9."A minha mente vai aos lugares mais sombrios, ás vezes."

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No mesmo dia, às 12:30 (Se passa na quinta-feira)

Acordei tarde — o que pode ser considerado um evento raro, mas não totalmente impossível, visto que costuma ocorrer quando passo muito da hora de dormir ou em situações excepcionais, como foi o caso do jantar na casa do Taehyung —. e estava na cozinha descascando batata enquanto minha mãe preparava o almoço; ela estava cozinhando um pouco mais cedo, pois viu que eu não tomei café da manhã. Embora eu não tenha comido por opção, achei doce de sua parte se preocupar tanto e me dispus a ajudá-la.

Termino de descascar a penúltima batata e já pego a última, começando o processo de tirar a casca. Nesse momento, percebo ao olhar de relance que minha mãe para de mexer nas panelas e se apoia no balcão, me encarando.

— O que foi mãe? Por que tá me encarando dessa forma? — Pergunto, voltando minha atenção ao que estava fazendo.

Minha mãe, me encarando com um sorriso em sua face, logo diz:

— Notei os olhares do rapaz em você e, principalmente, aquele beijo na testa, querida. Aliás, que horas ele vem te buscar?

Assim que termino de descascar a batata, a coloco dentro do pote e entrelaço meus dedos, os apoiando em cima do balcão. Noto que minha mãe me encara, esperando que eu responda sua pergunta.

— Ele vem me buscar às duas da tarde, e você, dona Helena, está vendo coisas onde não tem. O beijo na testa foi por educação, e talvez até seja uma mania dele, pois Hoseok disse que quando ele começa a agir despreocupadamente e a demonstrar mais e seus hábitos quando pega intimidade com alguém. Então, esse deve ser um dos costumes dele. — Minha mãe aperta os olhos, tentando se convencer do que contei. — Até eu estou procurando me convencer de que aquilo pode ser sim uma mania já que, dentre o meu grupo de amigos, eu sou a única mais próxima de Taehyung... Bom, acho que posso dizer que sou próxima a ele.

Minha mãe dá a volta no balcão,se senta ao meu lado, e logo começa a falar:

— Sei quando você está gostando de alguém, não vou dizer apaixonada, pois é muito cedo ainda para ter certeza de tal sentimento... Faz algumas semanas que vocês se conhecem, não é? Ou eu estou errada? — Nego, dizendo que ela não estava errada sobre sua suposição. — Então vamos ser sinceras, está bem? Seja franca consigo mesma, pois vou fazer uma pergunta e quero que você diga apenas verdade, ok? — Concordo, hesitando um pouco, e minha mãe logo continua a falar. ㅡ O que você sente quando você está ao lado de Kim Taehyung?

Oh, aquela pergunta me pegou desprevenida. Desvio meu olhar e foco em um ponto qualquer daquela cozinha, procurando alguma resposta plausível para o que eu sinto quando estou ao lado dele. Quando fico longe dele me percebo angustiada, inquieta, e acabo buscando distrair minha mente para que os meus pensamentos não fiquem girando em torno de Taehyung. Já quando eu o vejo ou fico ao lado dele, eu me sinto em paz, protegida e contente — coisas que eu não vivenciava a alguns anos, e que mudaram quando ele chegou.

— Me sinto segura ao lado dele. Gosto da presença dele, gosto de quando o vejo e também da sensação que ele acaba me fazendo sentir. — Agora meus olhos estavam encarando a face de minha mãe.

Você não deveria gostar da presença dele...     Você sabe o que ele é, e sabe do perigo que corre estando perto dele, mas mesmo assim você permanece ao lado dele. Meu subconsciente briga comigo, mas eu não consigo me colocar longe dele mesmo quando eu deveria estar. Minha mãe acaba deixando um sorriso escapar de seus lábios, então ela pega em minhas mãos e as acaricia no dorso.

— Está com o mesmo brilho no olhar de quando começou a gostar de Jimin, querida. — Notei que minha mãe estava encarando as minhas mãos enquanto tenta conter o sorriso em seu rosto; ela levanta seu olhar, perguntando em seguida: — Será que vai acabar rolando algo a mais entre vocês dois?

Dangerous Love -- KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora