Androide detetive.

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Detetive pov ~
5 de novembro de 2038
11:56 PM

Era uma noite chuvosa, você estava se preparando para dormir. Era quase meia-noite e estava muito cansada por ser uma sexta-feira, a semana foi cansativa e você apenas queria dormir. Você se deitou na cama, fechando os olhos e logo pegando no sono. Quando de repente ouviu um som, rapidamente abrindo seus olhos. Você olhou de onde vinha, era de seu celular, que tocava. Um número aparentemente desconhecido, você pegou o celular e atendeu.

- Alô? Se for cobrança, eu não estou aqui...- Eu falei em uma voz cansada.

- Senhorita Detetive? Um caso foi designado a você e o Tenente Hank Anderson, peço desculpas por acordar a senhorita tão tarde. Mas agradeço desde já a sua colaboração no caso. - Uma voz desconhecida falou. Eu ainda estava meio dormindo, então fechei os olhos quando ele parou de falar.

- Eu sou obrigada mesmo a ir trabalhar agora? Porra...- Eu falei, desligando a chamada e então me levantando da cama. Eu recebi mais uma notificação, o mesmo número havia mandado uma localização. Eu respirei fundo e caminhei até o banheiro próximo ao quarto.

Eu tomei um banho morno, o inverno se aproximava e cada vez ficava mais e mais frio. Eu provavelmente teria que comprar mais roupas de inverno, mas naquele momento eu apenas queria resolver aquele caso logo e ir pra casa dormir. Eu apenas não esperava algo.

Eu caminhei para fora do banheiro, enrolada na toalha quando terminei o banho. Eu fui até o guarda-roupas do quarto e procurei alguma roupa decente. Eu vesti uma blusa preta de mangas cumpridas com uma calça jeans da mesma cor, então calcei meus sapatos e peguei a minha bolsa com o bolo de chaves e meu celular. Assim que saí de casa, eu caminhei até o carro e adentrei, dirigindo até o local que o número havia mencionado.

Assim que cheguei no local do crime, parecia ter mais repórteres do que o anterior, que me fez estranhar. Eu então entrei dentro da casa e peguei um pequeno tablet que tinha o relatório do caso. Aparentemente, um androide assassinou seu dono, é o que as evidências diziam. Mas não diziam por que, ou onde ele estava.
Eu encarei o local, até ver um androide de aparentemente 1,80 de altura, cabelos castanhos, olhos avelãs. Eu imediatamente estranhei, já que os androides não são permitidos dentro de cenas de crimes.

- Quem é você? - Eu perguntei enquanto encarava o androide.

- Meu nome é Connor, sou o androide enviado da cyberlife, estou encarregado para trabalhar com a senhorita, detetive. E o Hank Anderson enquanto ele ainda estiver trabalhando aqui. - Ele falou formalmente.

- Caramba...então vocês realmente vão substituir todos, não vão? - Eu perguntei enquanto observava suas roupas, e sua numeração, que dizia "RK 600". Connor não falou nada. Apenas deu um leve sorriso.

- Finalmente você chegou, garota. Eu já não estava aguentando essa bosta de androide...- Ele disse, se aproximando de mim e susurrando para que Connor não ouvisse.
- Esse aí lambe sangue. - Ele disse, que me fez tirar uma boa risada.

- Tá legal, acho melhor a gente voltar a prestar atenção no trabalho, certo? - Eu perguntei enquanto observava a casa lentamente, caminhando até o corpo.

O corpo do homem, que se chamava Carlos Ortiz, foi encontrado morto pelo proprietário da casa, já que ele não pagava o aluguel a algum tempo. Seu corpo estava entrando no estado de decomposição, e o cheiro estava quase insuportável. O corpo estava com sangue, com 28 facadas. Existia também, uma escritura nas paredes. Nelas diziam, "Eu estou vivo" com aparentemente sangue de Carlos.

Eu caminhei pela casa, a cozinha estava muito bagunçada, a mesa estava jogada, uma cadeira caída, e uma das facas faltando. Eu observei por algum tempo, um bastão também podia ser visto, que estava levemente amassado.
Eu pensei por um pequeno tempo, então, já havia decidido uma versão mais próxima da história.
Provavelmente, Carlos havia batido no androide com o bastão, e por algum motivo, o androide pegou uma das facas e esfaqueou seu dono, fazendo-o recuar até a sala, onde ele foi morto.
Eu então caminhei até a sala de estar, onde Hank estava.

- Você já tem sua história? - Eu perguntei enquanto cruzava os braços e olhava para Hank.

- Pra falar a real, sim. Mas não sei onde o androide pode estar, talvez aquele...Connor...descubra. - Ele falou, com certo receio ao falar o nome de Connor.

- Eu nunca pensei que um dia veria você trabalhar com um androide, pensei que você odiasse eles. - Eu disse dando uma risada.

- Mas eu odeio, eu não vou trabalhar com ele por muito tempo, é só por agora...eu vou me aposentar daqui a pouco, pirralha. - Ele falou, me fazendo ficar em choque.

- Fala sério...você não pode fazer isso. Pensei que gostasse de trabalhar. - Eu falei e olhei para seus olhos.

- Mas eu gostava, é diferente. Você que vai ter que aturar o robô. - Ele falou rindo.

Nós estávamos conversando sobre mais algumas coisas, incluindo nossas histórias sobre o que pode ter acontecido, também juntando as versões, quando ouvimos Connor falar com ambos e contar sua versão, que parecia muito bem detalhada.

- É uma boa versão, mas não nos conta onde ele foi. - Hank disse, encarando o androide que ficou sério de repente e ficou em silêncio.

- Tem razão, mas o androide se machucou, ele perdeu o tirio. - Ele falou enquanto encarava Carlos.

- Que merda é essa? - Hank falou debochado.

- Tírio, vocês humanos chamam de sangue azul, é o fluido que alimenta nossos biocomponentes. - Ele falou.

E então, ele de repente ficou em silêncio e seu rosto teve um semblante sério, se virou de costas para nós e começou a encarar o chão de um jeito estranho enquanto adentrava a casa.

- Bom...tomara que ele consiga descobrir, já que é um androide...ele no mínimo tem que saber fazer um bilhão de coisas. - Eu disse, seguido de uma risada.

Continuamos a andar pela casa a procura de alguma pista que não tenham visto ainda, quando avisto Connor segurar uma cadeira em seus braços.

– Que merda você tá fazendo com a cadeira, oh Connor? - pergunto com uma das sobrancelhas levemente arqueada.

– Irei verificar uma coisa. - Ele respondeu levemente frio, enquanto caminhava para uma parte mais adentro da casa.

Caminhei até a sala novamente, e eu e Hank permanecemos conversando, quando de repente ouvimos Connor falar algo, que parecia um grito.
"DETETIVE, TENENTE, ELE ESTÁ AQUI!"

Ele berrou, então nós fomos correndo até onde havia uma cadeira, olhando pra cima, o Sótão estava aberto, de onde vinha a voz de Connor.

{Capítulo revisado}

Meu amor androide (Connor x Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora