CAPÍTULO 71

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Segunda
19:40hrs

Sara

eu sentia uma mistura de ódio e dor ao mesmo tempo e isso tava me matando muito, uma hora a Isis mandava fazer força e eu nem forças tinha.

Isis: tá doendo muito? -falou e eu assenti- se eu ficasse grávida, eu surtaria muito, meu deus

Sara: você não tá ajudando -falei vendo ela rir e me ajudar a fazer o exercício.

- Sara, como você tá? -falou e eu olhei pra ela

Sara: pronta pra desistir disso tudo aqui -falei vendo ela rir e negar- a gente pode optar em ir pra cesaria não?

- eu aconselho a não ir, mas se você quiser podemos ir sim -falou e eu neguei, vendo ela rir- vamos medir sua dilatação, pode se deitar na maca por favor?

me levantei com a ajuda da Isis e fui me deitar na maca, mas era impossível com uma barriga do tamanho do mundo, na minha frente.

quando consegui me deitar a dor tinha passado um pouco e eu agradeci aos céus por esse alívio.

Isis: quem diria que gael ia dar tanto trabalho -falou e eu ri fraco.

- vou introduzir dois dedos em você igual da outra vez, tudo bem? -falou e eu assenti- ótimo, caso esteja doendo muito, você me fala que eu paro

ela fez tudo certinho e eu não senti incômodo nenhum, até ela tirar e me olhar com uma cara nada boa.

- ainda vamos ter mais uns momentinhos com o gael aqui -falou tirando a luva- pelo visto ele não quer vir por agora né

Isis: deve tá esperando o pai -falou e eu olhei pra ela-

Sara: nem brinca com isso, pedro não tá perto e eu preciso ter esse menino o mais rápido possível pelo amor de deus -falei vendo ela suspirar- eu aguento mais uns exercícios

- uma pergunta, você manteve relação sexual durante a gestação? -falou e eu neguei- digamos que isso iria ajudar também , mas como não teve

Sara: nunca imaginei que sexo iria ajudar em algo -murmurei e voltei a sentar na bola, com a ajuda da Isis.

era isso, ficar indo pra frente e para trás na bola, não sei como isso iria ajudar e eu já tava com as pernas doendo de tanto estar aqui.

[...]

Isis: fica calma mulher, ele vai vir -falou e eu assenti.

eu tinha ficado maior tempo naquela sala e agora tava literalmente tentando deixar uma criança sair de dentro de mim, o que tava sendo impossível.

- peço que faça a maior força do mundo Sara, estamos em um momento complicado e já era pra essa criança ter vindo a muito tempo -falou e eu assenti- ótimo, fica calma também, se ficar muito nervosa pode acabar não dando certo

apenas assenti e ela abriu minhas pernas enquanto a isis segurava na minha mão, tava doendo mais que o normal, mais que antes e eu tava tentando suportar a dor.

quando ela pediu pra eu fazer força, puxei a força de onde nem tinha e tentei, mas ela disse que queria mais, enquanto eu escutava a Isis dizendo que eu conseguia, que eu era forte.

comecei a colocar mais força e nisso uma grito de desespero saiu de dentro de mim, tava doendo e ele não queria vir, meu gael não queria vir.

- mais força Sara, não consigo ver ele -falou e eu assenti.

segurei a mão da Isis com força e me inclinei na maca, colocando mais força, só dava pra ouvir meus gritos e os pedidos da enfermeira.

Sara: eu não consigo -falei chorando e a Isis negou.

Isis: claro que consegue, eu to aqui com você cara -falou passando a mão no meu rosto

- quando estiver pronta pode ir denovo.

olhei pra Isis e ela assentiu, dando um conforto a mais pra mim e eu segurei a mão dela, tentei fazer mais força e gritei  por conta da dor.

- mais força Sara, estou vendo ele -falou e eu fiz mais força- vamos Sara

implorei por mais forças e gritei mais alto, inclinando meu corpo novamente enquanto sentia a mão da Isis me apertar em forma de ajuda.

- conseguimos -falou e eu sorri me deitando novamente.

não tava conseguindo respirar direito, tava com calor e não conseguia me mover, tava cansada.

mas não consegui ouvir o choro do meu filho, o que me trouxe um incômodo por dentro, olhei pra Isis e ela olhava para enfermeira.

Sara: por que ele não tá chorando -falei fechando o sorriso e a Isis me olhou- por que ele não tá chorando Isis

senti uma sensação ruim por dentro, ele não chorou, não queria chorar.

- fica calma Sara -falou um dos enfermeiros e eu neguei- isso pode ser pior para você, fica calma

- estimulação nas costas -falou e eu tentei me inclinar pra ver- rápido

vi a enfermeira virar ele de lado e massagear as costas do meu filho, foi nisso por um minuto até a porta abrir e eu ver o pedro, ele tava com a máscara e a touca no cabelo, mas com a mesma roupa que usava.

no mesmo momento o gael chorou e eu voltei minha atenção pro meu filho, que chorava descontrolado, o que me fez rir.

a enfermeira olhou ele direitinho e trouxe ele pra perto de mim, ela colocou ele perto do meu rosto, estava com pouco sangue pelo corpo, e ainda chorava.

Sara: oi meu amor, seja bem vindo -falei sorrindo.

quando ele ouviu minha voz, foi cesando o choro e foi ficando mais calmo, o que fez a enfermeira sorrir.

- pelo visto estava apenas esperando pelo papai -falou e eu olhei pro Pedro, que tinha um sorriso bolo no rosto.

Pk: qual foi gaelzinho, firmeza? -falou e eu revirei os olhos suspirando- foi mal loirinha, me barraram no bagulho, tive que mostrar documento e eu tava sem nada aqui, vim desesperado fia, no meu aniversário ainda irmão, presente do caralho

Sara: você tá com bafo -falei suspirando e ele me olhou com indignação.

- precisamos arrumar ela, seu filho já foi tomar o banhozinho dele -falou me olhando- você precisa descansar, mais tarde irá dar de mamar a ele e espero que esteja pronta

Sara: nervosa -falei sorrindo e ela sorriu.

ela disse que ia me levar pro quarto e que se eu quisesse tomar banho, eu tinha que esperar um pouquinho, pois acabei de dar a luz e eu tinha que descansar mesmo.

e assim ela fez, me levou pra um quarto e disse pra eu dormir um pouco, saiu do quarto me deixando sozinha, em poucos minutos eu peguei no sono, estava cansada o bastante para fazer um mínimo esforço.

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