Capítulo XV

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 No dia seguinte ouviram batidas na porta, Aemond rapidamente vestiu-se de forma mais adequada e abriu uma fresta da porta, mas não viu ninguém até olhar para baixo.

– Papai! Eu posso ver seu quarto novo?

– Visenya, agora não é um bom momento. – Ele olhou para trás vendo a mulher sem roupa e discretamente pediu para que ela se vestisse.

– Vamos menina. – O guarda a puxou por um braço.

– Não! Eu quero o meu pai. – Ela disse manhosa e dessa vez Aemond fechou a porta vendo que a filha estava mimada sendo que na verdade ela estava carente, já que o pai era sua única companhia.

– Quero que preste atenção no que vou lhe dizer. Suas atitudes terão que mudar a partir de hoje, não vou admitir que se refira a mim como ontem.

– Caso contrário, o que você fará?

– Talvez Vhagar goste de você mais do que eu, ou... pelo menos do seu sabor. – Disse dando a entender que ela seria servida ao dragão o que fez a mulher engolir em seco e logo tomar outra postura. Quando saíram do quarto, Visenya lhes esperava no pé da escada.

– Papai...

– Visenya, você está grandinha e precisa entender que não posso lhe atender a todo o momento.

– Olá querida. – A mulher escondeu seu sorriso cínico e tentou torná-lo o mais simpático possível.

– Oi... – Cumprimentou tímida.

– Imagino que esteja insegura quanto a minha presença, mas não se preocupe serei como uma mãe para você. – Visenya voltou a sorrir e inocente concordou, empolada para conhecer melhor a mulher.

– Papai eu vou ter uma mãe então? – Ela perguntou e aquilo o incomodou.

– Ela é sua madrasta. – Disse e se retirou. Horas mais tarde Aemond decidiu fazer uma visita ao quarto da filha que mais cedo disse que queria conversar, ele bateu três vezes na porta e abriu.

– Papai. – Ela estava sentada escorando as costas na cabeceira da cama, Aemond se aproximou e sentou nos pés da mesma e com o corpo de lado voltado para menina.

– Está tudo bem?

– Papai por que eu não tenho mãe? – Aemond se surpreendeu com o questionamento, já que nunca haviam tocado no assunto.

– Por que está perguntando isso?

– Hoje ela falou aquilo... Todo mundo tem uma mãe, por que eu não?

– Você tem a mim e isso é tudo que deve saber.

– Mas quem era minha mãe?

– Isso não importa, Visenya. – Incomodado se alterou um pouco. Era desagradável relembrar tudo e insuportável saber que ela não tinha uma mãe, mas sim outro pai e que ele era Daemon. Ela encheu os olhos com lágrimas e fez bico.

– Você está bravo comigo papai? – Ele ficou em silêncio olhando para ela sem transparecer a frustração.

– Preciso ir agora. – Comunicou e ao se levantar ela segurou sua mão.

– Desculpe papai. – Ela olhou no fundo do seu olho e ele tocou seu rosto. – Minha mãe também te magoou? – Aemond bufou e deixou ela sozinha.

Ao amanhecer um novo dia, Maris passou a se comportar de modo mais adequado para sua posição. Ela odiava Aemond mesmo sem conhecê-lo tão bem, mas sabia que não poderia mais descontar suas frustrações nele e por isso decidiu visitar Visenya. No seu quarto ela esperava a menina que tinha ido investigar o labirinto do jardim, Visenya chegou e se espantou com ela que a esperava.

A queda do dragão | House of the dragonOnde histórias criam vida. Descubra agora