se aproximou de nós e Rheene como estava armada ficou na frente, mas então comecei a ouvir uns ruídos na parede atrás de mim, era como se tivesse gravando alguma coisa na parede com a chave, um barulho estridente e muito ruim, olhei para trás e me deparei com uma forma azul, como uma aura, uma fumaça azul nos rodeando, aquela pedra no pescoço da Rheene estava brilhando feito fogos de artifício, no começo eu fiquei meio confuso mas depois decidi confiar no que estava por vir, aquela aura subiu pela parede e fez o formato de uma porta, aquela porta foi se materializando, aquele Carvalho marrom muito velho com um pouco de músgo nas fechaduras, cantos e dobradiças, eu vi ali a nossa forma de fuga, puxei o braço da Rheener e abri aquela porta. Passei para o outro lado, eu não fazia ideia do que estava fazendo, eu só não queria morrer, e daí não morremos.
Mas também não saímos com a vida que queremos ter.
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Castelo De Ouro - Os Dois Reinos
FantasyA cidade grande nunca fora tão assustadora para Rheene quanto aquela noite. A perca de seu pai, Jonh, a deixou abalada, e conforme o tempo foi passando a ideia de se jogar da varanda do apartamento foi ficando cada vez mais clara; após cansar de tan...