O tempo passou e ela continuava alimentando o ódio que sentia pelo pai, estava inconformada por ele não falar sobre o seu passado e aparentemente menosprezar o seu futuro, já que sabendo onde haviam ido aquele dia Aemond a proibiu de fazer outra tentativa. As atitudes dele lhe corroía por dentro, não entendia a preocupação nem a forma como ele tentava protegê-la. Visenya estava farta de tudo, de como era tratada pela corte, de como o pai passou a agir e principalmente das limitações que impunham pela sua posição social. Recentemente ela ouviu alguns murmúrios sobre um possível ataque a Porto Real, mas ninguém estava preocupado o suficiente com isso afinal todos os Targaryens tinham dragões e estavam descrentes quanto a um possível ataque. Apesar dessa descrença toda por parte da família, Visenya parecia ter um mal pressentimento, mas decidiu ignorar isso por mais que tivesse ouvido alguns guardas cochicharem sobre algo. De qualquer forma, se dissesse que achava que alguém dentro ou fora do castelo estava conspirando contra os Targaryens ela seria taxada como louca e por isso pensou ter sido apenas uma má impressão. Num dia pela manhã ela decidiu sair do castelo pela passagem que Daemon tinha indicado outrora, queria espairecer, sair um pouco e tirar o peso das costas que todos naquele castelo faziam questão de colocar sobre ela. Foi até o porto para ver o sol que já estava nascendo e encontrou o marinheiro que havia feito amizade, a embarcação a qual ele estava preparando para partir tinha como destino Pedra Do Dragão, onde buscariam algumas ervas e temperos que só cresciam lá. Ela tinha planos de num futuro distante voltar lá e tentar sozinha conquistar aquele dragão, vinha se dedicando em aprender o Auto Valiriano para finalmente conseguir um dragão por conta própria. Vendo que o barco partiria, pensou um pouco e via aquele momento como a oportunidade para voltar lá e finalmente fazer aquilo que precisava realizar... Mesmo que isso custasse sua vida. E antes do barco partir, com o coração acelerado ela gritou que iria junto. Os outros marinheiros tampouco se importaram com sua presença afinal usando aquele traje fazia ela parecer apenas um garoto com feições delicadas, apenas aquele menino da última viagem sabia quem ela realmente era e seu segredo estava guardado com ele que não fazia questão de prejudicá-la. Indo rumo a ilha, cantava baixinho a mesma canção que Daemon cantou aquele dia. Chegando lá a menina tremia dos pés a cabeça, discretamente passou pelos tripulantes e foi rumo a caverna com um objetivo em mente e uma determinação que não sabia ter. Pegou a tocha e ao acendê-la respirou fundo e entrou na caverna, a passos lentos ela se dirigia até o dragão e ao ouvir seu rosnado começou a cantar calmamente enquanto iluminava o caminho. Ao se aproximar e vê-lo de perto seguiu cantando, Visenya estava nervosa, mas mantinha uma postura firme. Vermithor a encarou, mas com a canção se acomodou e por mais que não quisesse ser incomodado aceitou sua presença. Ela chegou bem perto das suas costas e assim que ele sentiu seu toque abriu os olhos e roncou sugerindo que ela se afastasse, mas a menina iluminou sua face e se manteve firme por mais assustava que estivesse. Então a frase de Daemon veio a menente "se prove capaz". Foi então que ela insistiu em tocar no dragão que dessa vez abriu a boca, ela pôde ver o fogo na sua garganta então disse.
– Dohaeras, Vermithor! Lykiri – Disse, sem querer, as mesmas palavras que Aemond havia dito antes de conquistar Vhagar. O dragão parou e observou a menina, trocaram olhares e ele permitiu que ela o tocasse. Visenya não sabia como montar em suas costas, ele não tinha cela o que tornou sua subida muito mais difícil, apesar da dificuldade ela conseguiu e sentada na fera se segurando nas escamas. Vermithor se levantou e correu para fora da caverna, estremecendo todo lugar. Ela gritou com o movimentar e ao sairem a luz cegou seus olhos, mas ela seguiu segurando firme no dragão que levantou voo. Voltando a enxergar, ela pode ver o mar de cima e sorrio porém sua tranquilidade não durou muito pois a fera queria testá-la. Vermithor se sacudia e ela gritava sem soltá-lo, o dragão fez manobras bruscas e até voou de lado de modo que Visenya ficasse com as pernas pro ar. Ela conseguiu dominá-lo, ele reconhecendo sua determinação permitiu que ela o guiasse e partiram até Porto Real. A menina sorria ao sentir o vento no rosto, ainda não havia assimilado o grande feito. Chegando na terra da coroa percebeu que algo estava errado, havia um dragão sobrevoado a cidade e nele um desconhecido montado, alguém que ria ao ordenar a fera baforar fogo.
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A queda do dragão | House of the dragon
Fiksi PenggemarToda ação tem uma reação, toda reação tem suas consequências, mas ele não imaginava que aquela ventania causaria uma tempestade na sua vida. Depois da queda no mar tio e sobrinho precisavam um do outro para sobreviver e depois do dia cansativo, quan...