❀✿❀ Se nossas fantasias se tornassem uma realidade...✿❀✿
Ana é uma jovem adulta que leva uma vida comum em uma cidade pequena. Depois de terminar o ensino médio, ela percebe que as coisas agora são sobre responsabilidades e coisas de adulto, o que a...
Nunca fui do tipo romântica demais, ponto. Mas às vezes sentia falta de uma declaração ou sei lá, chocolates e bilhetinhos, às vezes. Quando o Edu e eu nos separamos na época de escola, eu fiquei um pouco menos arrasada do que deveria ficar, talvez minhas prioridades sempre ficassem na frente de desejos que eu considerava secundários. Ou eu só não queria misturar as coisas. Vai saber.
A real é que ele era importante pra mim mas não podia se tornar tudo, sacas? Pois é, nada romântico da minha parte.
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Enfim, depois que vimos a Ana na varanda conversando com um cara nada suspeito... Que usava roupas escuras, tinha um cabelo enorme e correntes brilhantes... Nada suspeito. A Iza e eu conversamos e achamos melhor não interromper, a Ana parecia estar se divertindo, além disso, nosso raciocínio não conseguiu pensar em nada no quesito responsabilidade.
Depois de terminarmos os últimos chotes de tequila da mesa, Rafael sugeriu que fôssemos dar um volta na praia, ele disse que a vista naquela hora estaria linda e eu só topei.
Nós caminhamos juntos pela orla e ele me contou mais sobre sua vida e ouviu mais sobre a minha. Entre risadas e olhares sinceros, eu me perdia cada vez mais naqueles olhos verdes...
Maria- Tem certeza que é seguro entrar agora? Assim, só pra saber mesmo.- Eu disse enquanto observava Rafael entrar na água.
Estávamos bem longe do quiosque.
Rafael- Claro, entra aqui comigo haha.-
Essa risada no final me deixou vacilante.
Maria- Não sei, meu cabelo tá tão lindo, esse sal todo pode...-
Rafael deu outra risada alta e começou a vir na minha direção, eu não me movi de onde estava, mas devia.
Em instantes, ele já estava segurando em minha cintura e me levando para dentro do mar, tal qual, uma sereia faz com pescadores em seus barcos. Sendo eu um pescador em um barco de inseguranças e Rafael uma sereia de sorriso encantador.
Bem metafórico isso, do nada.
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Maria- Esse lugar é lindo demais.-
Rafael- A noite a vista fica perfeita...-
Ele me olhou de forma intensa. Eu fiquei um pouco envergonhada...
Maria- Mó fria essa água, né? Rs.-
Rafael- A água nem tá tão gelada, mas sinto arrepios do mesmo jeito haha.-
Maria- Pode ser uma doença, sabia? Na verdade, eu também sinto isso às vezes, mas é mais quanto tô em...-
Ele segurou minha mão e aproximou mais os nossos corpos.
Rafael, desde o início de nossa convivência, demonstrou ser uma pessoa doce e de modos cativantes, bem diferente dos amigos. Rafael tinha o sorriso mais sincero que já vi e o usava bem nos momentos certos. Mas eu não sabia se poderia agregar a esses momentos, quer dizer, eu tinha o Edu.
Dizer que não senti nada quando Rafael tocou minha pele, seria a mais pura mentira. A forma com que ele se aproximava de mim e dizia coisas bonitas, me deixava balançada, como as ondas...
Rafael- Sua aflição me lembra o mar, Maria.-
Rafael disse, enquanto segurava minha mão na altura da água que batia em sua cintura, porque em mim batia mais pra cima. (kkkkk)
Maria- O mar? Por quê?-
Rafael- Aquelas ondas lá no horizonte, estão escuras mas ainda visíveis. Essas ondas representam seus desejos e metas, você os agita e faz acontecer...-
Maria- Então eu sou o mar... Cheio de crustáceos pegajosos haha.-
Como eu disse, não era uma pessoa romântica, mas da um desconto, eu estava meio nervosa.
Rafael sorriu, ele parecia gostar do meu nervosismo, pois não se incomodou com a minha quebra de assunto. Ele levou minha mão até seu peito, algo em mim esquentou ainda mais.
Rafael- Sim, você é o mar haha. Ondas, crustáceos e toda a sua profundidade... Quando a lua e o amar se tocam, significa algo pra você?-
Eu havia entendido o que ele quis dizer, e mesmo tendo achado a comparação linda, algo em mim se amargurou.
Se eu era o mar e Rafael a lua, alguém ainda sobrava nessa minha agitação.
Eu já havia contado sobre o Edu para o Rafael, contei tudo, até sobre minha decisão de morar só. Rafael ouviu tudo e me deixou falar, ele me deixava falar sobre tudo e não me interpretava mal, ao contrário de alguém...
Maria- Significa que a noite está linda... Mas amanhã é um novo dia, e ambos sabem que ainda há o sol.-
Eu disse, mas permaneci com a mão onde estava. As coisas tinham que ser claras, eu e Edu tínhamos dado um tempo, isso significava que eu não estava bem pra qualquer coisa além de um bom ouvinte... Ou estava?
Rafael foi até meu ouvido, ainda com nossas mãos entrelaçadas...
Rafael- O sol ainda não está aqui...-
Sem ouvir uma reposta externa, Rafael suspirou e começou a se afastar de mim. Eu não sentia mais a temperatura normal da água, meu corpo estava quente e vacilante, sempre vacilante perto de Rafael.
Seduzida por seus toques e por minha própria vontade, que me consumiu por um dia inteiro, eu cedi.
E o beijei.
Rafael me teve nos braços por que eu deixei. Eu me deixei levar por seus sorrisos, seus olhares e por sua compreensão. Uma ternura que eu não sabia, mas precisava por pelo menos uma noite, ou toda vida.
Nos beijamos de uma forma cada vez mais intensa, ali mesmo no mar, em meio a minha profundidade e minhas ondas agitadas, eu beijei a lua bahiana. Foi como uma cena de novela, uma novela onde eu era a mocinha e ao mesmo tempo fui vilã... As metáforas com o mar eram menos conflitantes.
Pedi pra que Iemanjá me perdoasse, pois eu havia me entregue a lua.
