Eterno Carnaval

Plano

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Maria: ON

Eu nunca pensei que um dia iria chorar em frente ao mar de Salvador.

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Izadora- Bom dia.- Izadora disse, enquanto se levantava da cama e ia na direção da suíte.

Maria- Bom dia, Iza.- Eu disse e saí da varanda.

Era domingo, 7:00 da manhã. O céu já estava limpo mas o sol chegava de fininho. Eu dormi mal.

Na noite anterior, resolvi voltar ora o hotel a pé. Refleti bastante e só cheguei em casa depois de conseguir me acalmar.

Maria- A Ana não dormiu aqui.-

Izadora não disse nada.

Maria- Ela não ligu e também não tá atendendo as ligações, Iza. Tô preocupada.-

Izadora saiu do banheiro e foi na direção da penteadeira.

Maria- Iza...-

Izadora- Tenho certeza que ela tá bem a Ana sabe se virar, não é nenhuma criança.-

Maria- Ontem ela tava bêbada, saiu pelos fundos da casa e foi na direção da praia. Iza, as ondas não estavam para brincadeira ontem.-

Izadora largou a escova de cabelo e me olhou com um olhar preocupado, pelo espelho.

Izadora- Tá dizendo que... Puta merda, Maria.- Ela disse tentando se convencer de que isso era bobagem.

Maria- Bom, talvez não tenha acontecido nenhuma tragédia, mas pensa comigo, a Ana se envolveu com gente errada, ela pode tá em perigo, amiga.-

Como eu já havia dito, éramos um grupo de amigas bem paranóicas.

Izadora terminou de se arrumar e pegou o celular.

Izadora- Ainda tô sem área...-

Maria- Eu já tentei ligar várias vezes -

Izadora- Eu não vou me perdoar se algo acontecer com ela...- Ela disse e levou as mãos até o rosto.

Fui na direção dela e a abracei. Por mais que estivéssemos putas com a Ana, isso não era motivo para odiá-la, e tampouco, para deixar ela de lado assim.

(...)

Fomos para a praia da casa em que os garotos fizeram o churrasco, e para a nossa surpresa, eles ainda estavam lá, em uma partida de vôlei.

Pedimos ajuda para procurar a Ana e eles toparam.

Evitei ficar sozinha com Rafael e a olhar em seus olhos também, eu não queria ter outra conversa difícil.

Nia dividimos em grupos e fomos para partes distintas da praia. A intenção era encontrar a Ana, mas ao mesmo tempo tínhamos medo de encontrar ela ali.

O sol já reluzia no céu e os blocos de carnaval já tinham retomado a folia, se é que tinham parado por conta da chuva. A folia poderia dificultar nossa busca.

Izadora- Ei, Maria... Acha que pegamos muito pesado com ela ontem?-

Izadora me perguntou enquanto caminhávamos pela beira do mar.

Maria- Eu acho que sim, quer dizer, ela precisava enxergar que tinha cometido um erro, mas desde que chegamos, nós duas notamos que ela tava estranha. Talvez a culpa já estivesse se manifestando...-