Despedidas

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✿❀✿❀✿ Despedias ✿❀✿❀

Ana: ON

Essa viagem não foi totalmente como eu esperava. Tirando a parte que eu enfiei minha duas melhores amigas da adolescência em um esquema de tráfico de drogas medíocre, até que nós nos divertimos, conhecemos algumas pessoas que vamos nos lembrar com carinho e lugares incríveis do nordeste brasileiro.

Depois de enterrar a carga, voltamos todos para Salvador e as meninas e eu arrumamos nossas malas.

Izadora- Então é isso, nós estamos indo pra casa...- Izadora disse e encarou a escuridão do mar em nossa frente.

Segunda-feira, 2:00 da manhã. Estávamos no mesmo porto do dia em que chegamos, junto as mesmas pessoas também. Era nítido que todas elas, assim como eu, também tinham medo do que poderia acontecer.

Eu estava apreensiva, não sabia bem o que estava fazendo, só sabia que em algum momento eu iria ter que seguir só.

Maria- Será que esse plano vai dar certo.- Maria disse, enquanto Rafael segurava sua mão.

Essa era uma pergunta indefinida, nem eu mesma sabia.

Ana- Vocês não vão correr risco algum, se ficarem no ônibus, eu garanto.-

Ravi e Rafael disseram que iam embarcar conosco até Ilhéus, só para dar uma apoio, e de lá voltariam para Salvador.

Minutos depois e nós embarcamos. Caio estava mesmo encarregado de contabilizar as cargas, pois estavam conferindo pessoa por pessoa em uma caderneta. Provavelmente meu nome estava na lista dos que deviam levar algo. Caio soube que eu não tinha desistido do meu plano.

Embarcamos.
Eu tinha que falar com Caio antes de chegarmos em Ilhéus.

Deixei Maria, Izadora, Rafa e Ravi e fui procurar por Caio no barco. O encontrei em uma lateral do barco encarando o mar...

Caio- Você não tá com a sua carga, né Ana?- Ele me olhou firme.

Eu o encarei com seriedade.

Ana- Não.- Eu disse e me aproximei.

Caio- Porra, isso pode ferrar as coisas pra mim, eu disse que não tô nesse seu plano estúpido!- Ele alterou a voz.

Ana- Eu não tô pedindo pra você participar de nada, tá legal? Se você tá tão confiante de que vai se dar bem nessa, não vai se importar se alguém não entrar no ônibus.-

Caio- E se contarem as cargas, Ana, como eu vou explicar?!-

Ana- Não vai precisar explicar nada. Qual é, Caio? Acha que eu te colocaria em uma cilada?- Eu não precisava, ele mesmo se jogou em uma.

Caio- Mas tem o chefe da segurança, o Garibe. Ele não vai te deixar descer.-

Ana- Eu resolvo isso, só confirma tudo que eu disser.-

Caio socou a barra de proteção e saiu de perto, indo na direção da cabine. Ele iria colaborar.

Respirei fundo e dei uma boa olhada para o mar.

Ana- Merda, Ana...-

Ravi- Falando sozinha? Eu sabia que você tinha fugido de algum manicômio...- Ele disse e se aproximou de mim sorrindo.

Ana- Pois é, eu sou um baita de problema haha.-

Ravi- O que ele disse?-

Ana- O Caio pode ser tonto mas ele não é um cara mau, ele vai colaborar.-

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