Parte 17

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Dois meses se seguiram após a morte de sua mãe. Durante esse tempo muita coisa aconteceu com Catarina. Mudanças físicas e de personalidade. A menina precisou iniciar um acompanhamento com psicólogo, pois esteve a ponto de entrar numa profunda depressão, culpando-se muitas vezes pela morte da mãe. Apresentara também transtornos de personalidade.
Pietro não a deixara em momento algum, mesmo após seu surto.

*** O surto de Catarina***
Naquele dia, Pietro tinha uma consulta bem cedo, então levantou-se e dirigiu-se para cozinha. Catarina dormia profundamente.
O rapaz resolveu sair mais cedo, pois precisava passar em casa e pegar mais roupa. Pietro praticamente havia se mudado para casa de Catarina. Despediu-se da menina como sempre o fazia, com um leve beijo em seus lábios e em sua testa, sussurrava bem baixo em seu ouvido "te amo".
No mesmo dia, ao voltar para casa, Pietro levou um grande susto. A porta estava aberta, a casa toda revirada e Catarina não estava em casa. Ele entrou em desespero. Ligou para Alice.
- Alice, me diz que a Catarina está aí!
- O que? Não! Por que ela estaria?
- Me ajuda, Alice. A Catarina sumiu.
Pietro sabia que a menina havia sumido, se tivesse acontecido algo diferente disso o porteiro havia parado o rapaz no hall de entrada.
- Seu Luiz, o senhor viu a Catarina sair?
- Vi sim, ela foi até a garagem e saiu com o carro.
Pietro não havia lembrado desse detalhe. Onde estaria a menina? Fora de si e dirigindo um carro. Poderia acontecer qualquer tipo de acidente.
- Alice, Catarina saiu de carro. Ela acabou de ter um surto. Quebrou metade da decoração da sala.
- Surto? Como assim Pietro???
- Ela está guardando tudo pra si e se culpando pelo acontecido com a mãe. Claro que isso ia acontecer uma hora ou outra. Vou ligar para Fabricia e pedir que me avise se ela for pra lá.
- Nem adianta ligar, Fabricia viajou com o noivo para a casa da família dele.
- E agora? Para onde Catarina foi???
- Já procurpu no refúgio dela?
- O bar! Não havia lembrado. Estou indo para lá.
Ao chegar no bar lá estava a menina. Pijama, cabelo desgrenhado, descalça.
- Catarina! Que bom que te achei. Você quer me matar do coração?
Pietro percebeu o erro.
- Me desculpe. Me desculpe querida. - a abraçou como um reflexo.
- Seria mais um que eu teria que carregar a culpa por matar.
- Pare com isso. Sua mãe estava doente Catarina, você sabe disso. Mas mesmo assim insiste em se culpar. Olha pra você, cadê aquela Catarina que só vivia no salto, bem arrumada, cheia de pose???
A menina olhou firme para Pietro.
- Aquela Catarina morreu no dia em que enterrou a mãe dela.
Pietro a pegou pelo braço.
- Chega Catarina. Estou tentando ser legal, tentando ajudar numa boa. Você não quer? Então vou recorrer a outros meios.
- Me larga! Pra onde você tá me levando? Não quero ir. Me solta!
- Você vai tomar jeito agora.
Pietro a levou até o consultório de uma amiga que era psicóloga.
- Cuide dela por favor Patrícia. É minha preciosidade.
- Pode deixar, querido. Sua namorada ficará bem.
Catarina passou a partir de então a ter consultas periodicamente com a moça. E após esses dois meses Catarina já estava bem melhor.

*** surto controlado ***

Após esses meses juntos, Pietro resolveu que mesmo sendo muito cedo queria oficializar toda a relação dos dois. Sabia que Catarina não aceitaria tão facilmente. Mas quis arriscar.
Preparou um belo jantar, decorou toda a sala enquanto Catarina estava em sua consulta.
Ao chegar a menina encontrou a casa em silêncio e pouco iluminada.
- Amor? Já chegou?
- Minha princesa. Estava ansioso te esperando.
- Uau que produção toda é essa. - Catarina ficou encantada com toda arrumação. - E que cheiro bom. Qual é a novidade?
- Venha querida. Preparei um jantar maravilhoso para nós dois.
Pietro havia preparado o prato preferido de Catarina. Fetuccine. A menina é apaixonada por massa.
- Catarina, eu estive pensando. Já estamos praticamente morando juntos. E então, pensando nisso eu queria que nós avançássemos um pouquinho a nossa relação.
- Pietro não enrola.
- Calma. Seja mais paciente.
- Você me conhece meu bem.
- Catarina, você quer ser minha noiva?
Catarina ficou sem reação e sem falar por um quarto de tempo. Aflito, Pietro perguntou:
- Está tudo bem?
- Sim. É só que não estava esperando. - Você pediu que eu não enrolasse então fui direto ao ponto.
- Sabe que não tenho condições de casar agora...
- Não vamos casar agora. Só estamos começando uma fase mais madura, séria, comprometida de nosso relacionamento. Isso claro se você aceitar. Não vou te forçar a nada.
- Eu aceito. Ser sua noiva.
Catarina estava ainda sem reação. Mas sabia que o melhor a ser feito naquele momento era aceitar o pedido de Pietro. Não tinha ideia de como seria essa nova fase de sua vida. Mas ela queria uma nova vida. E esse era o pontapé inicial.

Na ponta do salto agulhaOnde histórias criam vida. Descubra agora