De Volta A Vida!

311 31 1
                                    

Lauren Jauregui 🌙


Anteriormente...

- Como se fosse uma premonição eu pude sentir os pelos do meu braço se arrepiarem enquanto dentro de mim a frase "apenas seja forte" ecoava na minha cabeça. Mesmo que inconscientemente, eu sabia que aquilo tinha sido apenas a força do meu pensamento, mas ainda assim fingi que era ela me falando aquilo, me aconselhando sobre o que fazer no meio de toda aquela merda.

E eu seria forte. Por mim, por ela e pela Angél.


****


- As semanas se passaram rápido desde então, e em partes eu agradecia por isso porque quanto menos tempo eu tinha menos eu pensava em tudo que estava acontecendo.

Faziam exatos trinta e sete dias que Camila não abria os olhos, ela tinha sido transferida pra outro quarto e estava podendo receber visitas o dia todo... mas já eram quase três da tarde e eu ainda não tinha tido coragem de ir lá.

Que Neném linda da Mommi!

- Falei pra Angél que me encarava com os seus pequenos olhos verdes marcantes. Angél deu um sorriso contido e sorri junto, do meu lado o Leo deu pequenas latidinhas pra eu ver que ele estava ali também.

À medida que os dias foram passando a maior decepção do mundo foi quando eu percebi que seus olhos eram verdes e ela se parecia muito comigo, até as covinhas tinham sido herdadas e eu sabia que a Camila ficaria feliz, mas eu sentia que nunca mais poderia ver os traços dela em ninguém caso ela não acordasse.

Os dias tinham sido difíceis até aqui, meu único conforto pra sobreviver aos dias difíceis eram as lembranças. Eu as tinha em todos os momentos. Durante boa parte do meu dia eu conseguia fingir que tinha uma vida normal, conseguia realizar pequenas tarefas e esquecer por alguns segundos a dor que eu sentia no peito. Mas tudo que eu fazia doía. Em todas as coisas ela estava lá.

Em uma tarde chuvosa quando eu me sentava no sofá com o Leo de um lado e a Angél dormindo do outro, eu me lembrava dela... porque era pra ela estar aqui também. Depois do café da manhã, quando eu ia fazer uma coisa extremamente insignificante como, por exemplo, lavar a louça, eu me lembrava do seu sorriso enquanto usava uma das minhas camisetas velhas, eu conseguia ver seu sorriso e conseguia sentir seu abraço de novo...

E então quando eu me dava conta estava olhando para o espaço onde ela deveria estar, e ficava me perguntando quando eu ia ver seus olhos castanhos novamente. Tudo era dor depois que ela se foi, e tinham dias que era insuportável aguentar isso, como hoje... essa era a primeira vez que eu passeava na rua e tinha percebido que fiz uma péssima escolha. Eu deveria ter ficado em casa porque assim evitaria me lembrar dela em todos os espaços que eu cruzava nesse bairro.

Olhei para o lado respirando fundo, faltavam apenas alguns metros para chegar até a Ponte do Brooklyn, mas eu não tinha mais tanta coragem igual quando sai de casa.

Observei por um tempo as pessoas passando na rua enquanto Angél reclamava no carrinho. Às vezes eu me perguntava por que eu não tinha a vida perfeita delas, porque eu sofria tanto e não podia levar uma vida normal... mas logo depois eu me lembrava que quase todos usavam uma máscara e fingiam estar bem, assim como eu fazia.

Perguntei-me o que a Camila faria se estivesse no meu lugar, talvez estivesse sendo mais fácil pra ela, mas nem pra isso eu tinha respostas.

Encarei a Angél que me olhava séria com os pequenos olhos verdes, às vezes parecia que ela percebia quando eu estava pensando na sua Mãe, na maioria das vezes ela só ficava ali quietinha, era como se soubesse que dentro de mim as coisas não estavam bem.

My Stranger CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora