Capítulo 5

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- PRISCILA! - Clara falou, pulando em cima de mim e me abraçando.

-Oi... - resmunguei com a voz abafada por causa do abraço.

Eu havia acabado de chegar da viagem, o Ônibus parou em uma rodoviária, e lá já haviam várias pessoas esperando por todas nós. A pessoa que estava me esperando era Clara. Minha melhor amiga.

-Como você sabia quando eu iria chegar? - perguntei me soltando do abraço.

-Mandaram um e-mail... - ela parou de falar

quando viu Malu se aproximando.

-Estou indo, Caliari. - a de cabelos morenos falou - Até domingo. – assenti, sendo abraçada brevemente por Malu, que logo saiu dali junto com um cara.

-Quem é essa? - Clara perguntou de sobrancelhas levantadas - Já tá pegando alguém, sua vagabunda?!

-Não! - ri - Ela é minha companheira de beliche. - falei e ela sorriu maliciosamente.

- Companheira de beliche. Sei. Te conheço. - revirei os olhos, puxando-a.

-Vamos. Mal posso esperar para comer um hambúrguer.

●●●

Já eram quase três da manhã quando cheguei ao meu apartamento. Clara havia me deixado lá depois de irmos numa lanchonete e passar um tempo comendo e conversando besteira.
Cheguei a sorrir quando entrei em meu lugarzinho. Queria me jogar naquele chão de madeira e me esfregar naquela parede que não era branca. Tranquei a porta, joguei as malas no chão e andei até a cozinha, pegando um copo cheio d'água. Depois disso fui ao meu quarto, colocando a água no criado mudo e me jogando na cama em seguida. Como era bom estar em casa. Pensando nisso, logo adormeci.

Não por muito tempo, pois eu não havia fechado as cortinas da janela de vidro, e, às seis e meia da manhã acordei por causa do sol nos meus olhos. Xinguei tudo e até o que não estava ali. Levantei, pois eu não iria conseguir dormir novamente. Fui até o banheiro e tomei um bom banho de, no mínimo, uma hora. Sei que a água no mundo está acabando, mas eu precisava.

Ao terminar de me arrumar, me olhei no espelho e vendo minhas famosas olheiras que agora estavam ainda mais fundas por que eu não havia dormido direito. Bufei e olhei o relógio, vendo que já iam dar oito horas. Então peguei dinheiro e meu celular e sai de casa. Ia tomar café em uma padaria ali perto.

Coloquei os fones de ouvido e comecei a escutar o bom e velho rock. Desci de escadas, pois estava precisando andar, afinal, naquele lugar os meus passos eram completamente limitados.

Cheguei à padaria depois de alguns minutos. Três musicas, para ser mais precisa. Senti o cheiro de pão fresco invadir meu olfato. Quis babar ali mesmo.

Eu não tinha percebido o estrago que aquele lugar fez comigo até realmente sair dele. E olha que eu não tinha ficado nem uma semana lá dentro. Respirei fundo, pedindo uma xícara de café com leite e ovos com bacon. Sentei-me em uma das mesas que tinha ali e fiquei esperando enquanto mexia no celular. Vi uma mensagem de Clara, às quatro da madrugada. Ela perguntava se eu queria sair para jantar ou algo do tipo. Respondi que sim.

Logo meu café da manhã foi colocado em minha frente.

- Priscila! Quanto tempo! - o homem falou com o sotaque arrastado - Você nunca mais veio, o que aconteceu?

-Bom dia, senhor Carlos. - falei sorrindo simpática - Eu estou trabalhando em um lugar longe agora. Fico a semana inteira fora e só volto finais de semana. - falei, bebendo um gole do café que eu tanto conhecia.

Monster- Capri [Concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora