Cap. 25

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Ana Giulia

Ele me olhava como quem já esperava.

- me desculpa, primeiramente.- eu abaixei a cabeça e deixei as lágrimas escorrerem.- Pai, eu não sei se o senhor vem percebendo e nem como você vai agir, mas saiba que eu preciso muito do senhor nessa fase..- o encarei novamente.- pai eu...- não consegui segurar e chorei mais ainda. Meu pai pegou minha mão, beijou ela e então levantou pondo a mão no bolso e puxou um urso de pelúcia pequeno.-

- você tá grávida.. eu sei..- ele sentou novamente e me deu o ursinho.- Esse é o primeiro presente dele ou ela, é simples, mas é pra vocês saberem que eu amo os dois e vou cuidar muito bem de vocês. Filha, eu vi a gestação da sua mãe, você vem mudando e eu já percebi, sua mãe também estava estranha. As duas me esconderam, mas perdoo. Eu surtei muito nos primeiros dias, quis ir lá no Brasil eu mesmo só pra dá um tiro em casa joelho daquele infeliz, mas trabalhei meu autocontrole, busquei trabalhar meu coração pra não ter raiva.. enfim. Aninha.- eu já chorava super.- Eu quero deixar claro que não aceito que você fique longe do pai dessa criança, eu tomei a decisão de que nós vamos voltar pro Brasil, o PR não vai fugir da responsabilidade dele como eu fugi, essa criança não vai crescer sem um pai. - eu chorei mais ainda.

- não pai, por favor, voltar pro Brasil não. - eu chorava de soluçar.

- Ana, PARA, você tem que crescer e entender que nem tudo eu e sua mãe podemos controlar. Isso é uma responsabilidade de vocês dois. Óbvio que nós vamos está com você e vamos cuidar de vocês com todo nosso amor, mas ele vai ter uma relação com essa criança SIM. Uma criança não pode sofrer as consequências por os pais ser dois imaturos.

- pai, não faz isso comigo..- solucei- eu vou sofrer se eu voltar.

- Ana, eu e tua mãe vivemos TUDO isso. Você não vai repetir os nossos erros. O Pr já sabe dessa criança ? - neguei entre lágrimas

- ele vai saber por quem ?

- você ?!- meu pai disse com cara de óbvio.- e tem mais Ana, eu sei que você tá rejeitando essa criança, eu vejo no seu olhar. Olha, você já foi uma criança, eu e sua mãe te demos tanto amor... lembra ? Você foi criada cheia de amor, todos te amam, todos te querem, todos fazem tudo por você. Essa criança agora só sente você, meu bebê, ele só tem você. Imagina que desesperador deve ser ele não sentir o amor que ele precisa da mãe dele.- ficamos em silêncio, só o meu choro misturado com soluço ecoava. Então meu pai tocou minha barriga.-

- eu to com medo..- sussurrei

- nós estamos aqui. - ele olhou pra minha barriga.- Ouviu neném ? Nós estamos aqui. O vovô te ama, e eu vou proteger você do mundo.- meu pai se ajoelhou e beijou minha barriga. Foi a cena mais linda que eu já vivenciei na vida. Eu beijei a cabeça do meu pai, ele levantou me levando junta com ele e me abraçou pela cintura me erguendo do chão.

- obrigada pai.. te amo muito.- ele beijou minha testa e me pôs no chão.

- te amo, pequena. - eu peguei o ursinho.

- vamos entrar..

- pode ir indo na frente.- ele assentiu e saiu me deixando sozinha.

Fiquei admirando o ursinho, logo senti vontade de colocar a mão na minha barriga, quando eu coloquei senti meu corpo inteiro ficar tenso.

Era muito estranho saber que tinha uma criança ali, que ela era minha, que eu seria mãe.

Que absurdo, eu não sei cuidar nem de mim. Será se eu vou conseguir segurar ele no colo sem derrubar, será se eu vou matar meu filho por não saber amamentar, o que será que eu vou fazer com essa criança.. EU NUNCA TIVE UMA. 

Na proteção de um bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora