Responsáveis

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Responsáveis

Izadora: ON

Sinceramente, eu sempre achei essa coisa de casar antiquada e brega. Com tooodo respeito as pessoas que realmente acreditam no papel passado, mas eu nunca vi sentido em formalizar uma troca de alianças, desde muito nova.

Eu cresci em uma família um pouco tradicional, sendo filha única e titulada a perfeitinha. Tá, eu não era perfeita, mas enquanto meus parentes achassem isso, tava de boa.

No colegial eu era disciplina e gente fina, o típico exemplo de prima que daria certo na vida e eu adorava isso. Mas com o tempo, fui percebendo que ser perfeitinha tinha seu preço. As pessoas sempre esperavam mais de mim e quando eu não entregava isso, eu me frustrava achando que a culpa era minha por não poder alcançar tudo. Eu me tratava, sério, sei que não era culpa minha e precisava me convencer de forma mais interna.

Durante o ensino médio, tive uns rolos de fim de ano que me levaram a pensar que o amor não fazia meu tipo, mas isso até eu conhecer o Kaique, o cara mais narcisista que eu já pude colocar os olhos. Ele também pensava como eu, casamentos também não faziam o tipo dele. O Kaique foi um porto seguro para mim em um período ruim e me ajudou a superar umas coisas...

Eu também não posso deixar de falar da minhas duas melhores amigas, claro, as loucas da vez. Na escola a gente tinha tanta coisa planejada para o futuro, algumas até saíam do nosso cotidiano frustrante. Eu gostava de basear algumas coisas em horóscopo, mesmo não acreditando muito... Uma boa ariana mantém sempre os pés no chão.

A Ana e a Maria foram as que mais marcaram o fim do meu período colegial e por consequência, nós nos escolhemos como amigas para a vida.

Porém, quando chegou a época da faculdade as coisas tiveram que seguir ritmos diferentes.

Eu morava em uma fazenda na fronteira da cidade e quando terminei a escola fui morar na cidade mesmo. Antes de me mudar, vivia na casa da minha tia para poder estudar e tal, foi uma época até que divertida.

Escolhi cursar a faculdade de nutrição, eu ia me tornar uma nutricionista fodona e só andar de Honda Civic... Mas para isso eu precisava me concentrar nos estudos, e com o Kaique por perto o romance vencia sempre.

Eu já vivi momentos cabulosos na minha jovem vida, depois de me decepcionar tanto só queria ter a minha paz e durante um bom tempo eu tive... Mas tudo que é bom dura pouco, né?

Depois que completei 20 anos, minha mãe veio com uma ideia estranha de noivado.
Como eu disse, a minha família era um pouco tradicional e minha mãe não queria perder tempo em mostrar que eu realmente era uma moça direita para o resto da família, e eu não a julgo, ela tinha esse direito.
A família do Kaique concordou com isso, disseram que nós precisávamos levar nosso relacionamento a sério e para isso o noivado era perfeito.

Mesmo sabendo que eles só queriam nosso bem, eu não aceitei, era a minha vida e ninguém ia escolher por mim. O Kaique também não aceitou, mas ele não gostava de ir contra a família.
Nós não tínhamos planos de noivar e nem nada do tipo, só estávamos vivendo nosso relacionamento de forma leve e havia confiança.

Então do nada ele me pediu em noivado, durante um jantar com as nossas famílias... eu deveria ter ficado feliz, mas eu não queria isso e sabia que o Kaique também não.

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