Parte 4

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-Catarina Ferraz. Pode entrar.
Pietro não podia acreditar ao ver aquela menina entrando em seu consultório. Mas, como bom profissional que era, a tratou como paciente.
-Boa tarde senhora, sente-se por favor. E me conte o por quê de sua visita.
- Por que você está me perseguindo?
Pietro ficou confuso.
- Quem veio atrás de mim no meu ambiente de trabalho foi você.
- Não me diga. Olha aqui doutorzinho, eu não te deixei plantado aquela noite em lugar algum. Então você por f...
- Catarina acho que o ponche aquele dia te deixou com amnésia e o porre de marguerita ontem ajudou você a ficar ainda mais perturbada.
-A ficar o que? Como se atreve a...
- Você me agarrou, me beijou e disse "espere-me no portão de saída". Eu idiota acreditei. E fui. Sabe por que? Fui apaixonado por você todo o tempo. Achei que finalmente a patricinha detestável tinha olhado pra mim, mas depois descobri que não. Que você me usou pra fazer ciúme no patético do André. Me polpe do papel de vítima, Catarina. Sai já do meu consultório. Demorei muito para esquecer essa história para ter que ficar olhando sua cara agora.
Catarina ficara sem palavras com toda aquela história. Ela não lembrava de nenhum fato de sua vida na escola chinfrim do interior. E toda aquela história a fazia sentir repulsa. Todo o fato a deixou ainda mais confusa quando Pietro disse ser apaixonado por ela.
- Paixonite de escola. Isso eu não mereço.
Catarina se sentia com um dia perdido. Não queria saber de assuntos passados. Não queria saber de sua amiga que agora não trabalhava mais para ela. Catarina queria outra dose de marguerita.
- Dia cheio, cabeça cheia. Preciso desestressar.
Pegou seu carro e foi em direção ao barzinho próximo ao trabalho. Sentou- se no balcão e pediu ao garçom que a servisse. Depois de 3 doses, Catarina sentia sua cabeça pesar. Afinal, estava emendando uma ressaca em outro porre.
Olhou para uma das mesas e não podia acreditar, no que restava de sua consciência, no que via. Era Pietro de novo.
- O destino só pode estar tirando sarro da minha cara.
Tomou mais duas doses de sua bebida. Seu dia havia sido de lembranças, e beber num dia desses não tinha sido uma boa opção. Catarina se levantou para ir embora. Suas pernas balançaram. A caminho da saída não resistiu, e se dirigiu a mesa do rapaz.
- Ora vejam só, suquinho doutor? - falou após chutar a mesa e desequilibrar-se.
- Você de novo, Catarina? E bêbada de novo???
-Não estou bêbada, estou muito bem. Só passei para lhe desejar boa boite apaixonadinho hahahaha...
- Como você consegue ser tão insuportável? Só espero que não vá dirigindo.
-Own que lindo. Está preocupado comigo.
- Catarina por favor. Me deixe em paz. Vá para casa curar esse seu porre.
- ok, - a menina pega a chave do carro- eu vou sim, mas não é porque você está mandando.
-De carro você não vai.
-Agora você vai querer também que eu vá de ônibus? Hahaha.. Você é hilário doutor.
- Sou prudente, o que é muito diferente. Vou pedir que peçam um táxi para você.
Pietro se dirige ao balcão e quando se volta à mesa, Catarina já não está mais lá. O rapaz corre em direção a garagem. E lá encontra a menina prestes a entrar no carro.
-Catarina! Não!
Corre até a menina e tira as chaves de sua mão.
- Você é louca menina? Quer morrer ou matar alguém?
A menina o envolve pelo pescoço e beija-o. Pietro não consegue se afastar de tal ato. Retribui.
- Você não podia ter feito isso! - se exalta o rapaz.
- Como se você não tivesse gostado.
- Tenho namorada, Catarina. E a respeito muito.
- Ah nossa, ele é todo certinho. Idiota. Homem não presta.
- Nem todos. Eu sou uma excessão.
-Que modesto! Sai da minha frente. Devolve minha chave.
- Eu te levo. Entra logo vai. Vamos acabar com isso. Onde você mora?
-Não é da sua conta.
- Colabora, Catarina.
- Não me enche.
Pietro coloca a menina no carro a força e liga para Alice. Pede o endereço de Catarina e a leva embora.
-Está entregue. Consegue subir a escada?
-Vai querer me por na cama também?
- Me faz um grande favor. Não me procura mais.
- Medo de recaída doutor.
- Você não sabe o que é sofrer por amor.

Na ponta do salto agulhaOnde histórias criam vida. Descubra agora