Capítulo 16 - McGonagall: A Voz Da Razão

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Minerva McGonagall podia estar muito desconfiada e desgostosa com Liz, mas ela podia admitir que em partes gostava da bruxa e que foi começando a criar uma confiança em Corbin pela maneira como ela tratava os alunos, claro que ela notou a proximidade com Draco, mas viu que os Malfoy's sempre enviaram cartas para ela, Minerva imaginou que ela era próxima dos Malfoy's ou algum parente muito distante.

Quando a bruxa mais velha escutou os boatos sobre os dois professores, não só sobre a legilimência, mas também deles serem "íntimos" ela foi afundo atrás disso, imaginando que era só boatos, mas ao conversar com Hermione Granger sobre a discussão durante a aula do segundo ano ela teve certeza que a maneira como as palavras foram ditas deixaram os alunos atordoados, um duplo sentido.

Ela sabia que Severus não era fácil de lidar, tinha conhecimento também do pedido de Dumbledore a ele em especial. Ele pediu algo semelhante a ela, mas como Minerva não teria convivência contínua com Liz a tarefa de Snape era mais essencial por assim dizer. Ela claro jamais concordaria com tal invasão, principalmente forçada ou quando a pessoa invadida está vulnerável de alguma forma.

Por isso, nesse momento ela estava no escritório de Snape com os lábios apertados em desgosto e com as sobrancelhas franzidas.

- Vamos Minerva, diga o que tem para me dizer - Ele olhou para a vice-diretora entediado - Sei que não perderia seu tempo me acompanhando até minha sala.

- Sim, existe algo que eu tenho para te dizer - Ela crispou os lábios novamente em desgosto - Legilimência Severus? Sério? Eu presumo que essa invasão não tenha sido consentida - Ela arqueou as sobrancelhas esperando uma resposta que não veio e então continuou - Eu não esperava que fosse tão baixo a esse ponto, usar legilimência com o bruxo ou bruxa sem consentimento além de ser crime pode ser um grande dano a vítima!

- Escute Minerva, fiz o que o Diretor me mandou fazer, ele disse se necessário para libertarmos nossas suspeitas, usar quaisquer métodos - Severus disse calmo tentando convencer a si mesmo e a ela que era pelo bem maior.

- Voce não sente remorso? Ah claro, com certeza gostaria de ter sua mente invadida em um momento de fraqueza seu, por Merlin Severus pense nas suas consequências - Ela relaxou - Continuo tentando convencer a si mesmo que não se arrepende, eu posso ver nos seus olhos isso.

- Eu fiz o que era necessário fazer! - Ele quem estava irritado agora, quem ela pensava que era para dizer a ele essas coisas, ela não era mãe dele - Eu preciso entender, eu preciso ter certeza que ela não é nossa inimiga.

- Oh Dumbledore não lhe disse ainda não é? - Minerva ficou surpresa com isso.

- Disse o que? - Ele franziu a testa e a olhou ainda irritado.

- Ele acredita que a senhorita Corbin está no próprio lado, não ao lado de você-sabe-quem, ele disse que ela ameaçou algo se ele a usasse de isca para aquele que não deve ser nomeado. Mas ela não está inteiramente ao nosso lado também - Minerva parecia pensativa e Severus estava mais calmo, porém confuso - Ela fará o que for preciso para terminar sua missão aqui, pelo que parece o Diretor acredita que ela não vai participar da guerra e sim salvar os mortos, ele supôs, intuição disse - Ela revirou os olhos para a última parte, Dumbledore era muito intuitivo.

- Então basicamente não devemos interferir, mesmo que ela pareça tão manipuladora, ela parece jogar conosco como se estivesse em um tabuleiro de xadrez bruxo - Ele encarou Minerva - Eu não vou me desculpar por algo que não me arrependo, não é como se eu tivesse conseguido ver alguma coisa dela.

- Continue dizendo a si mesmo isso - Ela riu - Vá se desculpar Severus, está óbvio que você, mesmo que não perceba, gosta dela mais do que vai admitir. Acho que ela seria uma boa amiga para conversar sobre poções e alquimia.

- Eu não vou me desculpar, não me arrependo de nada - Ele ficou ainda mais mal humorado.

- Uma hora a culpa vai te corroer Severus, se desculpa antes que possa perder uma amizade incrível - Ela suspirou cansada - Eu tambem nao confio e gosto dela, mas ela trata bem os alunos e toda a equipe, incluindo você, mesmo depois do que fez a ela - Ela o olhou nos olhos - Tente dar uma chance, e quem sabe se aproximar sem forçar entrar na mente da pessoa você conheça mais dela do que viu em suas memórias. Até mais Severus, te vejo em breve - E com isso ela saiu deixando um Snape um tanto quanto pensativo para trás, ele ficou carrancudo o resto da semana.

Severus mal dormia depois da conversa com Minerva, ela estava certa de fato, não se invade a mente de alguém que se encontra vulnerável, não se invade a mente de alguém sem consentimento, independente do motivo. Ele se sentia culpado, a semana inteira ele teve pesadelos com as memórias que viu na mente de Liz, então ele notou algo, ela nunca havia dado uma risada como a que deu no dia de seu aniversário, ele deu uma punição leve aos gêmeos por ter dado a ele a oportunidade de ver o quão bonito era o sorriso dela, ele se repreendeu mentalmente por pensar assim dela, ele amava Lily, sempre vai ser a Lily.

Ele estava decidido a se desculpar com Liz, mas não sabia como. Na mesma semana Liz procurou Minerva, ela pensava que a vice diretora seria de grande ajuda, conquistar a sua confiança e conseguir sua ajuda para conquistar os demais, ou seja, Albus Dumbledore e Severus Snape. Antes de vermos o nosso querido mestre de poções indo atrás de Liz para se desculpar, vamos notar como foi aquela mesma semana só que para a nossa querida herdeira.

Minerva estava em sua sala corrigindo redações que havia passado como tarefa aos alunos quando ouviu uma batida em sua porta.

- Entre - Ela disse abaixando a pena e olhando para ver quem era.

- Com licença professora McGonagall - Disse Liz com um sorriso tímido.

- Ah senhorita Corbin, sente-se venha - Ela sorriu e se aproximou da mesa da professora, Minerva voltou a falar assim que a mulher estava ali - Me chame de Minerva querida, como posso ajudá-la?

- Certo, Minerva. Me chame apenas de Liz então - Liz sorriu um pouco mais - Eu queria ser sincera com a senhora sobre o motivo de estar em Hogwarts, sabe? Penso que se você souber primeiro seria de grande ajuda, mas eu gostaria que isso se mantivesse apenas entre nós, quando chegar a hora falarei com Dumbledore e Severus - Minerva estava um pouco mais séria, ela não esperava que a mulher iria realmente contar a ela.

- Bem querida, não posso te prometer, mas se isso for muito sério terei que relatar, você sabe - Minerva estava com os lábios franzidos pensando sobre isso.

- Acho que será do seu interesse não relatar agora, eu preciso de ajuda ano que vem, claro eu pretendo revelar a Severus um pouco da verdade ano que vem, mas preciso da sua ajuda pois envolve a grifinória - Ela estava incerta de citar essa parte, e se a vice-diretora não aceitasse essa oferta e desconfiasse mais ainda dela? Ela não sabia, mas arriscou.

- Se pretende contar a Severus no próximo ano, então acho que tudo bem relatar para mim as suas razões - Minerva decidiu que saberia primeiro que Dumbledore, para que quando chegasse a hora, amenizar da melhor forma possível.

- Ótimo! - Liz estava animada com isso e sorriu mostrando os dentes - Primeiro, eu quero que leia esses livros - Ela retirou sete livros de uma bolsa ao seu lado e colocou em cima da mesa - Mas primeiro, eu gostaria que quando chegar aos dois últimos mantenha sua mente aberta e não julgue ninguém antes de terminar de ler tudo e assim podermos conversar sobre o assunto - Liz estava seria agora - Depois eu conto de onde eu vim e como eu vim parar aqui. Primeiro os livros.

- Certo, assim que eu concluir todos eu te procuro para falarmos sobre isso - Minerva estava confusa, mas aliviada em saber a verdade.

- Essa é a ordem correta de leitura, eu deixei numerados com um feitiço que não danifica os livros, mas o primeiro é esse - Liz mostrou Harry Potter e a Pedra Filosofal - esse é o segundo... - E assim se seguiu - Eu já vou, tenho que terminar algumas poções da enfermaria. Até o jantar, Minerva.

- Até querida, uma boa tarde - Assim Liz saiu em direção a sala de poções.

Assim foi a semana de Severus e Liz, um pouco de remorso em Severus e uma determinação a se desculpar, o que poderia dar errado em ir se desculpar com ela? Ele não saberia dizer.

No sábado à noite, depois do toque de recolher, Severus se dirigiu até seus aposentos e bateu na porta dela, ele estava nervoso, com orgulho ferido, mas determinado a assumir seu erro. Quando a porta se abriu com magia, a voz dela o dizendo para entrar, ele não esperava encontrar ela daquela forma e ele desejou ter vindo de manhã, ou talvez não.

Recomeçando Como Uma Fênix - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora