Capítulo XI

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 No dia seguinte Aemond abriu o olho e viu pela janela o dia ensolarado lá fora, antes de se levantar ficou olhando para o teto pensando se ela já havia partido. Sentou-se na cama e ao colocar os pés no chão ouviu baterem na porta.

– Entre. – Ele disse, já imaginando receber a notícia.

– O meistre, meu príncipe. – O guarda comunicou e o homem entrou em seguida.

– Príncipe, trago boas notícias. – Ele disse e Aemond se levantou rapidamente. – A fermentação do chá evoluiu antes do esperado e está pronto para o consumo.

– Vou me vestir e lhe encontro no quarto dela. – O homem assentiu com a cabeça e se dirigiu até o quarto da criança. Aemond foi quase correndo até lá e assim que chegou o meistre já lhe aguardava com algumas ervas e o próprio chá em mãos. Escondeu a agitação que esperançoso deixava seu coração batendo mais rápido, sabia que o chá poderia não ser a cura, mas estava tão aflito que qualquer possibilidade de melhora o deixava eufórico. – Visenya... – Chamou ela que virou a cabeça para ele tentando abrir os olhos que conseguiu deixar semicerrados.

– Papai... – Visenya tentaria falar algo mais, mas não conseguia. Aemond pegou ela com cuidado, a menina era pequena e estava muito leve, o príncipe se sentou com ela deitada no seu colo enquanto que em uma poltrona a posicionou de modo que ficasse com a cabeça levantada. Estendeu a mão para o meistre que lhe entregou a xícara.

– Você precisa beber isso, vai te ajudar a melhorar. – Ela ficou olhando para xícara, mas em seguida afundou o rosto no peito dele que acariciou seus cabelos. Visenya colocou a mão no seu peito e pôde sentir o coração acelerado, olhou para o olho de Aemond e depois para o chá, tentou erguer a mão para pegar a xícara, mas não conseguiu então o príncipe aproximou da sua boca. Ela bebia de vagar, mas conseguiu chegar até o fim e depois dormiu nos seus braços.

– Vou servir mais para ela tomar novamente depois. – O Meistre disse e os deixou sozinhos. Ela sempre adorou ficar próxima ao seu peito mesmo que não tenha tido oportunidade nos últimos anos. Aemond não dava espaço para ela se aproximar tanto, era frio, mas ela se acostumou com esse jeito dele sem deixar de amá-lo. Ele se levantou e colocaria ela de volta na cama, mas ela segurou seu casaco com mais firmeza, já apresentando pequenos sinais de melhora.

– Papai... você pode ficar comigo? – Aemond ficou alguns instantes em silêncio, deixou ela na cama e sentou-se ao seu lado com os pés no chão. Visenya estendeu os braços para cima e ele se lembrou daquela mesma cena que viu há cinco anos. A menina queria abraçá-lo e ele repousou a cabeça sobre seu peito ouvindo seu coração bater enquanto ela envolvia sua cabeça com seus pequenos braços. – Eu te amo.

– Onde você aprendeu essa palavra?

– Titia Helaena me ensinou, disse que é um algo forte que sentimos no coração. – Silêncio – Você também me ama papai? – Aemond olhou para ela e nada disse, apenas pegou sua mãozinha e deu um beijinho, sabia dos seus sentimentos, mas não conseguia dizer em voz alta outra vez.

Semanas se passaram e ela melhorou muito, estava praticamente plena outra vez e foi brincar no jardim. Levou três brinquedos que era o que cabia debaixo dos dois braços e um que segurava com as duas mãos. Ela não tinha tanta supervisão como as outras crianças, mas era um lugar seguro afinal todos temiam Aemond e ninguém queriam ser queimado ou devorados pelo maior dragão do mundo. Visenya correu na direção de uma criança ao vê-la brincando sozinha.

– Oi! – Cumprimentou empolgada.

– Oi. – A outra disse meio tímida. – Eu vi você no meu aniversário.

A queda do dragão | House of the dragonOnde histórias criam vida. Descubra agora