Cap.12

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Estávamos seguindo a trilha a pé, por duas horas dentro da floresta densa e o meu estômago começou a roncar. Minha barriga, não parava de doer, olho para o horizonte tentando focar em poder sair desse lugar junto com o Ghost e o Soap mas, percebo que eles também estavam com fome.

Soap, olhava para nós dois querendo dizer algo e foi interrompendo quando ouvimos disparos de tiros. Arrisquei em me esconder por trás das árvores, Ghost segura pelo meu pulso direito, me impedindo de me deslocar do espaço em que eu estava e ele lança um olhar ameaçador para mim. Nós três, corremos para o outro lado da floresta, fugindo das balas perdidas e aparentemente os soldados do Cartel nos encontraram.

Não tínhamos sossego para fugir desde que a instalação foi destruída.

Descemos a ladeira abaixo, mas com essa chuva pesada que despencava, pisávamos no chão lamacento da floresta e indicava que estávamos perto de um rio. Poucos minutos depois, cinco pessoas sobressaem entre os os arbustos e pedindo educadamente para que nós três parássemos.

Percebo que, eram os soldados do Cartel pelo traje que eles usavam que era da cor verdade escuro.

— Vamos conversar. – Um dos soldados abaixa a sua arma enquanto se aproximava e ele tinha sotaque espanhol quando comunicou pacificamente.

Sinto o clima ficar tenso e meu medo retorna outra vez ao ponto de ficar com o corpo totalmente trêmulo.

— Conversar sobre o quê?! – Soap pergunta irritado, não abaixa a sua arma e pronto para apertar o gatilho.

O soldado que parou na nossa frente, solta uma risada debochada.

Ghost, permanecia parado, como se fosse uma estátua mas, não tirava os seus olhos em mim e senti na mesma hora uma onda de calafrios pelo corpo mesmo usando a blusa forrada do Soap.

Eu era um nada perto deles...

— Vocês, arrumaram problemas com a gente. – Disse o homem com sotaque espanhol e olha para mim.

— Que caralhos cês tão falando?! – Soap o insulta quando perguntava.

— Isso não está tão óbvio? – Ele aponta o seu dedo indicador direito para mim. – Vocês sequestraram a irmã do Araña, seus pendejos. – Diz incomodado ao ver a situação. – O hombre, quer que vocês entreguem ela para nós sem precisarem cessar fogo contra a gente.

— E o que acontece se não entregar ela para vocês? – Ghost pergunta sombrio para o espanhol.

— Tá zombando da gente, pendejo? Estamos em cinco e vocês dois não vão ser páreos contra nós. – O soldado do Cartel debocha.

— Isso não é um problema para mim. – Ghost diz áspero em seu tom de voz.

— Vamos negociar, hombre. – Ele saca a sua arma na minha cabeça.

Eu vou morrer...

O barulho da chuva, cortava o silêncio que se alastra dentro da floresta naquele instante. Poucos minutos depois, o soldado riu satisfeito quando o Ghost, assentiu com a cabeça pedindo para que o Soap, me entregasse para os homens do Cartel e fui até eles livremente.

Sinto uma mistura de alívio e angústia ao mesmo tempo.

Não olho para trás, fico cabisbaixa, sinto uma mão pousar nas minhas costas gentilmente e me guiou pelo caminho. Andei alguns metros, fui em direção até os dois carros blindados, que estavam parados do outro lado da floresta, vejo veículos passando logo a frente e percebo que era uma estrada que dava acesso para a saída.

Eu finalmente, podia ir embora mas sinto um vazio emergindo dentro de mim e cheia de incertezas.

Entro no segundo carro. Ele era bastante espaçoso, grande e os bancos eram confortáveis por serem de couro. Vejo aquele soldado, que havia feito negócio com o Ghost, era um dos motoristas assim que assumiu o voltante e os outros soldados foram para o outro automóvel.

O homem, segue a viagem conduzindo o veículo, indo atrás do primeiro carro que estava na frente. Me senti segura pela primeira vez sendo escoltada mas, era estranho ao mesmo tempo e inúmeras dúvidas emergiam entre os meus pensamentos.

Será que o meu irmão, vai ficar bravo se eu disser para ele o que as forças especiais andaram falando sobre a seu respeito para mim?

O percurso para chegar até a base do Cartel aqui em Gueballa, era longo e já estava anoitecendo quando olhava pela janela do carro. Percebo que o soldado, me encarava pelo retrovisor e ele percebe que eu estava com muita fome.

— Quando chegaramos na nossa base, vai ter bastante comida e pode comer tudo o que você quiser. – Diz simpático e diferente comparado pelo ocorrido mais cedo.

— Obrigada. – Agradeço por educação.

Seguimos pela estrada a frente em silêncio. A estrada da cidade Gueballa, era boa e sinto um leve nervosismo porque faz dias que eu não vejo o meu irmão.

Lembro das conversas que eu tive com o capitão Price na instalação antes de ser destruída, que não posso ficar perto do meu irmão porque ele era perigoso por trabalhar no Cartel e o Ghost dizendo que o apelido dele era Araña além dele trabalhar com El Sin Nombre.

Quem é El Sin Nombre?

 Irrelevant: family problems (Vol. 2 Concluído✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora