Capítulo 11 - Ágata

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- Gael você pode falar alguma coisa? Eu te atrapalhei? Estava ocupado?

Gael está calado desde de que me buscou na casa de Nicolas, o que é estranho já que Gael nunca fica calado.

- Caramelo eu tô fazendo muito esforço pra não voltar lá e bater em Nicolas até ele virar do avesso, deixei vocês dois sorrindo e do nada você me liga com a voz de choro me pedindo pra te buscar, só não entrei naquela casa porque me pediu, estou pouco me fodendo se ele é o Supremo.

- Calma, foi uma briga sim e me deixou triste, mas também me trouxe de volta ao prumo, estávamos indo rápido demais e não foi assim que planejei que aconteceria quando encontrasse meu companheiro, quero conhece-lo melhor antes de me entregar e se eu ficar ao lado de Nicolas não vai demorar a acontecer, já que chegamos bem perto na última noite.

- Se me contar em detalhes talvez, eu disse talvez eu não queira mais quebrar aquela cara bonita dele.

Chegamos na casa e obrigo Gael a ir terminar suas tarefas antes de voltar e conversarmos, também preciso desse tempo sozinha.

Porque apesar de saber que eu realmente precisava me afastar de Nicolas pra dar tempo da gente se conhecer antes de se marcar estou triste, sei que deixei ele sozinho em um momento em que ele pode ficar remoendo dores antigas, mas alguns passos as pessoas precisam dar sozinhas.

E claro ele precisa entender que não serei uma companheira que aceita gritos e maus tratos, sem reagir e me impor.

Mando mensagem pra avisar que cheguei e tão logo a mensagem chega ele já me responde falando que está com saudades e faz um drama que eu não imaginei nele, acho fofo, ele me convida pra visitar a Alcatéia Central como futura Luna amanhã, isso me assusta e me deixa desconfortável, pois sei que ele deve ter feito essa mesma programação com a vaca da Letícia, com todo respeito as vaquinhas claro.

Vou tomar banho e usar a bombinha pra esvaziar os seios e é tão triste, já me acostumei com Nicolas mamando.

O quarto que durante tantos meses foi meu aconchego agora parece vazio.

Não sei como é com outras espécies, mas o companheirismo lupino em alguns aspectos pode ser estranho, porque você ama a pessoa mesmo sem conhecer, por isso que quero ir com calma, quero conhecer bem Nicolas antes de deixar ele me marcar, uma rejeição depois de marcado é quase uma sentença de morte.

E eu sempre fui muito racional, sei que terei que analisar tudo com calma e ignorar esse sentimento que tenho por ele, a fim de o conhecer por inteiro sem um julgamento enviesado pelo amor, pra não acabar por me condenar a uma vida inteira ao lado de alguém que apesar de amar vai me fazer sofrer.

Vou pra cozinha preparar algo e esperar Gael chegar.

- Querida cheguei!

- Se fossemos companheiros a vida seria mais fácil.

- É caramelo, mas acontece que o que você tem aí em baixo eu só passei perto quando nasci hahahaha.

Confesso que estava sentindo falta desse humor escrachando de Gael.

- Agora me conte direito o que aconteceu.

Conto enquanto jantamos, poupando detalhes na parte sexual, mas não escondo que aconteceu, Gael é meu amigo e nós temos essa liberdade, não conto mais detalhes por respeito a Nicolas, porém Gael não me deixou escapar de detalhar pelo menos como é o pau do meu companheiro.

- Uau então o Supremo foi realmente muito abençoado pela Deusa Lua e você por tabela, já que é quem vai desfrutar disso tudo.

- Sim, mas Nicolas tem claramente uma ferida que na verdade só está aberta até hoje porque ele se recusa a iniciar o processo de cura, sei que é doloroso, mas é necessário caso contrário vai ter sempre esse assunto inacabado que ninguém pode tocar que ele vira o bicho.

A Luna Suprema: Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora