Daemon o levou até a nova casa de Mysaria que dessa vez se definia mais como um esconderijo. Bateram na porta que foi atendida por uma criança que ao identificá-los deu-lhes passagem.
– Daemon e... Aemond, um prazer lhe conhecer mesmo que a situação não seja propícia. – Ela sorriu fechado e indicou as duas cadeiras a frente da mesa a qual também estava sentada.
– Ele disse que você saberia onde ela está. – Aemond disse ansioso, sem querer se sentar, mas Daemon se acomodou sabendo e conhecendo ela que não daria essa informação de boa vontade.
– Sente-se. – Ela indicou a cadeira outra vez, Aemond olhou para Daemon que assentiu com a cabeça.
– O que você quer? Seja objetiva. – Daemon pediu, ela sorriu com o canto da boca e com os dedos cruzados apoiou o queixo enquanto os cotovelos ficaram sobre a mesa.
– Quanto? – Aemond se precipitou e ela rio pigarreando.
– Da última vez que fiz um acordo com a corte não tive minha parte do trato cumprida, mas quem sabe dessa vez tenham mais empatia pela situação que trouxe a tona há tantos anos.
– Do que está falando? – Aemond perguntou ansioso.
– Talvez se lembre do lugar onde seu irmão gostava de ir, onde as crianças disputavam a sobrevivência, em outras palavras... – Aemond se levantou com o olho arregalado. – A rinha infantil. – Ela salientou e Aemond apoiou-se na parede.
– Onde fica? Imagino que a localidade desses eventos mude com o decorrer do tempo.
– Primeiro... Ouro. – Ela estendeu uma mão esperando um saco com moedas.
– Prata. – Daemon negociou.
– Quanto?
– O suficiente. – Ele jogou na mesa o saco pesado, cheio de moedas, ela abriu para conferir e sorriu. Indicou o local e os dois foram a passos largos até lá, Aemond avançava o caminho apressado, corria vez ou outra, mas Daemon segurava seu pulso antes que chamassem atenção. – Não se precipite, já pensou em como vamos tirá-la de lá? Não podemos chamar tanta atenção.
– Por quê?
– Já pensei como você, mas agora sou rei e ir a lugares assim e ser reconhecido nos traz uma responsabilidade maior do que queremos. O povo vai cobrar uma atitude e não quero assumir essa responsabilidade.
– Você não gosta de assumir certas responsabilidades mesmo. – Daemon sorriu com o canto da boca reconhecendo o deboche do príncipe. Foram interrompidos ao verem um homem querendo entrar sem pagar e essa foi a ocasião que aproveitaram para passarem despercebidos. – Onde vamos procurar? – Aemond olhou para todos os cantos e não a encontrava.
– Acho que não precisamos procurar. – Daemon chamou sua atenção e apontou para espaço central do lugar, onde as crianças brigavam. Lá estava ela, assustada sem entender o que estava acontecendo, Aemond podia escutá-la chorando e via a menina tentando limpar as tantas lágrimas que desciam pelo seu rosto que estava vermelho. Visenya vestia trapos e estava suja, havia se passado três dias, mas seu estado deplorável dava a entender que ela estava lá há mais tempo. Viram alguém maior que ela entrar e partir para cima dela que era tão pequena. Haviam muitos adultos abancados acima do lugar onde eles estavam e aqueles que viam o que acontecia estavam empolgados pela luta.
– Mate a bastarda! Mate a bastarda! – Era um dos tanto incentivos contra a vida da menina. Aemond se segurou no que separava o lugar onde estava entorno daquilo que mais parecia um ringue embaixo da arquibancada e puxou com força a grade, mas de nada adiantou e depois de tanto tempo sentiu lágrimas escorrerem do seu olho enquanto via o oponente da filha bater nela que estava no chão. Cerrou os dentes e passou a procurar alguma entrada que pudesse acessar, foi quando viu Daemon surgir e empurrar aquele que deixou a menina desacordada. O rei carregou a menina que estava mole, Aemond vendo aquilo sabia que o pior poderia ter acontecido. Daemon correu para fora e apesar de não ter passado despercebido, ninguém imaginava que se tratava dele até aquele que lutava com Visenya puxar sua capa e descobrir seus cabelos. Escondeu o rosto no ombro da menina que apoiava a cabeça sobre o seu, saberiam que era um Targaryen, mas não que se tratava do rei. Ele correu para fora e Aemond fez o mesmo. Alguns os perseguiram, mas conseguiram se esconder antes que os outros alcançassem. Aemond não parava de olhar para o rosto da menina, cheio de sangue, aquilo o assombraria para sempre mesmo se tudo ficasse bem. Ele tocou nos seus cabelos claros como o dos pais que pela primeira vez se viam juntos pelo seu bem. Enquanto isso Daemon cuidava as ruas e esperava que ficassem vazias para passarem.
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A queda do dragão | House of the dragon
Fiksi PenggemarToda ação tem uma reação, toda reação tem suas consequências, mas ele não imaginava que aquela ventania causaria uma tempestade na sua vida. Depois da queda no mar tio e sobrinho precisavam um do outro para sobreviver e depois do dia cansativo, quan...