DECISÕES

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Eu fiquei completamente surpresa quando Simon me fez aquela pergunta, desviei meus olhos para a frente sem saber o que dizer. "Por que está me perguntando isso?" perguntei confusa.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, encarando-me fixamente. "Essa não é a resposta", retrucou, dando um passo à frente enquanto segurava a porta do carro.

"Ele machucou você?" perguntou, fazendo meu coração bater mais rápido. Percebi imediatamente onde ele queria chegar e arqueei minhas sobrancelhas, ainda surpresa.

"Não", respondi rapidamente, virando meu rosto para a janela e tentando controlar a minha respiração. "Por que está perguntando isso, Simon?"

"Você estava bêbada?", ele perguntou irritado e eu respirei fundo, sem acreditar no rumo que a conversa estava tomando.

"Um pouco", admiti com um suspiro, sentindo-me um pouco envergonhada. "Mas isso não significa que eu não pude tomar minhas próprias decisões", acrescentei com firmeza, olhando para ele pelo canto do olho. Vi sua mão apertar a porta do carro e senti a tensão crescer entre nós.

Ele parecia estar avaliando minhas palavras por um momento. Eu me sentia desconfortável, como se estivesse diante de um interrogatório policial. Mas eu não iria deixá-lo me intimidar.

"Então você tomou a decisão de dormir com ele?", ele perguntou, com um olhar julgador que me deixou ainda mais nervosa.

Eu respirei fundo e me recostei no banco, tentando me acalmar antes de responder. "Por que isso é importante?", perguntei, cruzando os braços.

"Essa não é a resposta para minha pergunta, Esther", ele murmurou, irritado. Eu senti um arrepio percorrer minha espinha e minhas mãos começaram a suar.

"Sim", eu falei, irritada, enquanto me levantava do banco. Parando de frente para ele, "Eu tomei a decisão de dormir com ele. Quer detalhes do que aconteceu?", respondi, desafiadora.

"Não me provoque", ele murmurou, com um olhar ameaçador enquanto se aproximava de mim, dando um passo à frente e me prendendo entre ele e o veículo. Mas eu não recuei.

"Ou o que?", perguntei, desafiando-o. "Você vai cometer mais algum erro, tenente?", falei, ironicamente, encarando-o nos olhos.

Ele semicerrou os olhos, como se estivesse ponderando minhas palavras. "Foi por isso que foi com ele? Por conta do que conversamos?", ele perguntou, com um tom ameaçador.

"Eu fui porque eu quis", eu disse, mantendo o meu olhar fixo no dele, sem permitir que a minha expressão vacilasse. O silêncio pesado era apenas quebrado pelo barulho dos galhos das árvores chacoalhando ao vento.

Farta daquela situação eu dei um passo para o lado, decidida a ir para o banco motorista.

"Você gosta dele?", ele perguntou me seguindo em volta do carro. Eu sabia que ele não estava apenas curioso. Havia uma pitada de raiva e ciúme em sua voz.

Respirei fundo antes de responder, tentando manter a minha voz firme e controlada. "Talvez eu goste", menti abrindo a porta do carro para entrar.

Antes que eu pudesse fazer isso, senti a mão dele em meu braço, me puxando de volta com força, virando-me de frente para ele. Seu rosto estava a poucos centímetros do meu, me forçando a virar o rosto para o lado, eu podia sentir o tecido de sua máscara roçar minha bochecha "Mentirosa", grunhiu irritado, me segurando com firmeza.

Eu senti meu coração acelerar e então me soltei bruscamente "Pare de agir como se eu fosse sua, você nunca me deixou ser", eu falei, com raiva. Estava cansada daquele comportamento possessivo dele. "Eu tentei", continuei encarando-o nos olhos. "E todas as vezes você me afastou", falei, sentindo a dor no meu peito aumentar. "Se não fosse a nossa situação agora, eu provavelmente nunca mais te veria. Eu cansei desse seu comportamento volátil", concluí, deixando as lágrimas caírem. Irritada eu passei as mãos no rosto e desviei o olhar, respirando fundo. Ele tentou se aproximar novamente, mas eu ergui a mão, fazendo-o parar no meio do caminho.

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