Mia
Denzel e Lion, são os primeiros a aparecerem na grande cozinha, eles tinham permissão para viver na casa grande, mas preferiam morar de forma individual nos trailers, vindo sempre para as refeições, odiavam a comida do refeitório e não sabiam ou não gostavam, de cozinhar. Também são os primeiros a se surpreenderem por me encontrar ali, eu nunca me alimentava ao redor de nenhum deles quando Dick, não estava, menos ainda, preparava a refeição.
— Eu disse que um outro universo existia — Lion diz divertido, para Denzel, que ainda está pasmo por me ver ali em pé, perto do fogão, mexendo uma imensa quantidade de ovos com queijo. Havia decidido, fazer com que eles gostem minimamente de mim, até Dick voltar, ou para quando Tristan falhar, era mais reflexivo do que instintivo, eu fui ensinada a sobreviver — O que está cozinhando, Realeza?
— Ovos com queijo — tiro a panela do fogão e deposito no balcão, ao lado do bacon e panquecas — Tem bolo no forno também — aviso, enviando um sorrisinho para os dois e esperando que não revele o quão forçado é — Vocês preferem café ou suco? — Denzel e Lion, trocam um olhar e riem.
Então, a próxima coisa que ouço é o barulho que a frigideira com os ovos e queijo faz, ao ser derrubada.
Pulo com o susto e para não me queimar.
— O que pôs nessas coisas? — Denzel exige saber, no mesmo momento em que mais pessoas chegam na cozinha.
— Nada, Denzel! — me apresso em responder.
Ele se levanta e caminha até mim, atrás do balcão. Sua cara é de quem não acredita nem um pouco em mim e furiosa.
— Olha...
O barulho de divertimento da plateia e principalmente do riso de Lion, para, e nós dois olhamos para a entrada da cozinha.
— Que porra é?
Tristan questiona, voz e cara de sono, Fanny aparece logo em seguida, em uma curta roupa de dormir, se agarrando a ele, que puxa seu braço para fora de suas mãos e caminha para mais perto do balcão.
— Essa cadela, está armando para cima da gente — Denzel responde, voltando a me encarar furioso.
Começo a negar desesperadamente com a cabeça.
— É mentira, Tristan! — digo ainda mais desesperada e me preparando para sair de perto dele, mas não deixa, segura bem apertado meu braço — Ai! — gemo de dor, Denzel aperta mais ainda — Me solta! — puxo meu braço e ele só aperta mais — Me larga, Denzel! — ele sorrir e os outros voltam a se divertirem. Olho para Tristan, mas ele não faz nada, apenas se senta ao lado de Lion.
Claro!
É óbvio que ele nunca me ajudaria! Muito pelo contrário, está se divertindo.
— Realeza que fez — conta Lion, ele passou a me chamar assim depois que Tristan, me apelidou de Princesa — Den. acha que ela pôs algo — diz e enfia uma das panquecas na boca — Não é a pior coisa que comi — fala de boca cheia.
— Eu não pus nada aí! — me defendo, mas Denzel ainda não me solta, mesmo quando o próprio Tristan se serve e os outros o seguem — Tristan? — chamo e ele para de mastigar e me olha — Manda ele, me soltar — estava doendo bastante.
Tristan enfia uma porção grande de bacon na boca e depois uma mordida na panqueca, antes de falar:
— Quer soltá-la?
Denzel o olha ainda mais divertido.
— Estou confortável aqui.
Os dois trocam um sorriso perverso.
— Vai ter que se virar, Docinho — zomba.
O olho com raiva, mas logo volto a olhar para Denzel.
— Me solte ou conto ao Dick — recebo um corinho de vaias, mas não me importo, consigo o que quero, ele larga meu braço.
— Cadela!
Me apresso para fora dali, mas não sem antes receber um olhar zombeteiro de Fanny junto há um puxão de cabelo.
Odeio todos eles!
(...)
A sensação fria e pegajosa em meus pés não param mesmo quando começo a chutar o cobertor para longe do meu corpo, ou quando paro de ver os corpos de minha mãe e Patrick em nossa antiga casa, então percebo que não estou mais dormindo, sento em um único movimento na cama e a vejo.
A cobra de Tristan.
Jogo Mirna para longe de mim e seu dono a ampara, sentado na poltrona em frente a minha cama, faz carinho nela, que se enrola em sua mão. Mal podia esperar para o dia que a coisa grande e escura, se enrolaria sobre o seu pescoço o sufocando até a morte.
— Para seu bem é bom que não a tenha machucado — ele ainda está acariciando seu bichinho de estimação enquanto a verifica.
— Foi você quem a colocou na minha cama — me defendo, de algo que nem deveria.
Ele apenas me ignora.
— Que ideia estúpida foi aquela de ir até lá embaixo? — finalmente seus olhos vem sobre mim, abraço meus joelhos.
— Só fui tomar café e decidi preparar um pouco para os outros.
Ele se levanta pondo Mirna, em seus ombros e caminha até mim, parando na beirada da cama. Ergo meu rosto para ele.
— Puxar saco não vai salvar seu rabo — engulo seco — Pensa que eu não imaginaria que esse é o seu plano? Dick não está, então correu para o próximo que possa cuidar do seu rabo por você — abaixo minha cabeça.
— Desculpa, Tristan!
— Não sei o que ele viu em você — seu tom de voz revela que ele realmente não entende isso, levanto meu rosto e é como se Tristan, me estudasse e tende compreender toda essa coisa, nem eu entendia, ainda que tivesse minhas teorias — Ele sequer a fodia para recompensar tudo o que faz por você.
— Eu era só uma criança, Tristan! — lhe recordo de algo tão óbvio — Não tinha ninguém — ele dá de ombros, realmente não se importa.
— Não é a única. No entanto, você foi a única com a vida fácil.
Então era sobre isso?
— Minha família foi morta, por suas mãos inclusive, por ordens de Dick. Não foi nada fácil. Ainda mais com você e os outros me importunando — há medida que falo, minha voz vai ficando embargada pelo choro — Você os matou! — não me permito chorar.
— E não faz ideia de como me sinto bem toda vez que lembro disso! — sua expressão raivosa é dividida com um certo alívio também. Tristan realmente quer dizer isso, ele realmente gostou de matar minha mãe e Patrick — Uma pena que foi tão rápido!
Respiro fundo, quando percebo que estou em pé, em frente a ele, próximo de mais do seu corpo, o encarando com raiva, meu punho erguido. Tristan esperando pelo meu soco, divertido, imaginando como vai saborear me dar o troco.
Corro para o banheiro.
— Vai embora — digo através da porta fechada — Me desculpa! — vejo sua sombra debaixo da porta.
Mas ele não vai, Tristan começa a bater na porta, começa com batidas sutis que vai acelerando e me assustando, piora quando começa a assobiar e me chamar para fora, tudo isso, com seu tom de voz em pura diversão. O pânico e a angústia vão aumentando e se misturando, meu coração pega um ritmo completamente desenfreado, minhas mãos suam, me sinto fria, minha garganta seca e inchada, meus olhos embaçados pelas lágrimas que não permito escorrerem, minha respiração falha e quando tudo começa a se tornar tão escuro quando Tristan e sua alma, tudo para.
— Não desça, até que eu mande.
— Sim, Tristan!
Recuperando o ritmo correto da minha respiração, me arrasto até o chão. De repente, leva muito de mim permanecer sobre os meus pés.
Esse pesadelo nunca teria fim!
Votem e comentem bastante 💜
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Love In The Dark
Storie d'amoreROMANCE DARK!!! 🔞 Mia era apenas uma criança quando assistiu sua família serem mortos, por um garoto tão bonito quanto a lua e tão perverso quanto as coisas feias que se escondem na escuridão. E viver sob o mesmo teto que Tristan, crescer ao seu r...