𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 5

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      Sendo acordado pela claridade que adentravam a abertura da cabana Aonung lentamente se espreguiçava, não querendo acordar os outros dois corpos presentes que aproveitavam seu trigésimo sono.

       Passando para o lado de fora vendo que logo o sol nasceria, se virou para ver que Neteyam ainda permanecia deitado.

     --- não deve fazer mal sair um pouco --- decidiu sair para uma pequena caminhada se concentrando em chegar ao local que planejava.

       Andando pela pequena trilha na floresta agora perdia aos poucos seu brilho com a chegada dos raios de luz, alguns animais começavam a andar por dentre as árvores.

        A maresia o convidava a se sentar em um galho de tronco retorcido no chão próximo. Observando a mistura de cores azuis, lilás, rosa e amarelo que pintavam o horizonte, afastando a escura noite, as estrelas ainda deixavam seu rastro no céu. As nuvens faziam sua presença varrendo o vasto céu como espumas do mar que as ondas traziam para a orla da praia.

         Suspirando perdido em meio as pensamentos que vinham e iam rapidamente, Aonung não notou um outro corpo que apareceu atrás dele, dando um pequeno pulo pelo susto que havia levado, se virando para ver um rosto bem conhecido que sorria zombeteiramente segurando um pequeno corpo deitado que permanecia  dormindo.

          Dava-se para notar os olhos âmbars meio caidos, leves bolsas  roxas, um semblante alegre porém cansado. O metkayina o convidou para se sentar ao seu lado.

     --- ela ta pesada ? --- perguntou ao observar Neteyam estalar as costas a endireitando com uma careta de dor.

     --- não é que ela tá pesada, a gente passou a noite carregando ela pra a fazer dormir, e levantar ela logo cedo por um tempo doi o braço --- Neteyam tentou explicar arrumando a bebê para que ficasse deitada em sua perna apenas com a capeça apoiada no antebraço.

      --- você ta acabado --- Aonung soltou algumas risadas, recependo um tapa da cauda de Neteyam.

      --- só pra saber, você não tá a melhor coisa não --- apontou ao ver algumas mechas do cabelo de Aonung levantadas, o coque frouxo, os olhos caidos, e a ferida na canela.

      --- e tudo por causa dessa coisinha --- brincou apertando de leve o nariz de talas'sa, que virou a cabeça com uma careta amarga, o que causou uma pequena risada em ambos garotos --- quem diria que algo tão pequeno poderia chorar tanto ---

      --- sim --- sorriu observando o horizonte, descansando sua cabeça no corpo ao seu lado ---

       O omaticaya não pode deixar de soltar um suave suspira de aprovação ao sentir longos dedos fazerem uma lenta massagem sobre as suas omoplatas doloridas.

        Os dedos circulavam cada ponto de tensão sobre as costas aliviando a dor que sentia, seu corpo não escondia que gostava do toque, com a cauda se enrolando a cada lugar pressionado, as orelhas se contraindo levemente.
         
      --- por quê você resolveu vir aqui tão cedo --- se encostou mais no corpo ao lado, sentindo-se ficar mole, arqueando aos poucos as costas.

      ---  vim pensar um pouco, em como a nossa vida mudou em pouco tempo, dois dias atrás estavamos na vila com nossas familias, e do nada estamos aqui e com uma filha --- Aonung se explicou, voltando a olhar para a paisagem.

      --- isso eu não posso discordar ---

      --- aliás por quê você veio atrás de mim, era para estarem dormindo --- Aonung voltou a olhar o Omaticaya quase dormindo escorado em si.

𝐔𝐦𝐚 𝐅𝐚𝐦𝐢𝐥𝐢𝐚 𝐈𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 ( Neteyam x aonung )Onde histórias criam vida. Descubra agora