"Obrigada"
"Obrigada"
"Obrigada"
Acordei puxando o ar com toda a minha força e sentando-me na cama. Olhei para os lados e estava tudo escuro. Fechei os olhos algumas vezes, tentando me acostumar com aquilo. Onde eu estava?
Tossi algumas vezes e tentei levar a mão até minha boca, sem sucesso. Eu estava com um tipo de algema presa na cama.
- Merda... - resmunguei tossindo mais um pouco depois. Senti uma dor surreal no meu abdômen e me contorci na cama, batendo na parede algumas vezes e sentindo-a gelada.-Alguém! - gritei, tossindo novamente - Me ajudem, por favor! - a dor era tanta que eu não aguentei segurar as lágrimas - Caralho...E então a luz foi acesa.
Fechei os olhos por causa da claridade Muitas eram as perguntas que passavam por minha cabeça naquele momento:
Onde eu estava?
O que havia acontecido?
Onde Carolyna estava?
Carolyna era minha prioridade e eu não poderia deixá-la. A última coisa que lembrava era vê-la sendo levada por aqueles homens. Neguei com a cabeça tentando afastar aquela imagem que iria me fazer desabar uma hora ou outra. Abri os olhos vendo o teto branco do quarto. Olhei para o lado, vendo apenas uma porta. A mesma que foi aberta depois de alguns minutos, revelando a mulher que se dizia a mãe de Carolyna. Eu ainda não acreditava naquilo.
Trinquei o maxilar vendo-a fechar a porta e tentei sair da cama. Falhei. Só fiz com que meu abdômen doesse ainda mais.
- Calma, senhorita. - ela falou, se aproximando e parando do meu lado e agachandose - não me surpreende Carolyna ter se apaixonado por você. - tocou em meu cabelo, tirando uma mecha do meu rosto - Sua mãe também era uma mulher muito bonita. Pergunto-me como ela está hoje. - franzi o cenho.
- O que...? - perguntei com a voz mais fraca do que eu esperava - Cale a boca! Você é uma mentirosa. - ela sorriu.
- Você não acredita no que eu digo? - perguntou - Veja só... Não acredita que sou a mãe de Carolyna, não é? - neguei algumas vezes.
- Não. - ela riu.
- Uma pena. – levantou-se e continuou - olhando para meu rosto - Infelizmente é verdade.
Meu queixo tremia de tanta raiva. Eu avançaria no pescoço daquela mulher se não estivesse algemada. Eu não queria acreditar no que ela falava. A mulher virou-se e andou lentamente em direção à porta. Engoli seco antes de falar alto:
- Que tipo de mãe você é? – ela parou – Você é um monstro. - virou-se para mim novamente, consegui ver um sorriso em seus lábios.
- Eu só queria o bem para minha filha. - falou - Só que acabou saindo do controle. - Ela se aproximou novamente - Carol era bem nova quando comecei com o primeiro teste. Uma vacina que consegui fazer quando trabalhava no setor de Casos especiais, junto a sua mãe. - arregalei os olhos, sem conseguir falar nada - Nos precisávamos de um alvo fácil, ainda em fase de crescimento. Eduarda ainda era muito nova para isso, e você, muito velha. Seus irmãos estavam em alguma viagem com seu pai e Carolyna era a única criança disponível. Então, testamos nela. Pensávamos que seria algo que fosse inofensivo.- sorriu - Só que superou minhas expectativas. Acabei criando aquela garota. Uma verdadeira máquina de destruição. - eu respirava pesadamente, digerindo tudo aquilo. Não era possível. Minha mãe... Estava metida nisso? - Fiquei muito feliz. Mas meu marido ficou com medo por Eduarda e pela sanidade de toda a família. Ele dizia que eu estava ficando louca com tudo aquilo e que estava transformando nossa filha em um monstro. Então eu o matei. Ele não precisava ver aquilo se tornar pior. E eu tinha que continuar com os experimentos. - deu de ombros - Acabou que Eduarda foi morta também. Mas não por mim.
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Monster- Capri [Concluida]
RomancePriscila Caliari, uma agente de missões especiais, foi escolhida para ser enviada a um lugar completamente diferente de qualquer realidade para cuidar de pacientes que foram classificados como especiais para o resto do mundo. Na verdade ela tem de c...