JANELAS

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"A missão foi concluída com sucesso", Price anunciou com orgulho na voz. O time inteiro estava reunido no galpão da torre, exceto Ghost, que permanecia nas sombras, mas prestando atenção a todas as palavras de Price.

O ambiente estava tenso, mas eu mal podia esperar para ouvir sobre a missão. Tinha acabado de sair da enfermaria depois de levar um tiro na perna, mas felizmente, foi apenas um arranhão.

Price colocou um pen drive na mesa e continuou: "Acabamos de confirmar com a equipe de inteligência as informações contidas neste dispositivo. Recuperamos as armas, então a missão pode ser considerada concluída".

Camile se aproximou de mim e colocou a mão em meu ombro, sorrindo: "Não vamos esquecer da destreza dos nossos tenentes na missão".

"Claro", concordou Price, se juntando a Camile. Ele lançou um olhar para Ghost, que apenas franziu a testa, antes de continuar: "Concluímos a missão um dia antes do planejado, então estão dispensados até sabermos qual será o próximo passo".

Soap, sempre animado, se adiantou: "Eu ouvi falar de um bar russo aqui perto. As bebidas são por minha conta, meninas". Ele deu uma piscadela para nós, e Agatha animou-se, aninhando-se em meu braço. Já Mei deu de ombros, sem se animar muito.

Antes que pudéssemos sair do galpão, a voz de Ghost nos interrompeu: "Eu acredito que a tenente esteja em recuperação". Ele caminhou em nossa direção, com um olhar frio no rosto. "A missão acabou, mas ainda temos um relatório a enviar, certo, tenente?".

Meus ombros desabaram com o peso da responsabilidade e eu lancei um olhar frustrado para os outros membros da equipe. "Sim, claro", eu disse com um sorriso forçado, tentando esconder minha insatisfação. "Desfrutem sem mim".

"Sim, senhora", Agatha respondeu, me lançando um olhar acolhedor. Ela acenou com a cabeça para o tenente e saiu da sala, seguida por Mei e Gaz, que apenas trocaram olhares breves com a gente antes de sair. Soap foi o último a sair e me deu um sorriso compreensivo antes de fechar a porta do galpão.

Eu me virei e comecei a caminhar em direção à mesa, com Ghost em minha cola. "Eu pensei que faríamos o relatório amanhã", eu disse, pegando uma caneta e puxando uma folha de papel. "Vou escrever as anotações e você pode-", eu comecei a rabiscar alguma coisa no papel, mas parei abruptamente ao me virar e me deparar com Ghost bem ao meu lado, me encarando intensamente com seus olhos azuis gelados. "Há algum problema?" Eu perguntei, dando um passo para trás, sentindo meu coração acelerar.

"Precisamos conversar sobre o que aconteceu naquela torre", ele murmurou, se aproximando de mim, enquanto eu recuava. "Não há mais ninguém que saiba a verdade, apenas nós dois. Portanto, acho que é hora de esclarecer algumas coisas".

"Claro, vamos conversar", eu disse, desviando o olhar para o lado e contornando-o, indo para o outro lado da mesa. "Mas antes, você precisa me dizer por que se importa tanto". Eu cruzei os braços e o encarei.

Seus olhos semicerrados percorreram meu rosto, desconfiado. "O que isso tem a ver?" Ele perguntou, tentando contornar a mesa em minha direção, mas eu fiz o mesmo, e nós paramos de novo frente a frente, com a mesa entre nós.

"Tudo a ver", eu disse, sentindo a ansiedade pulsar em meu peito. "Eu quero entender o porquê".

"Eu me preocupo com meus soldados", ele respondeu, tentando contornar-me novamente, mas eu bloqueei seu caminho.

"Mas eu não sou seu soldado", eu disse, colocando as mãos na mesa.

Ele colocou a mão na mesa e respirou fundo, antes de tentar contornar-me novamente. "Nós trabalhamos juntos", ele murmurou, parando ao perceber que não conseguiria alcançar-me. Eu sabia que se ele conseguisse, eu cederia aos meus sentimentos, então eu precisava manter distância.

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