UTAH

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Eu afundei na cama, sentindo um torpor no peito que me prendia a um estado de inércia. Eu sabia que precisava falar, pensar, lidar com tudo o que havia acontecido, mas a dor e a confusão em minha mente eram avassaladoras. Eu estava presa em um turbilhão de emoções, incapaz de raciocinar claramente ou tomar qualquer decisão sensata.

Andei pelo quarto, tentando me livrar da tensão que crescia dentro de mim. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, enquanto meu coração continuava a bater descompassadamente no peito. Meus cabelos estavam desgrenhados e meu corpo ainda tremia levemente com o toque dos lábios de Simon nos meus.

"O que foi que eu fiz?", eu me perguntava, frustrada.

Suspirei pesadamente, sentindo-me completamente exausta e confusa. Tudo o que eu queria era afogar minhas mágoas em uma garrafa de vodka, mas eu sabia que isso não resolveria nada. Precisava me recompor, focar na minha missão que seria depois de amanhã e deixar tudo isso para trás.

Entrei no banheiro e comecei a me despir, deixando minhas roupas de treino caírem no chão. Enquanto a água quente caía sobre meu corpo, eu refletia sobre o que havia acontecido e sobre como seria difícil enfrentar Simon novamente. Eu queria acreditar que seria capaz de lidar com isso, mas no fundo eu sabia que era uma mentira.

"Eu preciso esquecer isso", eu murmurei para mim mesma, sentindo um nó na garganta. " Simon não é importante. Ele não pode ser importante."

Mas, apesar das minhas palavras, eu sabia que era impossível ignorar a atração que sentia por ele. Minha mente se enchia com imagens de Simon, seu corpo musculoso e seus olhos azuis intensos. Eu sentia a mesma sensação de calor e paixão que havia sentido quando ele me beijou, e isso me assustava e excitava ao mesmo tempo.

Minha mão desceu pelo meu abdômen e alcançando minha intimidade, a raiva por eu estar fazendo aquilo pensando nele me invadindo imediatamente, mas fraca demais comparado ao desejo que eu sentia naquele momento.

Não foi a primeira e provavelmente não seria a última vez que eu iria me tocar pensando em Simon, mas foi a primeira vez que eu tinha algo para me prender, mesmo que fosse apenas um beijo, ainda assim tornou tudo mais intenso.

Ao sair do quarto, encontrei Agatha sentada na minha cama, sua presença me surpreendeu. Ela sorriu levemente ao me cumprimentar. "Oi, fiquei sabendo da missão, estou impressionada pelo tenente ter te selecionado", ela disse.

"Sim, digo o mesmo" respondi, enquanto procurava minhas roupas na cômoda.

"Você sumiu", Agatha murmurou.

"Sim, assim como vocês. Mas não julgo. Só tomem cuidado para não falar demais. A última coisa que quero é ter que adverti-las", falei, desenrolando meu corpo.

"Camile já nos avisou sobre isso", ela riu, e eu olhei por cima do ombro.

"Como se isso fosse adiantar alguma coisa", brinquei, vestindo minhas roupas.

Ela gargalhou, pegando meu travesseiro e o abraçando enquanto se deitava na minha cama. "Apesar de distantes, percebi sua aproximação com o novo soldado", ela falou, seu tom ficando malicioso. "Imagino como deve ser difícil encontrar roupas no tamanho dele... você viu como fica marcado o-"

"Agatha!" Repreendi, imediatamente sentindo minhas bochechas corarem. "Eu não o vejo dessa forma", falei.

"Oh, mas certamente ele te vê dessa forma", ela disse, atraindo minha atenção. "Eu vi quando vocês dois estavam treinando, ele olhou para sua bunda descaradamente", ela piscou.

"Você estava longe demais, ocupada com Gaz, para perceber qualquer coisa", brinquei. Mas a observação de Agatha sobre Konig ficaria presa em minha mente. Para dispersar o pensamento, perguntei logo em seguida: "Onde está Mei?"

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