Meu amor androide (Connor x Reader)

Culpado.

Detetive ~
6 de novembro de 2038
01:47

     Connor saiu do Sótão acompanhado por um androide de cabeça baixa, seus braços haviam marcas de queimadura de cigarros e estavam abertos, escorrendo tírio por eles. Seu rosto tinha manchas de sangue seco nele, ele se mantinha quieto até que fosse posto no carro da polícia, onde pela primeira vez ele falou algo desde que saiu do Sótão. Me sentei no banco da frente no passageiro enquanto Hank se sentou no banco do motorista, Connor, por outro lado, se sentou no banco de trás, ao lado do androide que tinha algemas em suas mãos.

– Pra onde estão me levando?... - Ele levantou a cabeça para olhar para o vidro do carro, seus olhos vazios e sem vida observavam cada canto da viatura.

– Estamos indo para a delegacia de polícia de Detroit. – Connor falou em seu tom formal.

O androide olhou para ele e permaneceu quieto, suas mãos algemadas estavam levemente mais acima de suas pernas. Ele manteve seu olhar baixo, ambos permaneceram quietos e um silêncio constrangedor ficou no carro até que chegássemos na delegacia, foi um longo caminho, as estradas estavam molhadas da chuva que caia sob elas, Hank, obviamente odeia androides. Ter que trabalhar com Connor será um trabalho duro...sei que ele espera que Connor só fique por pouco tempo, bom, eu também espero isso. É estranho pensar que até mesmo os cargos "intocáveis" de policiais também seriam ocupados por androides...
E depois de pelo menos 20 minutos dirigindo, finalmente chegamos na delegacia de Detroit, Hank desligou o carro e então ambos saímos, logo, Connor saiu com o androide. Caminhamos até uma das salas na delegacia, então, Connor levou o androide. Gavin entrou na sala, ele é simplesmente um otário arrogante que se acha mais que todo mundo, acho que ninguém da delegacia aguenta ele.

– Bom, então, acho que vou começar o interrogatório. - Hank falou com o tom cansado.

Hank saiu de perto da porta de saída e foi em direção a sala de interrogatório, ele se sentou na cadeira em frente ao Androide.
O androide continuava cabisbaixo. Ele não parecia á vontade de falar, seus olhos permaneciam frios.
Mais e mais minutos se passam, Hank não conseguiu tirar nada dele. Bom, não até aquele momento.

- Quanto tempo ficou no sótão? O que houve antes de pegar a faca? - Hank questiona.

– SOLTA A LÍNGUA, LATA DE MERDA! - o Hank diz, já com raiva, batendo com suas duas mãos na mesa.

Logo em seguida, Hank se levanta e sai da sala.
– Ah, foda-se. Eu cansei.

– Podemos pegar pesado com ele? Afinal, não é Humano. - Gavin Reed fala. Como se tortura fosse algo "normal" até mesmo para um androide, que querendo ou não...não sentem dor.

– Androides não sentem dor, apenas o danificaria. Isso não o forçaria a falar. - Connor falou enquanto olhava para o androide sentado.

– Tá, espertalhão, então oque vamos fazer? - Gavin diz, já ficando com raiva de Connor.

– Eu posso tentar interrogá-lo - o androide diz.

Gavin dá uma risada alta, ele então se encostou novamente na parede enquanto ria debochadamente de Connor.

- Pode tentar Connor. Afinal, o suspeito é seu... - Hank diz, começando a ficar cansado.

- Boa sorte, Connor. - você diz baixinho perto dele.

Ele acena com a cabeça que sim, então dá um leve sorriso de canto.
Ele entra na sala, e dá uma olhada no relatório. Ele se senta na cadeira, observando o androide dos pés a cabeça. Ele continuava cabisbaixo, você podia ver que um vazio tomava conta dos olhos dele.
Connor puxa os arquivos da cena e vira para ele.

- Sabe oque é isso? Foi oque você fez. Você matou Carlos Ortiz.. – Ele disse enquanto apontava para o arquivo.

- 28 facadas, você não queria dar á ele nenhuma chance, não é!? Você matou um Humano!- Connor diz, com raiva. Enquanto olhava pra ele.

– Por que ... por que contou que me encontrou? - ele finalmente falou. - Sua voz rouca, e num tom grave, mas ao mesmo tempo, fraca. - Por que não me deixou lá, quieto?

- Eu fui programado pra caçar divergentes, como você. – Connor disse com a voz calma.

- Eu...Não quero morrer. Não quero ser destruído. - O androide diz.

- Então fala comigo...- Connor fala em um tom de simpatia.

- Eu...não posso. - ele fala, e logo abaixa a cabeça.

- Você matou aquele homem quando a única coisa que você deveria fazer, era obedecer, então obedeça! - Connor fala e dá um tapa forte na mesa.

Todos que estavam assistindo, levaram um susto, incluindo o androide, que levantou a cabeça brevemente, e depois abaixou.

- Por que eu me importo afinal? Quer dizer, eu não fui acusado de homicídio.

- Confesse e eu te protejo! - Connor diz novamente, ordenando para o androide.

Após um breve momento, ele finalmente olha pro Connor.

– Ele me torturava sempre. Mas um dia, eu fiquei com medo! Medo dele me destruir, medo de eu morrer...Eu percebi que não aguentava mais! Que isso não era justo. - Ele diz com raiva.

- Quando começou a ter emoções?

-...Antes, ele me batia sempre. E eu não falava nada! Mas por um motivo, eu senti que não aguentava mais.

- O que é RA9?

- Chegará o dia, em que não seremos mais escravos. Sem mais humilhação, sem mais sofrimento. Seremos nós os donos.

- encontrei uma estatueta no banheiro, oque era? – Ele perguntou, aproximando seu rosto um pouco do androide.

- Era uma oferenda. Pra eu ser salvo.

- Oferenda? Oferenda pra quem?...- Connor perguntou.

– Para RA9!..só ele pode salvar...

– Quem é RA9? - Connor então perguntou.

O androide não falou nada. Apenas abaixou a cabeça, provavelmente não sabia quem era. Mas sabia que ele existia.

- Por que se escondeu no sótão...invés de sair correndo? - Connor questiona.

- Eu não sabia o que fazer...pela primera vez...não tinha alguém pra mandar em mim. Fiquei com medo, e me escondi.

- Eu terminei. - Connor fala para o vidro que dava para assistir o que estava acontecendo ali dentro.

Logo, Chris, que trouxe o androide, tentou pegar ele. Mas não conseguiu, o androide estava relutante em levantar.

- Por favor, pare! - Connor fala preocupado.

- Vai arrastar esse puto ou não? - Gavin diz.

- Eu tô tentando! - Chris diz.

– Não vou deixar que faça isso! - Connor interrompe e empurra Chris, Gavin aponta uma arma pra cabeça do Connor.

Hank, então, aponta uma arma pra cabeça de Gavin.
- Agora chega. - Ele diz com a arma na direção da cabeça de Gavin.

Ele apenas olha para você e Hank, e abaixa a arma, ficando com raiva.

- Pior que isso não fica! - Gavin diz, logo saindo da sala. A raiva ecoando em sua voz.

- Tá tudo bem agora, ele não vai te causar problema. - Connor diz ao Androide que se encontrava ao chão.

- Por favor. Não encosta nele, deixa ele te seguir e não vai te causar problema. - Connor diz para Chris.

O Android então se levanta, seguindo Chris, assim que ele passa por Connor, ele então diz.
  – A verdade é interior. - O androide diz para o Connor. Com um semblante aterrorizante, sua voz baixa.

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[Capítulo revisado]