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--- LO'AK VOLTA AGORA --- o grito cortou o ar potente.
Após se afastar dos Metkayinas, Neteyam rapidamente ligou com seu ikran voando para alcançar seu irmão.
Mesmo a tarde sendo ensolarada, os ventos traziam consigo a humidade do mar consigo, tal qual as rajadas de ventos lembravam as noites frias e humanas da floresta.
Ikrans cansados pelo esforço de superarem seus limites grunhiam por todo percurso, curvas ou alimentos de altitude repentina o cansavam, sem dizer o sal do oceano que se prendiam a pele todo vez que uma rasante espirrava a água.
--- NÃO! EU VOU PROVAR QUE O PAYAKAN NÃO É ASSASINO ---
--- você me prometeu Lo'ak --- Neteyam relembrou
--- eu cruzei os dedos, então não vale --- disse demonstrando como havia feito sua promessa.
--- isso é coisa de criança pelo amor da grande mãe ---
Lo'ak apenas deu de ombros, incitando seu ikran a voar mais rápido.
Neteyam respirava fundo, deixando escapar internamente um grito de frustração para não xingar o seu irmão.
Por um segundo Neteyam sentiu seu coração gelar vendo seu irmão se lançar do ikran em direção ao mar, não deu tempo de sair quaisquer palavras, sermões antes de se lançar ao oceano.
O guincho preocupado de Nay'la foi a última coisa que ouviu antes da imensidão do mar o cobrir.
Em sua visão turva ele apenas pode ver o borrão do que seria Lo'ak nadando em direção a superfície.
Cortando a água em busca de oxigênio Neteyam nadou mais perto de seu irmão, mas ele não negaria que sentia a insana vontade de enforca-lo ali mesmo.
Principalmente se Lo'ak continuasse o olhando com um sorriso inocente de quem nunca se lançaria de um ikran em direção ao oceano.
--- é bom você ir tirando esse sorri--- ambos tiveram de se equilibrar quando algo sólido sob seus pés os levantou da água.
--- PAYAKAN ---
--- payakan ---
O som distorcido se alongou por um tempo como uma forma de saudação do Tulkun. Lo'ak não esperou algo ou alguma palavra de seu irmão, seguindo em direção a enorme barbatana onde se sentou encarando os olhos azuis gentis.
Neteyam de forma cautelosa andou pela costa do animal em direção ao seu irmão, não que realmente achasse o tulkun que os ajudou fosse um assassino mas também não correria o risco de ver seu irmão quase morrer novamente, e se existisse um jeito de imperdir isso acontecer, ele faria.
