Capítulo V

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Na semana seguinte Aemond acordou com uma dor excruciante no meio da noite, estava ofegante, pálido e a dor fazia suar. Ao levantar se viu meio ao sangue e isso o tranquilizou ao mesmo tempo em que parecia matá-lo de dentro pra fora. Ficou de pé, mas teria caído se não tivesse se apoiado na cabeceira da cama. Seu corpo estava exausto, mas conseguiu chegar até o banheiro onde vomitou de tanta dor. Na manhã seguinte acordou Alicent batendo na porta do banheiro.

– Aemond... Aemond abra a porta agora. Aemond! – Abriu o olho e se reergueu com dificuldade.

– Eu estou bem! Depois conversamos. – Falou meio grogue já levantado, mas curvado apoiando a barriga ainda com cólica.

– Tem sangue na sua cama, o que houve?

– Eu... acabei cortando minha mão ontem.

– Como?

– Depois conversamos, saia do meu quarto agora. – Ele ouviu a porta bater e se apoiou na pia. Limpou-se como conseguiu e quando se recompôs trocou de roupa e para encobrir tudo aquilo deu um soco no espelho, assim justificaria o sangue por estar com a mão cortada. Enrolou a mão com a roupa que dormiu na noite passada, a que mais tinha sangue e saiu do quarto.

– Peça para ela voltar aqui. – Aemond pediu ao guarda que protegia seu quarto.

Ele conseguiu disfarçar bem toda situação, estava aliviado pensando que tudo havia chegado ao fim, mas depois de quase um mês notou que a barriga não parava de crescer. Suas roupas passaram a ser justas e isso o deixava inconformado ao mesmo tempo que nervoso. Não conseguia entender como ou se aquilo havia sobrevivido depois de todo aquele sangue. Em uma noite dessa mesma semana reconheceu o ventre cada vez maior e chamou o meistre que outrora havia lhe dado a notícia. Receoso o velho disse que o feto seguia se desenvolvendo, apavorando o príncipe que não transpareceu nervosismo na frente do homem. O semblante que surgiu no rosto do meistre era de preocupação, mas Aemond se controlou ao máximo para não cortar a garganta do velho, pois ainda precisaria dele.

– Faça então...

– Não posso, meu príncipe. Ele já está muito desenvolvido, se eu interferir minhas mãos poderão se manchar com seu sangue... Tudo isso resultaria numa grande tragédia. – Aemond se irritou e cortou sua garganta. Com o corpo do meistre a sua frente, agora ele era o único que tinha conhecimento da situação e não sabia o que faria com essa informação. Lembrou-se que o causador da desgraça também era Daemon, com quem apostava estar fodendo Rhaenyra naquele exato momento. Saiu do quarto trajando a camisola que dormiria, uma roupa indecente para se andar pelo castelo e sem dar explicação ao guarda bateu a porta. Aemond estava com tanta raiva que sequer se deu conta do que estava ou não vestindo, foi depressa até a parte do castelo onde a rainha e o rei estavam e lá se deparou com alguns guardas.

– Preciso falar com Daemon. – Comunicou e passou pelos guardas que sem entender o príncipe furioso ficaram sem reação ao vê-lo tão exaltado. O Sir que guardava o quarto dos dois recuou mas impediu que Aemond sequer batesse na porta que dava ao quarto do rei e rainha. – Vou falar com Daemon... Agora. – Disse com firmeza e autoritário deu ênfase na última palavra. Ele era assustador com o tapa-olho que dirá sem ele e ainda irritado. De qualquer forma o guarda manteve a postura e gentilmente bateu na porta do casal.

– Não nos interrompa. – Puderam ouvir a voz de Daemon meio sonolenta ou talvez manhosa e quando o Sir se voltaria para o príncipe sem nem piscar ele já estava esmurrando a porta. Daemon se enfureceu, levantou-se e usando só um calção abriu a porta.

– Sobrinho... – Riu baixinho ao vê-lo a sua frente.

– Precisamos conversar. – Aemond o encarava furioso enquanto o tio o observava com um sorriso malicioso. Os guardas ficaram olhando para os dois sem entender até Daemon assentir com a cabeça indicando para se afastarem. Ele fechou a porta para que nem Rhaenyra ouvisse o que conversariam.

A queda do dragão | House of the dragonOnde histórias criam vida. Descubra agora