Capítulo 12 - Nicolas

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Como Ágata não dormiu aqui achei melhor voltar pro palácio, mas não quis dormir no meu quarto, pois me faz lembrar que dormi com Letícia por quase duas semanas naquela cama, porém diferente do que acontece com Ágata apesar de desejar Letícia não chegamos a fazer nada apenas dormíamos, o que me leva a perceber mais uma vez o quão idiota fui ao não perceber que tinha algo errado, por Ágata sinto um desejo quase irrefreável já com Letícia era um desejo normal, ela sugeriu em esperarmos a cerimônia e em nada me afetava a espera.

Ao amanhecer vou para o escritório, afinal apesar de acabar de achar minha companheira e descobrir um plano pra tomar meu lugar, por hora ainda sou o Supremo.

Ser o Supremo em teoria significa que eu devo lidar com problemas que os Alfas locais não conseguem lidar sozinhos ou projetos que envolvam mais de uma Alcatéia, mas ao pé da letra é um saco, pois eu mais resolvo conflitos de egos e denúncias de quebra de alguma lei lupina tão antiga que nem eu mesmo sigo mais.

Ao chegar encontro Alec.

– Bom dia Beta, está melhor?

– Sim, não sei o que me fez ficar doente ao ponto de afetar meu poder de cura, mas agora já tô 100%.

– Ótimo, vou trabalhar até a hora do almoço depois vou levar Ágata pra passear por aí, quero fazer algo diferente do que fiz com Letícia, Ágata é professora de história e ama crianças então quero começar pela escola central e depois outros lugares, claro que ela terá que conhecer o palácio e o Conselho, mas quero fazer algo mais informal e divertido.

– Quero ir junto por pelo menos uma parte e também recomendo guardas, nem que fiquem a paisana.

– Concordo com os guardas a paisana, mas por que quer ir junto? Com Letícia você não quis.

– Porque não gostei dela logo de cara, já de Ágata eu gostei assim que ela te chamou de idiota, dá legitimidade pra eu fazer o mesmo.

– Você já me chama de idiota há muitos anos, babaca.

Ele fica parado ao invés de rir ou puxar uma lutinha de brincadeira como sempre fazemos quando começamos a nós xingar assim.

– Alec, sei que estou com um peso absurdo nas costas, mas sinto que está me escondendo algo, não importa o que seja me conte, o que está acontecendo? Você é meu amigo a vida inteira e também é meu Beta.

Ele se encolhe como uma criança que vai confessar uma arte.

– Não sei se vai querer continuar sendo nenhuma das duas coisas depois que eu te contar.

– Me conta depois a gente vê. 

– Sabe que eu sou gay, nunca escondi, mas nunca mostrei abertamente por aí, meu pai foi um general, chegou a comandar o Exército Supremo e apesar de ser um bom pai é extremamente machista e quando descobriu que eu sou um Lobo macho que pode engravidar o olhar de desgosto que recebi  dele está marcado na minha mente até hoje.

– De pai homofóbico eu entendo e não sei se dá pra falar que um pai assim é um bom pai, mas em fim.

– Então quando eu me tornei seu Beta sabia do posicionamento do seu pai que é o mesmo de quase toda a classe alta da Alcatéia e eu tinha medo de ver aquele olhar de novo, só que agora seria no meu ambiente de trabalho da onde eu não poderia sair, como sai da casa dos meus pais.

– Mas sempre teve toda a liberdade pra ser você mesmo aqui pra advertir e até punir se alguém te olhasse desse jeito, alguém anda te importunando? Não importa se é meu pai, eu sou o atual Supremo e não admito isso.

– Eu sei Nicolas, hoje eu sei, mas na época fiquei com medo e fiz uma besteira, antes do primeiro dia aqui como seu Beta eu fui até uma feiticeira de magia obscura...

A Luna Suprema: Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora