Sábado
Lilith pov
Se eu cravasse a faca que estou segurando no pescoço dele, será que eu conseguiria limpar todo o sangue que jorrasse para fora dele e conseguiria fugir com minha nonna, para finalmente sermos livres?
Eu me faço esse questionamento todos os dias enquanto meu irmão e eu fazemos qualquer refeição juntos.
Será que algum dia eu vou ser livre?
- Por quanto tempo você pretende ficar me encarando? - Cronos fala com uma postura rígida.
Eu não respondo, apenas continuo olhando para ele e aperto mais a faca em minha mão imaginando como eu faria. Eu teria que cravar a faca fundo o suficiente para matá-lo, não imediatamente, eu quero que ele sofra e agonize até seu último segundo de vida.
Eu poderia enterrá-lo em uma cova que foi recém aberta, assim ninguém suspeitaria, se não me engano uma velha rica foi enterrada no cemitério da cidade a menos de uma semana, a questão é como eu limparia o sangue e levaria ele até o cemitério sem ser vista?
- Lilith eu estou falando com você - meu irmão fala no tom agressivo como de costume e eu permaneço calada - Não tenho tempo para suas besteiras - ele fala se levantando e indo na direção da porta da frente - Vou chegar tarde hoje, não me espere para o jantar.
Assim que ouço a porta ser fechada solto a respiração que eu nem percebi que estava segurando.
Termino de beber o conteúdo que está na minha caneca de estrela, como não estou mais com fome começo a arrumar a mesa e subo para o quarto da nonna.
- Buongiorno nonna - eu falo abrindo as cortinas - dormiu bem?
- Sim querida, Cronos já foi trabalhar?
- Ele acabou de sair, precisa de algo nonna?
- Se você puder ajeitar o travesseiro nas minhas costas eu agradeceria
- Claro, nonna - eu falo movendo o travesseiro com cuidado atrás dela - Está bom assim?
- Si grazie
- Prefere comer agora ou quando a Emma chegar? - eu falo ligando a tv para que ela possa assistir suas novelas mexicanas.
- Não estou com fome agora, querida.
- Se precisar de mim estou do outro lado do corredor - eu falo saindo do seu quarto e indo para o meu.
Como meu quarto está uma zona, decido arrumá-lo, eu deveria ter feito isso na sexta como pede o costume judaico, mas acabei deixando para depois.
Resolvo dar uma geral enquanto escuto o álbum Midnight da Taylor Swift. Meio álbum depois, com o quarto arrumado, ouço Emma subindo as escadas.
- Bom dia Emma, já acordei a nonna, ela está assistindo uma daquelas novelas mexicanas e ainda não comeu - eu falo descendo as escadas apressada.
- Aonde vai assim com tanta pressa? - a enfermeira da minha avó pergunta.
- Tenho um compromisso, tchau - eu saio antes que ela faça mais perguntas.
No caminho para o parque coloco meu fone e ponho Apocalypse da banda Cigarettes After Sex para ouvir enquanto observo tudo ao meu redor. A vibe calma da música combina com o movimento fraco, talvez por ser tão cedo, o verão chegou, mas mesmo nesse calor não posso me dar o luxo de tirar o casaco.
- Só você para me fazer sair de casa tão cedo em um sábado - eu falo me sentando no banco onde meu único amigo, Frank, está me esperando para uma partida de xadrez.
- Vitamina D ajuda no cálcio, você vai me agradecer quando tiver a minha idade - ele fala arrumando o tabuleiro.
- Você quer dizer quando eu tiver 100 anos? - pergunto sorrindo para ele.
- Engraçadinha, vamos ver se vai continuar assim quando eu te vencer - ele fala arqueando a sobrancelha - Ansiosa para a volta às aulas?
- Nem um pouco, mal posso esperar para me formar e não ter que voltar para aquele inferno.
- Quanta positividade.
Ele fala como se ele próprio fosse um poço de positividade.
- Chega de papo furado, se prepare para perder, fóssil pré-histórico.
- Quem ri por último ri melhor, garota.
______________________________________
Um início bem soft gostaram?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Midnight rain || Mason Thames
FanfictionLilith Valentini é uma garota solitária, sem amigos e que não faz questão de socializar. Quando ela tinha apenas 6 anos seus pais morreram em um trágico acidente de carro, lhe restando apenas seu irmão mais velho e sua avó materna. A garota tenta a...