CAPÍTULO 52

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Quinta
13:40hrs

Sara

eu tinha ido no hospital para saber se eu tava ficando louca ou realmente tinha um bebê em mim, realmente tem, disseram que eu tava na quinta semana de gestação e já iria pra sexta.

eu não tinha entendido nada e tava morrendo de vergonha de perguntar, então pesquisei e descobri que ja estava no segundo mês de gravidez, o que me deu a conclusão que foi alguém da boate da sul que eu tinha ido.

só lembro de ter ficado com uma pessoa na boate, que seria o dono de lá, disseram que ele tinha me achado interessante e me chamou, trocamos um papo e ficamos apenas, mas pelo que lembro tinha sido com camisinha.

liguei meu celular e vi que tinha dez chamadas do Pedro, digamos que eu tinha dado um perdido nele desde o dia que fui no hospital, que no caso foi na terça feira.

eu tinha saído pra comprar umas coisas pra eu tentar fazer algo pra comer, acho que era a primeira vez em meses que eu tentava fazer algo, sempre comprava comida pronta com o dinheiro dos meus pais, famosa mesada.

Inclusive hoje, eu iria ver eles as 16 horas, falei que tinha algo importante para falar e eles disseram que era pra eu ir lá, e tava querendo realmente ir pra tirar esse peso das minhas costas.

abri a porta de casa e vi o pedro sentado no sofá, suspirei sabendo que iria provavelmente brigar com ele, por ele querer dar uma de protetor e saber o que tava acontecendo.

fechei a porta e fui pra cozinha, tinha uma visão dele por ser aberta, pois era cozinha americana.

Pk: tava aonde ? -falou me olhando e eu dei de ombros- liguei pra tu várias vezes e tu nem me retornou, qual foi po

Sara: tava tentando entrar na realidade um pouco -murmurei- vou falar com meus pais hoje, tentar seguir um rumo, acho que eles vão entender, ou mais uma vez nao

Pk: vou contigo -falou e eu neguei- claro que vou fia, vai que eles da a louca e te metam o pau lá, sou doidinho pra bater em alguém denovo

fiquei olhando pra cara dele, pra ele se tocar que aquilo não ia acontecer , pelo menos na minha cabeça eles não eram loucos o bastante para fazer isso.

tentei fazer a comida com ele me olhando e eu tava louca pra meter um murro na cara dele, odiava quem ficava me olhando fazer as coisas.

ao mesmo tempo tava com vontade de chorar pelo fato de eu não saber o que fazer da minha vida, sem a aprovação dos meus pais eu meio que estaria perdida em tudo.

[...]

Pk: caralho -murmurou e eu olhei pra ele- condomínio do caralho

a gente tinha acabado de chegar e eu tava querendo me matar, pelo fato de estar me humilhando em ir na casa deles comentar sobre algo da minha vida que eles não fazem parte a muito tempo.

fui quieta até o apartamento, quando cheguei lá, toquei a companhia e logo apareceu uma mulher que eu não conhecia, ela falou o nome da minha mãe e logo dona Bárbara apareceu.

Bárbara: minha menina -falou vindo me abraçar- que saudades que eu estava, não sabe como fiquei feliz com sua ligação, esse seria?

Sara: meu amigo, pedro -comentei vendo ela olhar ele, de baixo para cima- meu pai tá? quero falar com os dois logo

Bárbara: até sua irmã esta em casa -falou sorridente.

irmã que eu não via a uns 4 pra 5 anos.

entrei na casa com o pedro atrás, meu pai que tinha um sorriso no rosto , tirou no momento em que viu o pedro, vi que ele percebeu e coçou a nuca.

Augusto: oi minha menina -falou quando eu entrei em sua frente- precisa de algo? sabe que nossa casa tá sempre aberta para você

Samantha: ela sabe se virar o bastante pra ficar sozinha pai -falou aparecendo na sala- foi esperta o bastante pra sair de casa com 17 anos, deve ser pra ficar sozinha também

Sara: engraçado que você é mais velha e ainda mora as custas dos pais né -comentei e ela parou de sorrir- pelo menos quando eu sai, eu tava em um emprego e eu pedi a muito tempo pra pararem de me dar , mas fazer o que se são teimosos

ela ficou calada enquanto meus pais olhavam tudo, tava me sufocando só de ver essa menina, comecei a odiar ela depois que sai de casa, já que ela foi o motivo.

Sara: eu vim meio que dar um aviso -falei sorrindo de lado- tipo, nesses meses que eu não vim aqui, eu meio que fiz umas coisas e tiveram suas consequências

eles ficaram me olhando e pela cara da Samantha, ela já sabia o que ela, pois soltou um ar de riso.

Sara: eu tô grávida -soltei de uma vez- olha peço que não falem nada do que eu devo fazer ou não, tive uns dois dias ou três pra pensar no que eu ia fazer e eu quero ter esse filho.

Augusto: como assim grávida ? -falou depois de um tempo- sabe quem é o pai Sara?

eu ia falar, mas minha mãe não deixou.

Bárbara: claro que ela sabe -gritou- não pense que você vai criar essa criança sozinha, você não sabe cuidar de si mesma Sara.

Sara: acho que eu sou muito competente pra cuidar de mim mesma -falei olhando pra ela- fiquei sozinha por anos e sobrevivi, pelo visto quem não sabia cuidar de si era a senhora, que mesmo com a filha querida em casa, ficava me ligando todo dia

Augusto: mas como você fica com alguem e gera um filho, sem pai Sara -falou levantando- eu nao permito isso, eu te dou dinheiro pra abortar, eu vejo quanto que é, o melhor médico possível

Sara: vocês ouviram o fato de eu querer esse filho e criar sozinha? - falei me levantando- vocês em nenhum momento vão dizer o que eu devo fazer com meu filho

Samantha: qual parte do , ele nao tem um pai você não entendeu? -falou rindo- você vai ser mãe solteira, seu filho vai saber que foi desprezado pelo pai dele e isso não vai ser nada legal

Pk: não, ele não vai ser desprezado porque o pai dele tá aqui -falou colocando a mao no bolso- pai dele sou eu

todo mundo olhou pra ele surpreso, inclusive eu, tava entendendo mais nada, ele tentava manter a postura e ao mesmo tempo me olhar.

Bárbara: você? -falou depois de tempo- você nem esta junto com ela, como pode ser pai da criança?

Pk: pra eu ser o pai preciso tá com ela ? -falou e depois me puxou- jae aí, a gente te so veio pra avisar o bagulho mermo, vocês não vão se meter na vida dela e nem da criança, fiquem ciente que eu vou assumir e é isso po, relaxa todo mundo , fé aí

ele me puxou indo pra fora do apartamento e chamou o elevador, mais rápido que tudo.

quando entramos ele me olhou pelo espelho e eu neguei, não ia deixar ele tomar uma responsabilidade que ele nem tem o direito disso, íris ser eu e a criança apenas, sem pai nem nada.

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