CAPÍTULO 59

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Segunda
02:00hrs

Pk

eu e o juininho ainda estávamos no hospital, médico veio aqui uma vez e depois não veio mais, eu já tava puto e querendo perguntar por ela, mas o mesmo médico apareceu.

- ela perdeu muito sangue -falou chegando mais perto- até agora não conseguimos escutar o batimento cardíaco da criança, peço que não criem expectativas e a paciente continua dormindo, ela tava com um ferimento na perna também, demos  uma anestesia para fecha-lo

Juininho: como vai escutar o batimento? -falou olhando pra ele- ela tá com dois meses de gravidez

- não senhor, ela está entrando na 13 semana de gestação -falou negando- pelo visto não sabiam, bom, 13 semana, ela esta entrando para o quarto mês de gestação, no final do terceiro mês, já dá para ouvir o batimento da criança e no momento não estamos ouvindo

Juininho: a criança tá morta? -falou e eu olhei pra ele.

- na ultrassom conseguimos ver a criança, mas seus batimentos não são ouvidos -falou e eu passei a mão no rosto- peço que não percam a esperança também, mas não criem muita expectativa, a roupa dela estava cheia de sangue, poderiam trazer outra? seria ótimo

falei pra ele que iria buscar e fui com o juininho pra casa, tava todo mundo acordado, so dava pra escutar o choro da kiara que tava no colo do Igor e ele veio atrás de mim.

Igor: cadê ela ? -falou tentando acalmar a kiara- pedro

Pk: ela pode perder a criança -falei vendo ele parar- não dá pra escutar o batimento dela, sendo que ela ainda tá lá, tem a porra da noção que ela vai tá perdendo uma parte dela ali? não sei nem se ela pode morrer e ninguém é culpado nisso tudo

Igor: perdendo uma parte sua também -falou e eu passei a mão no rosto.

continuei indo pro quarto e tava tudo igual, celular dela no chão e sujo de sangue, peguei ele e vi que tinha mensagem da irmã dela, abri pra ver e tinha vários áudios junto de xingamentos, principalmente sobre o filho dela.

passei a mão no rosto sabendo que poderia ter sido aquilo, que fez ela ficar daquele jeito, ignorei jogando o celular na cama e peguei umas roupas, colocando dentro de outra bolsa.

fui saindo vendo todo mundo me olhar e parei com a Maria na minha frente, ela me chamou pra conversar e eu fui pro lado de fora com ela.

Maria: como ela tá? -falou e eu neguei- ela perdeu o bebê?

Pk: não sei -falei olhando pra ela- não conseguem ouvir ele, mesmo ele estando lá dentro, não sei o que fazer Maria

Maria: você precisa manter a calma né -falou me abraçando e eu deitei no ombro dela- lembra que a camila sempre dizia? momento de desespero temos que manter a calma e ficar bem por quem não está, você tem que ser forte por ela e pelo seu filho, você sabe que ele tá vivo, só não escuta ele, mas vai escutar

Pk: ela falava poucas vezes pra mim -falei lembrando da camila- sinto saudade da antiga, não dessa ai

Maria: ela mudou por vocês, eu percebi esse tempo que vocês não estavam com ela, mas vocês não querem permitir ver como ela mudou -falou me olhando- mas fica forte pela Sara, pela sua criança também, vai adorar o pai que tá esperando por ele

era foda ouvir de todo mundo que eu era pai da criança, bagulho nem verdade era, mas não queria ninguém olhando pra Sara com indiferença, pelo fato dela ser mãe solteira.

Pk: cuida da alicia -murmurei vendo ela assentir- valeu

fui correndo pro carro e o juininho perguntou da alicia, falei que a Maria ia cuidar dela e ele ficou mais aliviado.

a gente voltou pro hospital e ficou esperando maior tempo pro médico vir falar alguma coisa, ou dizer como ela tava, quando ele apareceu, pegou a roupa e pediu pra gente esperar, era uma coisa que eu não tinha paciência e não sabia, era esperar.

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