Na proteção de um bandido

Cap. 28

Ana Giulia

Uma semana após o jantar

Foi uma baita de uma correria essa semana, já que estou nos preparativos com o chá de revelação. O Pedro queria que eu contratasse uma pessoa pra não ter preocupação ou estresse com nada, ele vem sendo muito atencioso comigo desde que descobriu.

Eu procuro manter ele distante e vem ciente que estamos aqui nos falando só por conta do bebê, óbvio que não pretendo invadir a privacidade dele ou sei lá.

Estava com meu pai no shopping comprando umas coisas quando surgiu uma parada no morro.

- tem algum problema se você for lá comigo?- eu neguei

- Não pai, o senhor pode me deixar na casa da Lara.- ele assentiu.-

Saímos de lá em direção ao morro, ele me deixou logo na casa da Lara e só então foi pra lá.  Eu fui entrando.

Me deu uma baita nostalgia ao ver que tudo tava como eu me lembro na última vez que vim aqui.. em pensar que meu filho foi feito em uma das partes dessa casa kkk.

Estava olhando tudo quando escutei um barulho de pisadas, assim que ele me viu ficou pálido.

- O que você tá fazendo aqui ? - o Pedro disse

- Meu pai tinha umas coisas pra resolver e estava comigo..- parei de explicar quando percebi.- Por que? Você não me quer aqui? - cruzei os braços e arqueei a sobrancelha

- Não é assim Ana.. Não quero que as pessoas saibam do nosso filho agora.- sempre soa gostoso ouvir "nosso filho" da boca dele.

- Você ta escondendo nosso filho? Tá com vergonha por a caso?

- de jeito nenhum! - ele disse imediatamente e foi se aproximando.- Vocês são a coisa mais importante da minha vida.- respirei fundo.-

- Pedro.. - ele interrompeu

- Você sempre vai ser, Ana.- eu não quis discutir.- Só não quero que as pessoas saibam que você tá grávida pra você não se tornar um alvo pra me atingir, não quero por a vida de vocês dois em risco. 

- com o tanto de gente ao meu redor, qual o risco?

- Todos Ana. Ainda mais você vestida assim.- olhei minha roupa. Eu estava com um vestido vermelho todo coladinho no corpo que ficou um pouco curto por conta da barriga e um decote em V. Mas meu pai achou lindo.

- o que tem minha roupa? - perguntei indignada

- da pra ver sua barriga..

- Agora você quer que eu esconda minha barriga também?

- por mim, só eu veria..- ele suspirou.- Você está tão linda grávida.- ele se aproximou e eu dei passos vacilantes para trás

- obrigada.- disse desconfiada me distanciando.

- tudo bem se eu pegar ? - mesmo sem querer eu tive que concordar, ele é o pai.

Senti suas mãos tocarem na minha barriga por cima do tecido do vestido. Ele se ajoelhou, segurou minha cintura com suas duas mãos e beijou minha barriga. Eu fiquei toda arrepiada com seu toque.

- Tomara que você coloque juízo na cabeça da sua mamãe...- ele disse próximo minha barriga.- ela tá querendo colocar vocês em risco.

- Não estou não, não fala isso pro meu filho.- ele sorriu.-

- Ela não está.. tenho certeza que ela vai ser a melhor mãe pra você.. eu fico feliz que você esteja aí.- sua mão deslizou da minha cintura pra minha barriga. Pude sentir o bebê mexer onde a mão do Pedro estava.

Ele me olhou assustado com um sorriso enorme de bobão no rosto. A cena mais linda.

- ahh nao, eu passo o dia inteiro conversando com você e você se vende tão facilmente pro seu pai..- disse chorosa, já que é a primeira vez que ele mexe assim tão forte.

- Sua mãe é ciumenta, faz isso pra ela mais vezes.- ele sorriu.- Eu sou seu pai, tá ? - se parecia um bobo conversando com minha barriga, mas era muito lindo.

- Tenho pena de você se for menino e tiver namoradinhas.- ele sorriu.

- E eu se você for uma menina, seu papai vai querer colocar você em uma escola de freiras.- ele me olhou

- fico feliz que você já esteja aceitando a ideia..- olhei pra ele sem crer.

- pelo amor de Deus, né Pedro.

- Ohh, nós sabemos a maldade do mundo, vamos deixar nossa princesinha aí..

- você não vai controlar a vida dela.

- Eu sou o pai dela, como não?

- e eu sou a mãe dela. E se for menino, ele não vai ter nada a ver com o morro.

- como não? Vai ser meu herdeiro..

- e você quer ver seu filho nesse mundo?

- Oxe, mas teu pai também veio daqui..

- Por isso mesmo.- ele balançou a cabeça

- O moleque vai ter direito de escolha

- Minh filha também.- Rebati. Ele me olhou bem.

- não vamos brigar por isso agora.- ele disse

- vá logo preparando seu psicológico.- ele beijou minha barriga e levantou.

- Eu tô muito lascado se for uma menina e puxar a você.. Vou ter que lidar com duas mulheres extremamente lindas pra cuidar..

- não preciso que você cuide de mim.

- Claro que precisa, imagina o tanto de marmanjo em cima de vocês.

- O Pedro, eu vou me relacionar de novo um dia.- eu disse.- quero ter alguém.- ele coçou a cabeça e fechou a cara

- Ana, tu não precisa disso.

- você tá louco? Meu filho, eu não vou morrer na seca não.- eu disse. Gente e essa gravidez me deu um fogo, que as vezes me dá vontade de fornicar com qualquer um que passe do meu lado.

- Ana, eu sou a única imagem de pai que meu filho vai ter.

- tudo bem, até porque só existe um.. também tem o que cria ne, mas você vai tá la.- eu brinquei

- não fala isso nem brincando.- ele disse sério

- Ok. Então me promete que você também não vai deixar mulher alguma ser madrasta do meu filho? - quando ele ia responder escutamos um barulho

- Ana ? O que você faz aqui?- ela não estava falando comigo ainda, mas por algum motivo ela se pareceu bem preocupada ao me ver ali.

- Gente, calma.. - levantei às mãos em sinal de rendição.

- você tá com quem ?- ela me perguntou

- Meu pai está lá na boca..- ela assentiu.

- Você já falou pra ela? - Jessica perguntou olha pro Pedro.

- O que ?  - perguntei curiosa

Com pouco a porta abriu e escutei uma vez insuportável falando.

- Amor, por que você não foi dormir na nossa casa essa noite? - ela parou de falar ao me ver.

Meu mundo parou.