CAPÍTULO 62

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Domingo
13:30hrs

Ana

as meninas estavam todas sem graça e nenhuma queria ir na praça comigo, como hoje era meu dia de folga, eu vim aqui né.

comecei a trabalhar na lojinha nova do morro, lá vende produtos de belezas, para tudo, cabelo, maquiagem e muito mais coisas.

recebo 600 por mês, até ela me promover e se me promover né, mas é isso aí, me dei bem no trabalho e tento me dar bem com as meninas de lá.

Jg: eai po -falou aparecendo no meu campo de visão- quanto tempo

fazia muito tempo que eu não via ele acho que desde a viagem das meninas na real e eu nem me preocupei muito com isso também.

ele tava sem camisa, devia tá jogando na quadra e eu nem percebi que ele tava lá, na verdade quase não vi nenhum menino ali, tava mexendo no celular.

Ana: acho que um pouco -murmurei colocando uma colher de açaí na boca- eai, como você tá?

Jg: tô bem po -falou sorrindo de lado- tava com pedro, ele disse que tu tava por aqui, nem entendi o por que da informação, mas jae

Ana: ele ta aqui? -falei olhando pra ele, que assentiu.

Jg: tava cheirando uns bagulho com os moleque -falou e eu arregalei os olhos- qual foi?

Ana: como assim cheirando, ele não pode usar droga porra, ele quase teve uma parada respiratória -gritei me levantando- onde que ele tá porra?

Jg: no beco da 13 po -falou passando a mão na cabeça- qual foi dessa parada respiratória aí?

Ana: ele teve uma overdose e tudo mais -falei andando- ele nao pode usar droga, de jeito nenhum, não pode sentir se brincar, ele tá muito doido pra ficar usando isso, puta que pariu, ele quase morreu cara

Jg: fica de boa, ele deve tá ciente disso aí -falou tentando andar rápido.

se tivesse não teria encostado o nariz nisso.

fui andando com ele até esse tal beco e ele disse que era onde os cara vendia drogas, um dos becos mais usados pelas pessoas que são viciadas e sabem onde encontrar.

quando cheguei lá, pedro tava com um dos moleques rindo e parecia estar divertido a conversa.

- tua mulher pk? -falou apontando pra mim e rindo.

pedro olhou pra minha direção e fechou o sorriso, parecia que nesse momento ele tinha a porra da consciência que ele tinha feito.

ele apenas disse pro cara que ia embora e foi andando na minha frente, pra sair do beco.

Pk: não quero tu por aqui não -falou sério e eu ri- não to rindo cara, se liga, os cara daqui não é boa coisa pra você encostar aqui, eles podem te ver na maldade, todo mundo ai é filho da puta, fala da lei, mas nenhum segue elas não

Ana: se você não quisesse eu aqui, você não teria vindo pra porra da boca -gritei vendo ele me olhar- você esqueceu do que aconteceu com você? você não lembra de porra nenhuma né, você não pode chegar perto de nada disso, eu não quero você perto disso, você tem um filho caralho, se liga, tu tem que ver essa criança nascer

ele ficou calado e ia andar, mas eu puxei ele pra trás.

Ana: seu coração parou por quase 2 minutos -falei apontando pra ele- eu não quero sentir o tormento daquele dia em mim de novo, o nervosismo, só eu e a Sara passamos por aquilo tudo, agora você vai virar homem, parar de usar esses negócios e esperar seu filho nascer, pra você fazer o que nosso pai não teve tempo de fazer.

passei por ele e fui pra casa da maria , tava dormindo aqui nos dias que eu trabalhava, já que largava tarde para ir pra pista.

Bea: que cara feia em -murmurou e eu assenti- o que houve?

Ana: pedro, como sempre -murmurei passando a mão no rosto- não entendo por que ele tem que agir como um adolescente, cara, ele vai fazer 25 anos, moleque deveria tomar vergonha na cara e saber o que nao deve fazer.

Bea: não vou me meter em problema de família -murmurou e levantou as mãos, em redenção- mas, ele deve tá passando por algo difícil, filho nao é uma coisa fácil também, se eu fosse um homem e minha mulher estivesse grávida, eu estaria surtando, mesmo eu não estando com ela

Ana: ele tá surtando de um modo que ele não deveria, de jeito nenhum -falei me levantando-

Bea: da um tempo, se foi uma coisa muito ruim, senta e conversa -falou me olhando- você julgar ele também não iria ajudar em muita coisa, eu só acho né

nem respondi, se ele não tinha consciência do que tava fazendo eu dia que dizer que tava errado sim, se não for eu, ele vai aprender da pior forma.

[...]

Juininho: oia Alicia, a feia da Ana -falou e eu abri a boca- pois é, ela que disse que você é feia

Ana: seu pai nem bonito é viu? -falei olhando pra ela e ele se agachou na frente dela.

Juininho: fala pra ela que o papai é lindo, fez a pretinha mais linda do mundo -falou fazendo cosquinha nela, que gargalhava- e ela é muito invejosa

Amanda: coitado -murmurou fazendo ele olhar pra ela- quanto tempo em

Juininho: parceira com essa nova pessoa que você é -falou levantando- eu preferia ficar longe por mais dias viu, inclusive , vou sumir jaja

Amanda: credo cara -falou e eu ri- nem fiz nada pra você, pra você me tratar dessa forma

Juininho: nasceu parceira -falou pegando a alicia no colo- simplesmente nasceu, cadê meu mano pk delas?

Ana: dormindo, tava usando pó -falei baixo e ele negou- pois é , eu avisei e briguei ainda, foi dormir dizendo que eu tava falando muita merda e que ele tava bem

Amanda: não entendi isso ainda, e quero saber por que vocês não contam o que aconteceu

Juininho: se tivesse aqui iria saber -falou e eu ri baixo.

depois disso eles ficaram se encarando e ela pareceu nao gostar do que ele disse, mas ele nem ligou, por que ela saiu de perto da gente e foi pra dentro, enquanto ele brincava em jogar a alicia pra cima de mim, que tava gargalhando e se divertindo com tudo isso.

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