12."Enfrentei o terror da morte, e transpondo-o, encontrei a flor da vida."

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Domingo, 12:25.

Estou deitada no sofá a encarar o teto, procurando deixar minha mente nos eixos;meus sentimentos também nos eixos. Sonhei — quero dizer, tive um pesadelo — com algum vampiro, e a voz dele me parecia bastante familiar. Estou deitada no sofá desde as oito da manhã, refletindo sobre o sonho tortuoso; não passava de uma experiência ruim, mas senti tudo: a dor, a angústia, tudo.

O sonho havia se passado em um galpão, no qual uma luz iluminava algumas cadeiras que ao todo eram quatro. Nelas estavam Jimin, Madison, minha mãe e meu irmão. Atrás deles, prostrava-se um par de olhos escarlates, mas que logo mudavam para violeta. Os quatro reféns estavam repletos de machucados; mordidas, para ser exata. A cada ação que eu fazia, uma nova ferida era feita neles, acompanhadas de gritos de dor e ossos se quebrando.

Eu não conseguia me mexer, era como se estivesse hipnotizada. O vampiro que estrelava o pesadelo torturava cada um, seja quebrando um braço ou perna, seja mordendo alguma parte do corpo, ou seja deixando uma assinatura nas coxas de Madison, cuja rubrica ficou embaçada e não consegui visualizar. O que mais me agoniava não eram somente os gritos, mas também o fato de Taehyung ou qualquer um de seus amigos terem chegado no bendito pesadelo para salvar as pessoas que eu amava.

Depois do fim do tormento, acordei suada, agitada, com o coração batendo mais forte que o normal e com aquela sensação de observação. Sei que quando Taehyung entra em meu quarto, deixa o ambiente gelado; já este havia deixado o lugar abafado demais. O cômodo ficou sufocante e apertado demais para poder continuar ali dentro, portanto, sem pensar duas vezes, saí e desci para a sala, onde me encontro agora.

Faltam apenas dois dias para que Taehyung volte, e confesso que durante o primeiro dia sem sua presença fiquei triste; agora que já é o segundo, estando ciente dos dois dias para seu retorno, meu coração começa a entrar em estado de pânico e o sentimento que não podia faltar era a felicidade de que ele ficaria. Jungkook dissera que quando Kim voltasse, iria me dar algo. O que será que ele vai me dar, hein?

— No que tanto pensa?

Viro meu rosto lentamente na direção de quem tenha dito tais palavras. Jungkook está sentado na poltrona, observando-me a esperar que eu pudesse respondê-lo.

— No pesadelo que tive e também no que você me disse ontem.

Volto minha atenção para o teto, imaginando mil e uma coisas que Taehyung poderia me dar, mas todas que penso acabam sendo anuladas.

— Posso saber que tipo de pesadelo você teve? — De canto de olho, o rapaz cruza suas pernas elegantemente enquanto me encara.

— Existe algum vampiro que tenha olhos violetas? Digo, desde quando foi transformado? — Jungkook murmura, concordando. — Quais são as chances de isso acabar acontecendo?

— Uma em cinquenta milhões. Por quê? Olhos violetas têm a ver com o seu pesadelo?

Concordo.

— Os olhos do vampiro que estava no meu pesadelo primeiramente eram escarlates, depois foram para violeta e permaneceram assim durante todo o restante. Sempre torturando quem amo, mordendo, quebrando os ossos, tudo o que se pode imaginar em uma tortura, ele estava fazendo. — Mordo meu lábio inferior, ainda olhando para o teto.

— Os únicos vampiros que conheço com olhos dessa cor desde que foram transformados são Andrew, Deshi e Jia-Li.

— Vocês falam tanto desse tal de Andrew, mas como ele é? — Desvio minha atenção do teto para focar toda a minha atenção em Jungkook, que brinca com sua pulseira.

— Sempre veste roupas caras, ternos caros, tudo caro. Carros avaliados em mais de um milhão de dólares. Ele não gosta de nada barato, só da alta classe da sociedade. Não é à toa que ele foi transformado nos tempos medievais, príncipe.

Dangerous Love -- KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora